29 - Physical

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POV RAFA

Eu já disse várias vezes que era uma pessoa extremamente intuitiva não? Pois bem, na época que estava estudando com Manu os Gambino, no fatídico dia de sua morte eu senti algo por Gizelly apenas através de uma foto, tanto que naquele dia, antes de Tato me expulsar do escritório eu guardei uma de suas fotos, aquilo para mim sempre foi estranho e achei que nunca haveria algum significado, mas quando nos encontramos pessoalmente pela primeira vez na fazenda e nossos olhos se encontraram eu pude sentir eletricidade, nossa ligação foi gritante.

Não vou nem tentar explicar o dia de hoje e nem saberia expressar em palavras o que acabou de acontecer aqui. Tirando um beijo de Bianca e alguns olhares de Gabi eu nunca havia pensado em nenhuma mulher dessa forma, não sei de onde veio todo esse meu fogo e desejo.
Não que eu não sabia que veio por causa dela, por tudo que ela me causa, seus toques, olhares, seus beijos, mas digo do meu próprio interior, de onde surgiu esse meu desejo.

Antes fosse apenas desejo, era uma admiração e uma confiança tão grande, eu podia agora ouvir Renato arrancando meu distintivo, minha arma e me prendendo por estar me envolvendo com umas das mulheres que faziam parte da investigação, mas nada nunca foi achado em seu nome, ninguém acreditava que ela estava envolvida com nada e parece clichê dizer mas eu sentia que sua alma era de uma pureza tão grande incapaz de compactuar com todo o mal que eu estava tentando descobrir.

Ali no Apartamento que ela achava que era meu, deitada na cama que ela achava que era minha, estávamos em um abraço pegajoso e ainda assim assustadoramente gostoso e calmo, ela me acariciando os cabelos e eu suas costas, me bateu em cheio o arrependimento.

Não de tudo o que aconteceu mas de não ter contado a ela antes sobre o que e quem eu era. Deveríamos ter conversado antes disso tudo, tenho medo que essa mulher linda, de sorriso fácil, personalidade forte, abraço aconchegante e beijo gostoso possa achar que eu de alguma forma esperei me aproveitar sexualmente dela para poder dizer o que eu sentia ser necessário, só não sabia como fazer.

Se alguém me perguntasse há alguns meses atrás se eu, Rafaella, sobre qualquer tipo de circunstancia revelaria alguma informação sobre alguma missão, eu Responderia "Nem sob Tortura". Como dizia as filosofas Simone e Simaria, a terra não gira, ela capota.

Ela beijou demoradamente minha testa e eu a encarei a assustadando, antes onde havia um sorriso em seu rosto se transformou em dúvida "O que foi Rafa?" suas caricias cessaram.

Tive que fingir, até poder achar as palavras certas para introduzir o assunto.

"Nada não Gi" Seu corpo reagia minimamente, como tentando esconder que a pronuncia do "Gi" a derretia por completo, e por Deus achava fofo demais.

Tentei não pensar no que eu deveria fazer agora e decidi aproveitar o momento e ver onde tudo aquilo que estava acontecendo, o que quer que fosse aquilo tudo, nos levaria.

Sorri a olhando, espalmei uma de minhas mãos e passei em seu rosto e ela em tom de brincadeira tentou avançar para morder e gargalhamos dessa brincadeira sem pé nem cabeça e eu me senti revigorada outra vez, me levantei.

- A gente podia tomar banho neh, vou pegar uma toalha para você e algumas roupas.

- Você não se esqueceu de nada? – ela me parou no meio do caminho me segurando por uma das mãos.

- Não, não que eu me lembre. – fiz um cara de realmente quem não estava entendendo nada e ela me lançou um imenso bico com olhos brilhantes – Ah sim Gi claro – Me voltei para ela, segurei seu rosto e lhe dei um beijo demorado, deixando claro que estávamos ainda com o gosto e cheiro de nossas intimidades misturados, o que a fez sorrir e corar ao mesmo tempo.

Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora