7- Hidroterapia

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POV LAUREN

Cheguei mais cedo na casa de Camila, hoje faremos hidroterapia E eu trouxe todos os meus equipamentos de apoio com a ajuda de Chris, que também me ajudou a montar na piscina.

-Pronto, vamos buscar a Camila.

-Lo, espera. -Chris chegou próximo de mim. - Acha que esse clima chato entre vocês vai ajudar?

-Não, mas vai ajudar a tornar o meu trabalho menos estressante. Você não conhece Camila.

-E você conhece? -Sinuhe chegou questionando e eu a olhei.

-Senhora...

-Lauren, a vida dela não está fácil. Camila ia pra festas, viajava e amava nadar. Antes de julgá-la pelo passado, conheça o presente dela ou o pelo menos tente. - Sinuhe nos deu uma última olhada e saiu.

Fui até o quarto vendo Camila com um short largo e Sinuhe tentando amarrar o biquíni atrás.

-Me ajude, segure o corpo dela para frente. -E assim eu fiz, puxei os ombros dela para perto com cuidado, dando mais espaço para Sinuhe terminar de amarrar a parte de cima de seu biquíni. Camila estava me olhando com os aqueles castanhos clarinhos.

- Parece um parque de diversões para paraplégicos. -Camila comentou vendo os apoios e alguns equipamentos da hidroterapia dentro da piscina. Eu simplesmente ri.

-Lauren, não ri. -Sinuhe pediu e Camila me olhou.

-Certo, vamos lá. - Amarrei meu cabelo em um coque e retirei minha blusa, estava com um maiô preto e um short azul escuro para entrar na água com Camila.
Desci dois degraus da piscina e Sinuhe aproximou a cadeira de rodas. Coloquei os braços da Camila em cima dos meu ombros e a segurei pela cintura, trazendo ela para dentro da piscina comigo. Ela olhava tudo atentamente, mas parecia apreensiva.

-Eu vou la dentro organizar as coisas, se precisar me chame Lauren. - Fiquei sozinha com a Camila, meu irmão já tinha saído e dona Sinuhe entrou.
Prendi a coxas e a cintura dela em um cinto de apoio, iria facilitar de trabalhar com seus braços sem me preocupar em segurar ela na água.

-Está se sentindo bem? -Perguntei enquanto esticava e dava leves puxadas em seu braço.

-Sim. -Camila só olhava para a água.

Alguns minutos depois, fazendo o mesmo processo com os dois braços, retirei o cinto dela e a segurei, de costas para mim e encostei sua cabeça em meu ombro.

-Não se preocupa, eu estou segurando você. -Tentei passar confiança.

-Este é o problema, você estar me segurando. - A olhei vendo somente um lado de seu rosto com as bochechas pouco coradas, por conta do sol talvez.

-Quer que eu te solte então? - Sorri.

-Se quiser me matar de vez... - Eu segurava seu tronco e fazia movimentos de balanço de um lado para outro, para que suas pernas fizessem movimentos laterais. Isso causa uma pressão na medula espinhal sem muita força. Exercícios perfeitos para o começo da fisioterapia.

-Se sente cansada?

-Eu que deveria te perguntar, você está fazendo tudo sozinha. -Ela estava séria.

-Quem disse? -Perguntei segurando ela de frente para mim.

-Eu não estou ajudando em nada, estou sendo inútil como sempre. -Desviou o olhar.

-Para de falar essas besteiras que já ajuda, Camila. - A levei para borda da piscina, subi e peguei ela no colo, coloquei ela em uma das cadeiras que ficavam perto da piscina e busquei a toalha. -Hoje é só isso, não quero forçar mais o seu corpo sem entender como está funcionando.

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