aquele da chegada

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Acordei alarmada com mesmo pesadelo de sempre.
Que os meus pais corriam risco de vida.
Eu me sentei ofegante, tentando me acalmar do susto e então me deparei com o Dric dormindo boquiaberto ainda amarrado na cadeira. Eu não pude conter um sorrisinho, ainda mais quando eu me recordara da cena de ontem a noite.
Eu aproveitei que o mesmo ainda dormia e então eu me troquei. Eu vesti um leve e simples, porém colorido vestido que Sonah havia separado para minha viagem de hoje. Embora fosse um vestido, ele era confortável e ideal para se cavalgar.
Eu estava trançando o meu cabelo em uma única trança embutida quando Dric acordou e passou alguns segundos para tentar decifrar o que havia acontecido com ele.

— Bom dia, Dric. — Falei sorridente me aproximando do mesmo.

— Bom dia. — Disse ele com os olhos entreabertos.

— O que aconteceu? — Perguntou-me ele analisando o seu estado.

— Bom, digamos que você bebeu muito ontem e eu tive que te abrigar em minha tenda. — Respondi.

— Mas por que? Eu tenho a minha tenda. — Perguntou-me ele novamente.

— Pelo seu estado... Acredito que a única coisa que te abrigaria a noite seria o céu estrelado. — Respondi sorrindo enquanto eu desamarrava o mesmo.

Assim que eu o liberei, ele esticou-se afim de "checar" os músculos de seu corpo. E quando ele mexeu a sua cabeça, fez careta e tocou em seu pescoço.

— Por que infernos você me amarrou em uma cadeira? — Perguntou-me ele massageando o seu pescoço e então eu sorri.

— Você mereceu. Parece que bebeu o seu juízo juntamente com o álcool. — Respondi e então ele me encarou sério.

— Eu fiz coisas que não deveria, não é? — Perguntou-me ele e eu assenti.

— Olha... Eu sinto muito, Cherry. Não sei o que deu em mim. — Disse ele.

— Acho que eu mereci esse torcicolo no final das contas. — Continuou o mesmo voltando a tocar em seu pescoço.

Eu toquei em seus ombros e o fiz sentar na cadeira que estava atrás do mesmo. Ele me encarou assustado, temendo o que quer que fosse que eu faria, então eu comecei a massagea-lo. Passando as mãos delicadamente pelos seus ombros e pescoço, o que fez o mesmo recuar um pouco por causa do incomodo da dor, mais logo eu me adequei aos seus limites e o mesmo relaxou mais.

— Por que está fazendo isso? — Perguntou-me ele.

— Bom... Embora você tivesse me irritado muito ontem. Só o fato de você ter passado a noite amarrado, foi o suficiente. — Respondi.

Ele não me falou mais nada, e então o silêncio prevaleceu até que Ziany nos surpreendeu, com a sua aparição repentina na tenda.

— Desculpa interrompe-los. Mas o ZK e os seus companheiros, já esperam vocês. — Disse ela sem esconder o seu sorriso malicioso antes de sair.

Logo após a saída de Ziany, eu e o Dric saímos. E assim que chegamos na frente da tribo, todos já estavam lá a nossa espera. Incluindo Diarra, Sonah e Ziany, que nos encaravam com um olhar de suspeita e um sorriso saliente em seus rostos.
Imediatamente nós montamos em nossos cavalos, e não pude de notar os olhares desconfiados de OT e AS.
Provavelmente eles estavam sabendo que o Dric havia dormindo em minha tenda ontem a noite.
Depois de trocarmos algumas palavras com Diarra e as garotas, nos despedimos e então a mais velha nós desejou uma boa viagem de volta.

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A viagem foi silenciosa como de costume. Porém eu pude sentir um clima pesado entre ZK e Dric que trocavam olhares sérios de relance.
E para completar, AS não parava de encarar com um sorriso saliente no rosto. Eu o revidava com meus frequentes revirar de olhos.
Logo mais, eu pude avistar algo escuro que crescia no horizonte a medida que nos aproximavamos. Quando chegamos mais perto eu pude ver com clareza.
Era o palácio de Darkan.
Isso era a prova de que já estávamos em Darkican, e o meu coração batia em disparada no meu peito.
O que será que aconteceria comigo quando o Lundyer deles descobrisse que não conseguirá possuir o Pergaminho Sagrado que lhe dá a permissão de portar todos os quatro elementos?
Com certeza ele me mataria, mais isso não me foi de tanta importância no momento. Uma coisa de cada vez.
Quanto mais eu me aproximava do castelo, mais sombrio ele se tornava em minha visão. E quando chegamos a mais ou menos dois metros de distância do portão nós paramos e logo ele foi aberto, liberando alguns bárbaros que se aproximaram de nós. Eles pararam ainda próximo ao portão, mais um deles ainda vinha em nossa direção.

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