POV MANU
Ao contrário do que havia prometido a Tato, dispensei Pedro e eu mesma fui ao Plantão com Rafaella, queria conversar com ela, senti uma urgência em expor meus sentimentos, meus medos e anseios, em relação a operação e também a nossa vida e nossa relação.
Finalizamos todos os tramites e mantive ela no escuro o máximo que pude em relação a possibilidade de ao invés de mim, como sempre treinamos, ela seria o cavalo de troia daquela família que eu tanto estudava por meses. Não podia deixar isso acontecer, se ela fosse no meu lugar, eu seria obrigada a contar os detalhes do personagem que criei para poder entrar na família, era algo que não queria que ela fizesse.
Na policia Federal, não é falta de ética fingir ser quem não é em trabalhos disfarçados, mas não é moral, principalmente quando você assume um papel amoroso.
Atuar como amigo de alguém, sendo esse alguém um criminoso, eu podia viver com isso, Rafaella também, agora despertar desejo e principalmente amor de alguém, pra mim dava na mesma, mas sabendo do coração de Rafa, saberia que seria um desafio e um fardo, pesado demais para carregar.
Convidei para comermos um X-egg com café da lojinha de conveniências que sempre frequentávamos, era nosso ritual pós trabalho.
*Voltando a cena da Loja de conveniências do Primeiro Capitulo...*
Estava nas pontas dos meus pés, debruçada no balcão, tocava uma música linda que eu não conhecia, a voz era encantadora, prestei atenção na letra....
Se a minha intensidade ainda for me matar ah, ah
Eu prefiro ser poesia e ter histórias pra contarEstudo meus princípios, minhas convicções
Prometo me abrir só pra quem merecer canções." Musica Secreta. M.GEstranhamente pareceu fazer sentido. Após pegar os produtos, já ia efetuar o pagamento, quando me virei para olha-la.
Rafa como sempre estava deslumbrante, mesmo cansada e com roupas que eu a via todos os dias, ela estava linda, me fitava com um sorriso largo no rosto e olhos brilhantes, meu sorriso no entanto se fechava, vi um vulto chegando por trás da Pajero, meu coração veio a boca, pus minhas mãos em minha arma, deixei todos os alimentos e produtos caírem no chão enquanto corria para minha amiga, com olhos assustados. Não podia acreditar em quem tinha avistado.
AUTOR
Rafaella via a cena como em câmera lenta, cerrou os olhos tentando enxergar se algo havia acontecido dentro da loja, nada... Manu chegou em um pulo ao seu lado, gritando e verificando todo o perímetro, com sua arma na mão, também era uma Glock igual de Rafaella, mas a sua tinha um cabo personalizado. Rafa ao ver o que ela estava fazendo, também empunhou sua arma, a mais baixa com o peito subindo e descendo em um ritmo descompassado, pelo medo e pelo susto.
- Manu, o que você viu, não tem nada aqui – Rafa já falava guardando sua Glock no coldre. A mais baixa ainda virava rapidamente sua cabeça de um lado para outro.
- Desculpa – falou guardando sua arma também e passando as mãos tremulas pelo rosto – eu achei que tinha visto alguém chegar por trás de você apenas me assustei, tenho esse defeito, essa mania de perseguição, vou melhorar isso.
- Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso... – a loira disse citando lispector enquanto a envolvia em um abraço apertado e aconchegante, Manu pôde sentir o perfume adocicado de rafa e um sentimento de que estava em casa a invadiu, tranquilizando-a - Você tá trabalhando de mais manuzinha – Lagrimas já se formavam em sua face, Rafa as enxugava com o dorso da mão, nunca tinha visto a amiga daquele jeito. - Amiga você ta ovulando? – as duas riram.
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Máscaras (Girafa)
Fiksi PenggemarRafa, Agente Federal com sede de vingança que se mete em uma trama envolvendo uma família poderosa de Brasilia, cruza seu caminho com Gizelly , uma Professora de Direito de uma renomada Universidade e integrante da família investigada. O destino tr...