63 - Dois furacões

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Gizelly estava no escritório de advocacia trabalhando e Rafa em seu apartamento. A mais alta vestia um short jeans, uma blusa bege surrada e estava descalça, seu cabelo preso em um coque atrapalhado. O apartamento que ficou a sua disposição durante a operação deveria ser entregue essa semana,  mas devido a chegada de sua mãe, achou por bem adiar a entrega para hospeda-la. Já havia despachado alguns de seus pertences para o apartamento de Gizelly.

Enquanto ensacava algumas de suas roupas, sorria com a lembrança de algumas de suas conversas com Manoela, onde a mais baixa dissera em uma das ocasiões , que leu algumas coisas na internet a respeito de se relacionar com mulheres e que uma das páginas dizia que "No segundo encontro de um casal de mulheres, uma delas levava o caminhão de mudanças" "Eram muito emocionadas". Lembrou como tanto sua vida quanto de sua melhor amiga tinham dado uma guinada e pareciam estar encaminhando para o mesmo lugar, um local mais feliz e realizado.

Enquanto terminava seus afazeres o celular tocou. Pegou o aparelho, sorriu e sentou-se no sofá para atender, levando as pernas para cima.

- Você não morre tão cedo!

- Estava falando de mim é, com quem?

- Estava pensando em você e como você me disse sobre o segundo encontro de uma lésbica ser a mudança e cá estou eu, arrumando minhas malas. – Manu gargalhava do outro lado da linha.

- Amiga, a internet não falha! Mas me diz, como você está com tudo isso? Rafaella Kalimann vai se casar com um furacão, enfrentar outro e vai mudar de cidade.

- Eu estou mais nervosa em contar para minha mãe que me caso em algumas semanas com uma mulher do que contar para ela que estava trabalhando infiltrada e que vou mudar definitivamente para cá.

- Entendo seu pensamento mas é um pensamento burro. Sua mãe é um espirito livre Rafa, a mente dela é mais aberta que a nossas juntas, ela vai lidar super bem e ainda vai adorar a Gizelly, você vai ver.

- Vamos ver ... Mas e você, para de focar em mim viu Maria Manoela, sei muito bem que você anda tão emocionada quanto eu, to achando que você aparece casada antes de mim – ouviu-se Manu engasgando do outro lado da linha

- Que isso menina, ainda é cedo demais, vamos ver como vamos levar daqui para frente quando voltarmos, eu volto para o Rio e ela para São Paulo, não conversamos ainda sobre isso ...

- Eu te conheço muito bem Manu, você vai sabotar isso antes de tomar uma decisão mais séria a respeito de vocês – Rafa usou de um tom mais sério repreendendo a amiga por não tomar uma atitude.

- Então eu deveria, tipo, pedi-la em casamento ou minha transferência para outro estado?

- Não vou levar para o coração seu tom, por que sinto sua briga interna, e não to te falando para fazer o que eu fiz por que obviamente nem tudo que dá certo para uma vai dar para outra pessoa e nem sei se o que eu fiz vai dar certo, espero que dê. Só estou te falando para não estragar o que vejo que tem, você gosta dela não gosta?

- Desculpa Rafa, é que comparações são inevitáveis e eu me coloco na defensiva. Nossas dinâmicas são diferentes, os objetivos também e sim, eu gosto muito, cada vez mais.

- Vejo isso nas duas. – Manu suspirou pesado do outro lado.

- Sim, vamos ver. Mas me diz sua mãe chega quando? Estou com saudades também.

- Ela chega no sábado, Eii, que tal almoçarmos todas juntas? Você e Mari presentes não tem como ela surtar né – Manu riu do outro lado.

- Vou falar com Mari, Aceito por que estou com saudades da sua mãe e ela não vai surtar viu.

Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora