9 - Back To Black

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POV MANU

Ao contrário do que havia prometido a Tato, dispensei Pedro e eu mesma fui ao Plantão com Rafaella, queria conversar com ela, senti uma urgência em expor meus sentimentos, meus medos e anseios, em relação a operação e também a nossa vida e nossa relação.

Finalizamos todos os tramites e mantive ela no escuro o máximo que pude em relação a possibilidade de ao invés de mim, como sempre treinamos, ela seria o cavalo de troia daquela família que eu tanto estudava por meses. Não podia deixar isso acontecer, se ela fosse no meu lugar, eu seria obrigada a contar os detalhes do personagem que criei para poder entrar na família, era algo que não queria que ela fizesse.

Na policia Federal, não é falta de ética fingir ser quem não é em trabalhos disfarçados, mas não é moral, principalmente quando você assume um papel amoroso.

Atuar como amigo de alguém, sendo esse alguém um criminoso, eu podia viver com isso, Rafaella também, agora despertar desejo e principalmente amor de alguém, pra mim dava na mesma, mas sabendo do coração de Rafa, saberia que seria um desafio e um fardo, pesado demais para carregar.

Convidei para comermos um X-egg com café da lojinha de conveniências que sempre frequentávamos, era nosso ritual pós trabalho.

*Voltando a cena da Loja de conveniências do Primeiro Capitulo...*

Estava nas pontas dos meus pés, debruçada no balcão, tocava uma música linda que eu não conhecia, a voz era encantadora, prestei atenção na letra....

Se a minha intensidade ainda for me matar ah, ah
Eu prefiro ser poesia e ter histórias pra contar

Estudo meus princípios, minhas convicções
Prometo me abrir só pra quem merecer canções." Musica Secreta. M.G

Estranhamente pareceu fazer sentido. Após pegar os produtos, já ia efetuar o pagamento, quando me virei para olha-la.

Rafa como sempre estava deslumbrante, mesmo cansada e com roupas que eu a via todos os dias, ela estava linda, me fitava com um sorriso largo no rosto e olhos brilhantes, meu sorriso no entanto se fechava, vi um vulto chegando por trás da Pajero, meu coração veio a boca, pus minhas mãos em minha arma, deixei todos os alimentos e produtos caírem no chão enquanto corria para minha amiga, com olhos assustados. Não podia acreditar em quem tinha avistado.

AUTOR

Rafaella via a cena como em câmera lenta, cerrou os olhos tentando enxergar se algo havia acontecido dentro da loja, nada... Manu chegou em um pulo ao seu lado, gritando e verificando todo o perímetro, com sua arma na mão, também era uma Glock igual de Rafaella, mas a sua tinha um cabo personalizado. Rafa ao ver o que ela estava fazendo, também empunhou sua arma, a mais baixa com o peito subindo e descendo em um ritmo descompassado, pelo medo e pelo susto.

- Manu, o que você viu, não tem nada aqui – Rafa já falava guardando sua Glock no coldre. A mais baixa ainda virava rapidamente sua cabeça de um lado para outro.

- Desculpa – falou guardando sua arma também e passando as mãos tremulas pelo rosto – eu achei que tinha visto alguém chegar por trás de você apenas me assustei, tenho esse defeito, essa mania de perseguição, vou melhorar isso.

- Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso... – a loira disse citando lispector enquanto a envolvia em um abraço apertado e aconchegante, Manu pôde sentir o perfume adocicado de rafa e um sentimento de que estava em casa a invadiu, tranquilizando-a - Você tá trabalhando de mais manuzinha – Lagrimas já se formavam em sua face, Rafa as enxugava com o dorso da mão, nunca tinha visto a amiga daquele jeito. - Amiga você ta ovulando? – as duas riram.

Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora