Capítulo 3

23.9K 3.7K 789
                                    

Jimin

Desde que saiu, Jay não voltou mais para casa , isso já faz três meses. Me sinto culpado de certa forma por tudo que aconteceu, mesmo sabendo que nunca fiz nada de ruim pra ele me tratar daquela maneira.

Me senti tão mal, que até desisti de ir ao cinema como havia pedido ao meu irmão, não havia mais clima.

Depois que Jay saiu de casa, meu pai ficou triste, mesmo tentando não demonstrar, eu percebo. Não gostaria que chegasse a esse ponto.

Hoje é o dia da minha formatura, deveria estar feliz, mas não estou, minha família não está completa. Mesmo que ele nunca tenha me tratado como irmão, sempre falando coisas negativas ao meu respeito, eu o amo, ele é meu sangue, não poderia ser de outra forma.

A turma já foi chamada para receber o diploma, de onde estou vejo meu pai todo orgulhoso, ao lado de Taemin e Kwan, recebo meu diploma, em seguida fomos tirar as fotos com a turma de formandos.

Desisti de participar do baile de formatura, não gostaria de deixar meu pai mais preocupado ou triste do que já está.

– Vamos? –  dou o braço ao meu pai – Vamos pra casa!

– Tem certeza que não quer ir ao baile? – Kwan pergunta com o braço sobre meus ombros – Eu iria com você...

– Tenho, perdeu a graça – digo após um suspiro – Vocês não precisam ficar preocupados comigo, eu vou ficar bem, afinal, é só um baile de encerramento do ensino médio!

– Você já recebeu a resposta da universidade? – Taemin pergunta sentando ao meu lado ao entramos no carro, e eu afirmo com a cabeça – Qual o curso?

– Eu estava dividido entre Artes e Literatura, optei por Literatura – digo – A Universidade de Artes, fica muito distante, é em Seul, e eu teria que me mudar para o dormitório, papai jamais permitiria.

– Não permitiria mesmo! – meu pai diz imediatamente – Sei que nessas universidades colocam Alfas e Ômegas juntos nos dormitórios, isso não é certo. Não quero você difamado, ou aparecendo grávido sem uma marca.

– Ele não faria isso! – Taemin me defende – Não confia na educação que deu aos seus filhos?

– Nos meus filhos eu confio, só não confio nos filhos dos outros – meu pai diz simples - Um cio, tira o juízo, Taemin! Vai que algum Alfa entre no cio dentro da universidade, é perigoso!

Mesmo discordando, prefiro me calar, não adiantaria de nada iniciar uma discussão onde sei que só iria me aborrecer.

Após estas palavras, permanecemos em silêncio.  Taemin que está ao meu lado e meu pai que está sentado no banco a minha frente, deitam a cabeça pra tirarem um cochilo, e eu coloco meus fones de ouvidos e fecho meus olhos prestando atenção na letra da música com a cabeça encostado no vidro do carro. Não sei bem explicar o que aconteceu, só senti meu corpo sacolejando, logo perdi a consciência.

Jay.

Mesmo tendo brigado com minha família, fui assistir meu irmão recebendo seu diploma. Eu recebi o convite, mas não confirmei presença. Fique distante assistindo tudo e achei estranho Jimin não querer participar do baile de formatura, já que Kwan havia dito pra mim, que o levaria, para que o pai não ficasse preocupado, com certeza ficaria ou então não permitiria que ele fosse, não sem um de nós por perto!

Eu sei que tenho tratado meu irmão com indiferença e o maltratado mesmo sem ele nunca ter me feito nada, mas o motivo de eu ser assim é justamente essa mania que meu pai tem de superproteção, eu acho muito errado, não ensinando ele a ser independente. Não poderemos estar ao seu lado para sempre.

Vejo eles indo embora, vou seguindo o carro deles a uma distância segura. Pretendo ir dar os parabéns para meu irmão, e pedir perdão a minha família por tudo que aconteceu, mesmo não voltando pra casa, não quero que eles guardem mágoas, afinal somos uma família. Eu percebi a tristeza dele ao não me ver na platéia, logo ele que é sempre tão alegre, não deu um sorriso sequer.

Kwan já havia me falado sobre isso, que desde a discussão, tanto o pai quanto Jimin, estão mais tristes. Jimin tem chorado durante as refeições, mesmo eu tratando ele mal, ele sente minha falta.

Em um certo ponto, um carro em alta velocidade atravessa a pista, entrando na contramão, batendo em diversos carros à minha frente. Me desespero ao ver que o carro onde minha família está, foi o primeiro a ser atingido. Paro meu carro e corro na direção do carro deles com o telefone no ouvido chamando uma ambulância. Ao me aproximar, vejo todos inconscientes, muito sangue, espero que não estejam mortos... Tento abrir a porta do carro, mas não consigo.

A ambulância do Corpo de bombeiros chega, imediatamente os paramédicos entram em ação. Eu falo que é minha família, logo sou afastado do local por um policial e um paramédico vem me aplicar uma injeção de calmante.

Acordo, estou na cama do hospital.

– Cadê minha família? – pergunto me levantando – Onde eles estão?

– Se você não se acalmar, eu serei obrigado a lhe aplicar um novo sedativo – o médico diz anotando algo na prancheta – Eu entendo que a situação é crítica, mas você precisa se acalmar!

Respiro fundo, tentando me acalmar.

– Por favor, eu preciso saber...– digo com a voz embargada – Eles estão bem?

– De todos ocupantes do veículo, somente um sobreviveu – o médico diz me deixando sem chão.

– Quem sobreviveu? – pergunto com o rosto banhado em lágrimas – Meu pai?

– Somente o Ômega – o médico informa – Os dois Alfas que estavam na frente, morreram no local do acidente, o Alfa que estava ao lado do Ômega o protegeu, recebendo a pancada mais forte, morrendo assim que deu entrada aqui no hospital. O Ômega está em coma induzido por causa dos ferimentos, teve que ser sedado, pois gritava o nome de sua família, ele ainda não sabe da morte deles.

Nesse momento, eu não suportei a dor, soltando tudo em um grito... Perdi minha família... Eu não sei o que fazer agora. Jimin não vai suportar a dor da perda, ele já estava triste, certamente vai se culpar. Eu terei que cuidar dele.

O médico aplica algum remédio no soro preso ao meu braço e eu adormeço.

Se gostou da leitura, não esqueça de deixar seu voto. Obrigada!

𝗔 𝗠𝗮𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗮 𝗥𝗲𝗷𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼. (𝗝𝗶𝗸𝗼𝗼𝗸) Onde histórias criam vida. Descubra agora