Capítulo 57 (Revisado)

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---Lexa espere por nós! ---Liam grita enquanto corre atrás de mim. Minha boca está seca. Se o que aquela mulher falou é verdade minha família corre perigo e Daniel voltou para terminar o que começou meses atrás.

--- Eu não posso eu tenho que ir!

---Calma Alexia! ---Débora puxa meu braço. --- Se Daniel tivesse fugido da Colômbia eu seria a primeira a saber. ---Respiro ofegante.

---Seja lá o que esteja acontecendo na minha casa agora, eu sinto que as coisas não estão bem! ---Falo exaltada. --- Eu não quero pagar para ver! ---Sinto meus olhos queimarem. --- Você escutou aquela vidente, ela disse que ele vai voltar!

---Videntes não sabem o que dizem!

---Ela sabe que eu estou grávida! Minha barriga mal apareceu e ela soube que eu estou esperando um filho, ou melhor, dois! ---Minha voz torna-se estridente. ---Você querendo ou não eu vou correndo para casa.

O celular do Li toca. Ele atende e é avisado que precisa ir para casa, sua mãe teve algumas tonturas, se despede rapidamente e diz que qualquer coisa é só ligar.

Volto a andar rapidamente pela rua, Debi me acompanha em silêncio. Entro em casa encontrando tudo em silêncio.

Vejo o topo da cabeça da minha mãe, ela está sentada em uma poltrona de costas para a porta. A TV está ligada.

---Mamãe, cheguei! ---Grito por cima do volume alto do aparelho. Ela não responde. Franzo as sobrancelhas. Caminho até onde ela está deixando minha bolsa em cima da mesinha na entrada. Debi fecha a porta. ---Mãe? --- Ponho a mão no estofado da poltrona e instantaneamente ela se molha de sangue.

Grito.

---Mamãe! ---Chamo desesperada. ---Olho para o seu rosto totalmente pálido, em seu pescoço está um ferimento enorme de onde ainda sai sangue. ---NÃO! MINHA MÃE NÃO! MINHA MÃE NÃO! ---Grito chorando de joelhos dentro do poço de sangue. ---Não mamãe... a senhora não... ---Soluço segurando sua mão na esperança de ainda ter algum vestígio de vida. ---Qualquer pessoa menos a senhora mamãe...

---Oi ruivinha... ---Por alguns segundos minha respiração para. Não consigo ao menos piscar. ---Não vai me dar as boas vindas? ---Levanto a cabeça lentamente. Meu estômago embrulha ao ver aquele ser horrendo me olhando. Seu único olho me analisa. Ele tem uma arma apontada para a cabeça de Gabriel, enquanto Bernardo está ferido no ombro e na barriga.

---Solta minha família Daniel! Suas contas são comigo, não com meu filho, meu irmão e também não eram com a minha mãe! ---Termino a frase chorando. ---Você não tinha o direito de tirar a vida da pessoa que eu mais amei durante toda a minha vida! E tudo isso por capricho...

---Cala a boca! ---grita me cortando atirando no vaso ao meu lado. --- Eu faço o que eu quero!

---Solta meu filho. Solta meu irmão. Agora. ---Digo pausadamente.

--- Eu faço uma troca. --- Faz uma pausa e solta a trava da pistola. ---Você vem comigo, caso não venha eu aperto o gatilho. ---Assinto. Ele solta o Gabriel que corre até mim. Meneia a cabeça e um dos seus caras solta o Bernardo que cai de joelhos.

Ele me pega pelos cabelos, grunho de dor. Nesse momento eu não consigo sentir mais nada. Esse demonio matou minha mãe. Matou por minha causa. Eu que deveria ter morrido. Ter a garganta cortada e sangrar até a morte. Minha mãe não mereceu isso. Bernardo não merecia levar dois tiros. Tudo isso é culpa minha. Anos atrás eu deveria ter escutado uma das únicas pessoas que me amavam de verdade, ter ouvido que isso tudo sempre foi uma loucura. Que não dá para mudar a personalidade das pessoas. Eu deveria ter ouvido que ele nunca passou de um lobo em pele de cordeiro, e eu agora não tenho dúvidas que o que eu mais quero é vingança pela minha mãe, por meu pai, por minha família! Eu sinto dentro de mim que eu nunca antes havia sentido. É como se alguma coisa me queimasse por dentro, não consigo parar de olhar para o corpo da minha mãe, ou até mesmo para Bernardo ajoelhado no chão segurando o lado da barriga, vejo a Débora ser agarrada pelo cara que segurava meu irmão, Gabriel chora desesperado, pede para o Daniel me soltar. Quando finalmente tomo coragem para olhar para o desgraçado que acabou com a minha família, me assusto, ele tem um olhar diabólico. As pupilas totalmente dilatadas.

---Finalmente tenho você em meus braços de novo... Dessa vez a gente vai ficar juntos para sempre princesa, para sempre!

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O Príncipe Do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora