Capítulo 13

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Jimin.

Ao ver a tatuagem e ouvir minha história, a Sra. Jeon me abraça forte.

– Como você deve estar sofrendo, meu querido... – Sra. Jeon diz durante o abraço – Você realmente é admirável, como conseguiu suportar tanta dor, sem pedir ajuda?

– Mesmo eu sendo criado com muito amor, me ensinaram a me calar diante da dor, não discutir ou me impor diante dos outros – digo deixando uma lágrima escapar – Meu pai me ensinou desde cedo, que um Ômega é submisso, nunca levanta a voz, mesmo diante da pior dor... E como eu fui criado somente por Alfas, sem o carinho e cuidados maternos, eu aprendi somente a obedecer; Quando eu conheci Jeon, fazia pouco mais de dois meses que eu havia perdido minha família, então, toda dor sentida, ficou misturada com a dor do luto.

Jeon Jungkook.

Eu estava conversando com Jay, quando senti que Jimin estava aromatizando novamente, olhei na direção dele, e vi minha mãe conversando com ele, pensei em me aproximar mas minha mãe me olhou sério e fez sinal negativo com a cabeça, eu fiquei parado, mesmo preocupado, não segui até onde eles estavam. Nesse instante, Jisoo me abraçou, me beijando em seguida.

– Vem, amor... – Jisoo diz após o beijo, me levando até o meu quarto, onde ao chegarmos, Jisoo sentou em meu colo, me beijando com paixão.

Eu não sei o que estava acontecendo comigo, mas Jimin não saia da minha cabeça, meu lobo estava triste, senti meu peito apertar... Jisoo interrompeu o beijo quando sentiu as lágrimas em meu rosto.

– O que foi, amor? – Jisoo me abraça preocupada – O que está acontecendo?

– Não sei explicar...– digo entre os soluços – Meu lobo está triste, como se ele estivesse sofrendo ou deprimido, eu não consigo entender isso, já faz algum tempo que venho sentindo meu lobo assim, mas não sei o motivo!

Jisoo me abraça forte, fazendo um carinho em meus cabelos, com o tempo, eu me acalmei.

Após me acalmar, Jisoo desce comigo, voltamos para a piscina onde os convidados estão, olhei para o lugar onde minha mãe estava sentada com Jimin e a vi sozinha, pensativa, fui até ela, me sentando ao seu lado.

– Por que está aqui sozinha?– pergunto quando recebo sua atenção – Cadê o Jimin?

– Ele não estava se sentindo bem, foi embora – minha mãe diz parecendo triste – Eu gostei tanto dele, ele é tão puro, tão sensível e tão forte ao mesmo tempo...

– Já faz algum tempo que ele não está bem, desde que eu o conheço, pra ser mais sincero – digo pensativo – Ele tem piorado muito. Semana passada ele teve sintomas de crise de pânico, durante o treino, vou conversar com irmão dele, vou tentar levá-lo no hospital, talvez seja por causa dos supressores que ele toma, mesmo o médico mandando ele parar.

– O problema dele não é coisa de médico – minha mãe fala ainda com o mesmo semblante triste – É muito mais complexo.

– A senhora sabe qual é o problema dele – minha mãe somente move a cabeça afirmando – E o que é?

– O que Jimin tem é chamado de ciclo da Rejeição – olho minha mãe confuso – É quando o lobo faz uma escolha mas é rejeitado, com o tempo, após o lobo enviar diversos sinais para o lobo escolhido, sem resposta, a situação só piora, até que aparece um sinal na pele, quando a rejeição estará se  completando. Ele foi rejeitado e carregará essa marca para o resto da vida. Ele nunca soube entender os sinais do seu lobo, só depois que a coisa se agravou ele conversou com o irmão, só assim ele entendeu o que estava acontecendo, toda a dor que ele sentiu nesse período, foi misturada com o luto.

– Como assim, carregará uma marca?– pergunto ainda sem entender direito – Quem seria capaz de rejeitar alguém tão puro e tão raro como ele?

– Infelizmente, o lobo escolheu alguém que não está disponível e como Jimin foi criado para ser um Ômega submisso, quase sem voz ou demonstração de sentimentos, ele não soube fazer nada além de se calar durante todo o tempo – minha mãe explica – Ensinaram muitas coisas, menos entender o próprio corpo ou seu lobo. A marca que ele carregará, é a mesma que eu carrego, por causa do seu pai, ao contrário de Jimin, eu lutei, mas somente fui usada e depois abandonada, a marca é essa aqui.

Minha mãe levanta os cabelos mostrando sua marca, uma espécie de tatuagem, uma lua minguante na nuca.

– Eu não sei qual situação é pior, se calar ou falar e ser apenas usado – minha mãe continua com a voz embargada – Eu sofri muito, mas eu tive o consolo ao saber que você nasceria. Depois disso, não me relacionei com mais ninguém.

– Deve ser muito difícil ser rejeitado tão jovem – eu falo assustado com a informação – Os dois têm as mesmas características, são puros, e pessoas maravilhosas... Como alguém pode rejeitar vocês?

– Como eu disse, nossos lobos escolheram pessoas que não estavam disponíveis – minha mãe volta a explicar – Eu não me calei, pois sempre fui muito independente e impulsiva, só me restaram você, a marca e uma dor muito grande. Jimin não falou e só restaram a marca e a dor. Como ele me disse, é a mais pura verdade... Não há mais o que fazer.

– Mas... Ele ainda não teve o primeiro cio, talvez ele ainda encontre um Alfa Lúpus que não o rejeite – eu tento achar uma solução – Quem sabe se ele parar de usar os supressores, isso não se resolva?

– Desde que você nasceu, você viu algum Alfa me cortejando ou eu me interessando por alguém?– minha mãe pergunta e eu nego – Você sabe que quem escolhe seu parceiro pra vida toda, não somos nós e sim o lobo, não sabe? É uma escolha única, insubstituível.
Você vai marcar Jisoo, ou vai deixar para depois do casamento? – minha mãe pergunta logo em seguida – a marca é para sempre... Tanto uma quanto a outra.

– Não sei, minhas presas ainda não apareceram pra ela, e eu não entendo – digo sério – Eu a amo, quero passar minha vida com ela, mas eu sinto que meu lobo  rejeita ela, eu tenho medo dela sofrer no futuro, assim como a senhora e o Jimin. Nem durante o cio, minhas presas aparecem, ela já me fez a mesma pergunta.

– Talvez seu lobo já escolheu alguém diferente de você  – minha mãe diz me deixando pensativo – Deixe seu lobo te mostrar quem é o escolhido...

Minha mãe se levanta e sai, me deixando sozinho, perdido em pensamentos.

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𝗔 𝗠𝗮𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗮 𝗥𝗲𝗷𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼. (𝗝𝗶𝗸𝗼𝗼𝗸) Onde histórias criam vida. Descubra agora