Capítulo 48

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_Carolina Peixinho, você aceita ser minha namorada?

A baiana largou as sacolas no chão, sentiu seu coração ir na boca e sua visão embaçar pelas lágrimas. Mesmo assim, a aliança lhe parecia a mais linda do mundo.

_Pera. Antes de responder, pega e olha pra ver o que tá gravado dentro. - A paulista não cabia em si de ansiedade. Num pequeno soluço, Carolina tirou a aliança da caixa e pôde ver uma pequena lua gravada por dentro. Só sabia chorar. - Agora olha a minha.

Gabriela tinha tirado a sua aliança, idêntica, do bolso da calça. A baiana, ainda sem poder dizer nada tomou--lhe a jóia e ali viu um sol gravado.

_E então? - Perguntou Gabriela, com o coração na mão. - Aceita?

_Claro que eu aceito, meu amor. - Ainda segurando as duas alianças, Carol se agarrou ao corpo da outra, naquele abraço típico delas, que logo virou um beijo lento e cheio de sentimento.

_É a coisa mais linda que eu já vi. - Disse a mais velha, enquanto colocavam as alianças.

_Foi a Amora que escolheu. Eu só entrei com a grana e a ideia de gravar o sol e a lua. Não sem antes ter que explicar pra ela direitinho essa história de sol e lua, claro. - Ela respondeu num risinho tímido.

_Você não existe, amor. Vocês duas, bicho... Eu amo vocês demais.

_A recíproca é verdadeira. Eu também amo vocês mais que tudo, meu amor. - Se declarou a paulista. - Agora vamos jantar antes que eu desista desse sushi e te leve pra cama logo.

_Oxe? Você aí toda linda e eu toda desarrumada, passei o dia andando pra lá e pra cá, precisava ao menos de um banho...

_Eu cuidei disso também, mas vamos jantar primeiro, vem. Faz dez anos que eu tô tentando te levar pra comer esse sushi. - As duas riram na lembrança do reality, a promessa que fizeram, da que tivesse mais estalecas comprar o sushi e levar a outra.

O jantar dentro do BBB nunca aconteceu. Mas aquela barca imensa em cima da mesa perfeitamente decorada, junto com as taças e o vinho branco, compensava perfeitamente os dez anos de atraso.

_Nossa, mas isso aqui tá um espetáculo! Minha barriga gritou agora. - A baiana comentou, vendo a outra rir servindo as taças. - Sabe o que eu percebi, amô? Cê sempre deixa de beber sua cerveja pra beber vinho comigo.

_Ah, eu gosto de vinho também. Tem coisa que combina mais, tipo sushi. - Gabi desconversou.

_Tá, mas não é justo. Amanhã eu que vou beber com você.

_Coisa mais linda. - A paulista se derreteu.

_Um brinde a nós, meu amor. - Carol levantou a taça, vendo a outra brindar de leve e selar-lhe os lábios, as duas trocando um "te amo" logo em seguida.

Muitas peças de sushi e taças de vinho depois, as duas se encontravam deitadas no sofá, num amasso que, graças a perspicácia de Gabriela, não seria interrompido. A paulista se encontrava em cima do corpo pequeno de Carolina, dando pouco espaço para que a outra sequer respirasse.

_Me fode aqui mesmo, eu já tô pronta pra você...- A baiana disse em voz baixa, o que teve o efeito de uma corrente elétrica passando pelo corpo da outra.
Acariciou sua barriga semidesnuda pela blusa levantada, descendo até a coxa, o que a fez afastar as pernas automaticamente.

_Já tá pronta assim? - Brincou a percussionista com um sorrisinho.

_Desde quando você entrou nesse apartamento de mochila nas costas. - Carol respondeu com sinceridade. Sem dizer nada, Gabriela a levantou no colo indo em direção ao banheiro, com facilidade. A baiana pôde ver pétalas de rosas espalhadas por todo caminho até a banheira cheia de espuma. Na cama, mais pétalas.

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