35 - Teoria do Caos

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"O simples bater de asas de uma borboleta pode desencadear um tufão do outro lado do mundo".

Claro que uma borboleta bater suas asas é impossível gerar um tufão em algum lugar, mas a metáfora se aplica perfeitamente aqui. Qualquer fator, por mais simplista ou distante que seja pode gerar efeitos significativos e imprevisíveis no resultado final.

Imagine um vírus desconhecido com proporções globais catastróficas que surgiu em uma cidadezinha do outro lado do mundo e não foi levado a sério.

Temos uma pessoa infectada e a primeira morte confirmada, mas afinal morrem pessoas todos os dias então aquela não foi vista como alarmante, então o manuseio do corpo se deu de forma desleixada, quem lidou com o corpo agora estava infectado, essa pessoa vai e volta do trabalho todos os dias com condução própria, mas seu carro naquele dia furou o pneu e ele teve que pegar o transporte público, entrando em contato com dezenas de pessoas.

Agora uma das pessoas que estava no mesmo ônibus veio do exterior e naquele dia viajaria para outro país e por ai vai. Em um piscar de olhos o contagio está tão grande que todo o mundo está contaminado.

E se a humanidade descobrisse como viajar no tempo e decidisse mandar um viajante para o ano de 1889 quando Hitler nasceu, impedindo a criança de viver, isso impossibilitaria o genocídio de milhares?

Quem podia garantir que a partir desse evento outro líder pior não surgiria.

Pequenos eventos e pequenas decisões podem mudar a vida de pessoas de forma permanente e podem se tornar irreversíveis.

POV RAFA

Estou em um grande dilema, ainda não tenho todas as informações e não sei por que e como Manu ainda estava viva, não consigo tomar partido entre a lógica e meus sentimentos.

Eu não podia aguentar seus olhares e seus toques mais sem que ela soubesse toda a verdade.

Razão ou emoção?

Minha cabeça dizia que mesmo que Gizelly merecesse saber toda a verdade, eu não tinha todo o cenário formado a minha frente, faltava as peças do quebra cabeça que só Manoela podia me dar, e contar para ela tudo que se passava seria como intervir no curso que as investigações estavam tomando.

Eu a olho agora e só consigo ver amor, carinho, cumplicidade, a forma como ela falou despretensiosamente sobre relacionamento demonstrava sua ânsia por um futuro comigo que , eu nem sabia antes, mas agora percebi que também tinha.

Com tudo que já vi na minha profissão e na minha vida eu sabia que o mundo era um lugar ruim, cheio de maldade de rancor, mas meu mundo estava ficando muito melhor com Gizelly nele.

Então o que fazer?

Me senti extremamente impotente, minha cabeça e decisões sempre foi inclinada para as sensações e meu sexto sentido, mas minha profissão havia me treinado para pensar baseado na lógica, na razão.

Ouvir Gizelly com sua voz rouca, esperançosa e gostosa me chamar de um nome irreal foi o que me tirou dos meus pensamentos.

A razão não vai ter força suficiente hoje para vencer essa batalha...

"Polastri" – ela chamou minha atenção quando meus olhos desviaram dos seus.

"Kalimann" foi o que minha boca conseguiu pronunciar , em um sussurro , enquanto meus olhos fitavam o chão.

Suas mãos envolveram meu rosto e ela me puxou para mais perto, me forçando olhar para ela novamente. "O que você disse, Rafa?"

Tirei delicadamente suas mãos de meu rosto e a puxei para o sofá, meus olhos marejavam, minhas narinas ardiam e todo o medo que eu sentia de pôr a missão em risco havia sido substituído pelo medo de nunca mais poder sentir suas mãos ou seus olhos sobre meu Ser novamente.

Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora