58 - SETEVIDAS

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A Música do Capitulo é essa obra prima da Pitty.

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Autor

Enquanto Rafaella andava o mais rápido que podia, com uma Gizelly apavorada no Banco do Carona e um Daniel com os olhos vazios e absorto em seu próprio pensamento, Mariana e Manoella chegavam ao Hospital.

As arvores passavam rapidamente pela janela do carro, seus olhos vidrados na estrada enquanto derramava algumas lagrimas eu seu próprio colo. Não é possível, de novo não Manu, a mais alta pensava enquanto só conseguia pensar na amiga. Gizelly dividia sua preocupação com a mais baixa, a quem cada dia tinha mais carinho. Rafaella parecia ter seu coração cada vez mais esmagado com a tristeza de não saber o que encontrar quando finalmente chegasse ao Destino. Gizelly dividia a preocupação também com seu irmão que parecia um corpo vazio e muito de longe o que um dia conhecera.

Rafa acelerava cada vez mais o carro.

- Rafa ! – ela continuava a chorar e dirigir de forma rápida, Gizelly repousou sua mão esquerda na coxa da mais alta e fez uma pressão ali enquanto a chamava novamente.

- Estou dirigindo Gi.

- Não, você está correndo, e muito! – Rafa olhou para o velocímetro, 140 km/h, era via expressa mas essa velocidade não era segura e ela sabia disso;

- Desculpa – diminuiu um pouco a velocidade enquanto limpava suas lagrimas - Eu só tenho que chegar no hospital, posso deixar vocês em algum lugar, no seu apartamento...

- Não, eu irei com você e vamos direto , depois Daniel vai de Taxi para meu apartamento, não vamos desviar – apertou mais a coxa da mais alta enquanto a observava de perfil, Rafa olhou de relance para Gizelly e depois pelo retrovisor , observando as feições de Daniel, deu um meio sorriso e afirmou com a cabeça, voltando seus olhos para a estrada.



(...)



Mari ficou andando de um lado para outro quase furando o chão, passou as mãos no rosto e deu um gritinho agudo como se estivesse sem nenhuma paciência. Se jogou no sofá da sala de espera do Hospital, dois agentes haviam acabado de chegar e estavam esperando em pé próximo a ela. Suas roupas estavam ensopadas com sangue, seus olhos cheio de lágrimas e arregalados. Ela respirava ofegante e esfregava as mãos impaciente enquanto batia os pés no chão impaciente.

POV RAFA

Chegamos ao hospital e Daniel nem se moveu, ficou esperando dentro do carro, insisti para que Gizelly fosse embora com ele mas ela não aceitou, não saiu do meu lado um segundo sequer. Entramos no elevador e suspirei fundo já sentindo mais lágrimas descerem pelo meu rosto, então senti a mão de Gi pegando na minha e apertando bem forte. Vi nossos reflexos na porta do elevador agora já fechada, ela vestia o terninho elegante e seus cabelos desciam em cascata deslumbrante, eu estava de calça jeans com a bainha ainda dobrada, estava um pouco descabelada e com os olhos inchados de chorar.
Mesmo ela passando por algo cruel e estressante, a morte de sua mãe, a falta de informação, a repentina depressão de seu irmão e toda a história com o testamento ainda estava ao meu lado, me dando apoio, apertando minha mão e me forçando um sorriso  vez ou outra para que eu me acalmasse.

Ela me encarou pelo reflexo e eu desviei o olhar respirando fundo, então ela desfez o contato de nossas mãos e se virou de frente para mim, pegou eu meu rosto e me deu um longo selinho enquanto acariciava meu rosto. Não foi preciso dizer nada, alias ela nem precisava fazer isso, só pelo enlaçar de nossas mãos e o fato dela estar ali, eu já sabia que era para me apoiar. como se fosse possível, eu a amei mais por isso.

Máscaras (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora