Jimin.
Acordo no hospital com Jeon ao meu lado, ele fala de amor, que tudo vai mudar... Eu não acredito mais! Tudo isso porque infelizmente ele me salvou. Acredito que daqui a um tempo ele esquece a promessa e me abandona novamente.
Eu sei que eu preciso pensar nos meus filhos, que eles precisam de mim, não sei se eles poderão contar com o pai.
Tento voltar a dormir, eu não quero ouvir palavras vazias, promessas inúteis.
Eu não vou mais insistir em buscar sentimentos, vou sobreviver pelos meus filhos.
Com esse pensamento adormeço.
Ao amanhecer, o médico entra no quarto, me examina, me dando alta, e me encaminhando para o psiquiatra. Agendo a consulta antes de sairmos do hospital.
O caminho até em casa foi em silêncio.
Entro em casa indo direto para o meu quarto, me deito na cama tentando dormir novamente. Jeon se deita ao meu lado, me puxando pra eu deitar sobre seu peito. Fica fazendo carinho em meus cabelos, eu quero voltar a adormecer, estou evitando conversar.
Não quero passar minha vida dependendo de migalhas de sentimentos, que pra eu receber será necessário gritar ou que eu tenha que fazer algo pra que minha carência seja notada.
Acordo com as crianças subindo na cama, fazendo algazarra.
– Papai Chim, eu senti saudades! – Taemin sobe na cama e beija meu rosto – Papai tá dodói?
– Não meu amor, eu só estava com saudades de vocês – digo puxando ele pra mim – Eu amo tanto vocês. Sem vocês eu não tenho vida.
Abraço meus três filhos, deixando toda a saudade e a culpa se misturarem com as lágrimas.
Fico deitado, abraçado com meus filhos enquanto choro. Acho que eles entenderam, ou sentiram minha falta.
– Papai Chim, eu também chorei de saudades – Kwan diz secando minha lágrimas – Eu gosto de dormir ouvindo sua música.
– Eu também senti saudades – Pérola beija meu rosto.
– O vô Hobi está chamando vocês pra comerem bolo – Somin entra no quarto disfarçando o choro.
As crianças correm pra cozinha, enquanto ela fecha a porta. Somin deita ao meu lado, me puxa pra um abraço, me aperta deixando chorar sobre seu ombro.
Depois de algum tempo, que Somin e eu ficamos chorando abraçados, Somin segura meu queixo fazendo eu olhar pra ela – Eu não estou te julgando, mas nunca mais faça isso! – Somin limpa meu rosto – Eu não consigo sequer imaginar o tamanho da dor que você está sentindo, mas seus filhos sofreriam muito sem você. Os três sentiram sua falta, choraram na hora de dormir, querendo ouvir você cantar. Você é maravilhoso como pai, como filho, como marido... Não deixe sua tristeza te fazer esquecer daqueles que te amam.
– Eu sei que meus filhos me amam, disso eu não tenho dúvidas – digo com a voz embargada – Eu já agendei o tratamento com o psiquiatra. Eu suportei toda dor por meus filhos, Somin... Eu só tenho suportado por eles. Mas eu cheguei a um ponto que a dor foi muito mais forte que eu. Durante muito tempo me calei, esperei, evitei tocar no assunto, mas ontem Jeon insistiu tanto, querendo consertar da forma errada o que ele levou mais de três anos destruindo... A dor se tornou insuportável. Eu tenho sobrevivido por meus filhos, de onde eu tiro o combustível para continuar, sem eles eu não tenho forças... Nem mesmo para sobreviver. Eu tomei uma decisão, eu não quero mais insistir em buscar sentimentos – digo olhando Somin nos olhos – Eu vou continuar exatamente como estávamos até agora. Não vou procurar mais nada além do que eu tenho recebido. Vou cumprir minha obrigação como Ômega, sem buscar sentimentos.
– Ele te ama Jimin – Somin diz e eu nego – Me conta, o que está acontecendo?
– Desde que meus filhos nasceram, eu vivo solitário, Somin. Eu cuido praticamente sozinho dos meus filhos. A ajuda que eu recebi foi da Sra. Min, babás, de qualquer pessoa, menos do seu filho – digo – Nem mesmo suporte emocional eu recebi durante esse tempo. Já faz mais de três anos que eu não me sinto amado. Eu durmo e acordo ao lado do meu marido, que diz me amar, mas não da forma que eu preciso. Desde que eu engravidei, que Jeon não me toca, depois que meus filhos nasceram, não sei mais o que é um beijo de verdade, como ômega dele. Eu não quero que Jeon faça nada obrigado, ou por eu pedir... Se não for espontâneo, natural, eu não quero! Então, eu tomei a decisão que a partir de hoje, eu não quero mais, pois sei que será por obrigação, por culpa... Não pelo motivo certo. Então, ele vai continuar suprindo as minhas necessidades somente no cio... Como qualquer animal, por instinto como ele tem feito nos últimos três anos. Seu filho, só se preocupa com dinheiro, com nada além disso.
Somin me abraça, fazendo carinho em minhas costas – Eu não sabia que você estava sofrendo assim – Somin diz durante o abraço – Eu entendo sua dor.
– Eu recebi educação para ser o Ômega que seu filho precisa, sem voz, sem reclamações, sem demonstrações de sentimentos – digo – Assim que serei, afinal já faz mais de três anos que estou vivendo desta forma. Só que agora não estarei mais esperando ser notado por seu filho.
Jeon entra no quarto trazendo uma bandeja com bolo e duas xícaras de café.
– Trouxe pra vocês – me sento na cama – Está se sentindo melhor, amor?
– Sim – respondo sem o olhar – Pego a xícara provando o café.
– Jimin, eu preciso ir, amanhã eu venho te ver depois que Hoseok sair para o hospital – Somin diz beijando meu rosto – Podemos sair um pouco, que tal irmos no shopping com as crianças?
– Vai ser divertido – digo enquanto como o bolo – Eu preciso realmente renovar o guarda-roupa deles.
– Então, até amanhã! – Somin sai levando Jeon com ela. Eu fico aqui lanchando.
Jeon.
Minha mãe me puxa pra fora do quarto, me levando até o quarto de hóspedes.
– Qual é o seu problema!? – minha mãe diz muito irritada – Eu tenho vontade de socar sua cara, eu estou falando sério!
– Eu vou tirar um mês de férias pra dar atenção pra minha família – digo me sentando na cama – Eu sei que tudo isso é culpa minha, eu sou um idiota, mas eu vou dar mais atenção a eles.
– Você sabe o que você conseguiu? – minha mãe diz me olhando séria – Ele disse que a partir de hoje, será o Ômega perfeito, do jeito que foi treinado para ser, o Ômega que você merece... Sem demonstração de sentimentos e sem voz. Que só vai satisfazer suas necessidades no cio, como qualquer animal. Exatamente como você vem fazendo nos últimos três anos.
– Eu vou mudar isso... – Recebo um tapa da minha mãe.
– Agora, jura? – minha mãe se controla pra não gritar – quase quatro anos depois? Ele não acredita e nem quer mais... Ele disse que qualquer ação vinda de você, será pela motivação errada, será por pena ou culpa. Ele esperou por mais de três anos por algo vindo de você e só agora depois dele gritar deixando sua dor tão visível por não suportar mais, agora você quer consertar? Boa sorte!
Minha mãe sai do quarto, me deixando sozinho.
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𝗔 𝗠𝗮𝗿𝗰𝗮 𝗱𝗮 𝗥𝗲𝗷𝗲𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼. (𝗝𝗶𝗸𝗼𝗼𝗸)
FanficInício: 21/06/2020 Término:01/07/2020 Capa linda feita por: @Tefane_15 (CONCLUÍDA) Há feridas que não são vistas, mas que podem se alojar profundamente em nossa alma e conviver conosco pelo resto das nossas vidas. Park Jimin, um Ômega Lúpus extrema...