6 - RANU

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Escrevi esse ouvindo - O Céu eu Vou tocar - Manu gavassi e Boa Memoria Luan Santana

2016 Rio de Janeiro

Manoela Gavassi, era uma agente Federal especialista em disfarces, ser notada nunca tinha acontecido antes, sempre conseguia se misturar entre todos e passar despercebida, sabe como aquelas pessoas que você cruza no seu dia-a-dia e são rostos tão comuns, que apenas não os percebe ou não se lembra? Ela tinha esse poder.

Foi algo que adquiriu com muito treinamento, pois nunca fora alguém difícil de notar, apesar da estatura baixa era muito bonita e observadora, conseguia expor suas opiniões de forma clara e com tanta maturidade que sempre assustou todas as pessoas que se relacionava.

Ao entrar na corporação, muito cedo, teve que trilhar seu caminho desde sempre. Além de ser mulher, aparentava ser frágil, Manu, como os mais íntimos a chamavam, de frágil não tinha nada, sua perspicácia, inteligência e instinto fez com que se tornasse uma das mais brilhantes agentes federais. Ela realizava trabalhos incríveis e em 2016 teve a dura tarefa de entrar, com outros agentes, na investigação de famílias poderosas do Rio de Janeiro, que consideram envolvidas nos mais diversos ramos do crime. Com o passar das investigações, algumas famílias de Brasília e goiás foram surgindo como grandes nomes de possíveis chefias dos crimes organizados. O trabalho demandava tempo, paciência e sabia que demoraria anos.

Em uma de suas viagens para reunir alguns dados e criar alguns dossiês a respeito de integrantes das famílias investigadas, teria, em seus exemplares 06 anos de carreira, cometido o primeiro "erro". Ser notada não era exatamente um erro, mas quase falar o nome do alvo das investigações, seria sim um grave erro, como se explicar para uma mulher que nunca conheceu ou interagia, saber seu nome e a seguir? Felizmente já tinha reunido tudo que precisava e já estava de saída mesmo. Queria o mais rápido possível esquecer tal deslize e focar novamente nas investigações.

Desde que a força tarefa foi reunida, imergia totalmente no trabalho, em pouco tempo recebeu a incumbência de treinar outros agentes, foi quando conheceu Rafaella.

Estava em sua mesa no escritório quente e amontoado do Rio de Janeiro, quando um de seus agentes chegou para apresentar a recente aquisição da força tarefa, Rafaella.

- "Dr Gavassi, essa é Dr Kalimann" – A menor se levantou para apertar a mão da mais alta, fitou aquela bela mulher alta de cabelo loiro platinado nos ombros e olhos verdes penetrantes, enquanto a outra fitava a pequena mulher de sorriso fácil e olhar acolhedor, que parecia ser pequena demais para caber todos seus conhecimentos e coragem.

Rafaella era recém formanda da Academia Nacional de Polícia (ANP), onde foi a melhor da turma, condecorada em técnicas avançadas policiais.

Era o adendo perfeito para a força tarefa e Manoela já tinha ouvido falar dela, uma grande funcionária da Policia Civil que agora a PF tinha a honra de ter em seu quadro de funcionários. Era a oportunidade perfeita para que a pequena tivesse a oportunidade de lapida-la e aprender junto com ela.

- "Rafaella, Prazer, vamos nos sentar, temos muito o que conversar" – ao ser chamada pelo primeiro nome causou a loira um sentimento gostoso de aconchego, em todas as vezes em que interagia com oficiais, ainda mais aqueles com patentes superiores a sua, não costumava ser tratada intimamente assim, teve a sensação de que aquela mulher, seria uma grande amiga.

- Sim Senhora !

- Senhora? – A menor gargalhou – Meu Deus, eu não sou muito mais velha que você não, e olha meu tamanho – brincou.

A interação fez as duas rirem.

- Pode me chamar de Manoela, quando se sentir mais à vontade, Manu. É importante, Rafaella, a chamarei assim tá? É importante nos duas, como mulheres nesse ambiente cheio de testosterona e cuecas tentando comparar o tamanho de suas .... Armas .... Apoiarmos uma a outra ok? – Oferecia um sorriso largo e divertido a mulher de cabelos loiros.

A loira sorria, fechando os olhos, o que significava que o riso era genuíno.

- Concordo totalmente, Manu!!! – era impressionante mas se sentiu totalmente à vontade em chamar a menor assim, aquilo ali era o início de uma grande amizade.

Conversaram mais um pouco empolgadas com suas carreiras e o que podiam contemplar pela frente, Manu a explicava da força tarefa, dos trabalhos que vinha organizando e informou a mais alta que seus cabelos loiros em algum momento deveriam ser substituídos, caso tivessem, no futuro, que se infiltrar em alguma organização. Explicou que a tonalidade não era muito discreta e sempre trocavam para não serem reconhecidas, a maior não viu problema nenhum nisso.

Passadas algumas semanas, se tornaram realmente grandes amigas e parceiras, Manoela ensinada Rafaella tudo que aprendeu e vice-versa.

Contavam uma para outras suas aventuras românticas, conversavam em códigos até no prédio da PF, o que causava ciúmes em outros colegas de trabalho. Em pouco tempo, ali naquela cidade, em que a loira achou que teria grandes dificuldades de se adaptar, fez-se Lar.

Rafa, agora como era chamada pela menor, sentia que tinha uma irmã, com quem dividia sua vida, frustrações e tinha o prazer de aprender e poder trabalhar.

Manu, tinha em Rafa um porto seguro, alguém em que dava sermões e os recebia também, alguém que podia contar pro resto da sua vida.

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Queria escrever mais momentos Ranu, mas esse não é o foco da historia, já peço desculpas pelos próximos VEM AI!


Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora