Prólogo

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Verão de 2012

- Christopher! Me segura! Me segura! - gritou Dulce, preparando-se para cair de costas durante o exercício de confiança no acampamento do último ano do ensino fundamental.

Fazia anos que tinha uma quedinha por Christopher. Agora que estava terminando o nono ano e começaria o ensino médio no outono, as coisas pareciam estar melhorando. De pernas depiladas, novo batom rosa nos lábios e um rabo de cavalo alto, ela sabia que estava bonita. E Christopher logo, logo saberia também, assim que ela caísse (literalmente) em seus braços.

- Hã... ok- respondeu Christopher, atrás dela. - Estou quase pronto.

- Ok. - Sentindo-se nervosa de repente, Dulce respirou fundo algumas vezes. - Vou cair!

- Pode vir! - avisou Christopher.

Dulce sentiu o vento nas costas quando endireitou o corpo e se jogou para trás.

Mas não parou de cair: não havia nada que a pudesse amparar. Bateu na grama com um baque e olhou para cima.

Belinda Peregrín enrolava uma mecha de cabelo entre os dedos, rindo de algo que Christopher dizia. Aquele cara tinha a capacidade de concentração de um peixinho dourado!

- Seu babaca! - Dulce bateu com o punho no chão. - Christopher? Somos parceiros, e existe um motivo para o fato de essa atividade se chamar exercício de confiança! Você deveria ter me segurado!

Ele arregalou os olhos.

- Ai, droga! Me desculpe, Dulce. Belinda não sabia o que era para fazer e não tinha parceiro, então eu disse que ela poderia ficar com a gente.

- Ah, mas...

- Nossa, Christopher, ainda bem que me ofereci para ser sua parceira! Vamos precisar de duas pessoas para segurar essa garota. Ela parece uma baleia inchada. - Belinda riu e cutucou Christopher, o que fez o estômago de Dulce embrulhar.

Ela sabia que não era tão magra quanto Belinda ou as outras garotas. Umedeceu os lábios, insegura, e sofreu a dor da rejeição que se abateu sobre ela. Enquanto o silêncio se prolongava, sentiu as lágrimas que brotavam e um nó na garganta.

Dulce olhou para ele, que estava com as bochechas um pouco vermelhas, mas Christopher não disse nem uma palavra. Ele não a defendeu. Ele não fez nada.

Talvez essa tenha sido a pior parte. A total falta de reação.

Ele poderia ter rido da piada também. Isso ao menos deixaria Dulce irritada o suficiente para socar a cara dele. Em vez disso, Christopher a olhou com pena, como se o que Belinda dissera fosse verdade. Como se concordasse com aquilo, mas não soubesse de que modo dizer isso a ela.

Dulce sentiu os olhos se encherem de lágrimas, então os baixou à grama, que já lhe causava coceira.

- E aí, gente, estão prontos para o exercício?

Anahí foi até eles e sorriu, deixando Dulce ainda mais insegura. A única garota em quem Christopher confiava era Anahí. Dulce e Christopher compartilhavam a melhor amiga, o que era uma droga, na opinião de Dulce. Fazia com que ela sempre se sentisse sobrando, como se fosse um brinquedo estranho e com defeito, que nunca se encaixava em lugar nenhum.

Christopher abraçou a recém-chegada.

- Estávamos só aquecendo.

- Legal. - Anahí olhou para Dulce. - Vamos lá! Levante-se daí, preguiçosa!

Belinda caiu na gargalhada.

- Exercício, Dulce. Já ouviu falar nisso?

Anahí olhou de cara feia para Belinda e estendeu a mão para Dulce.

- Ignore. Ela só está chateada porque seus peitos são maiores que os dela.

Revirando os olhos, Dulce se levantou e deu uma última olhada na direção de Christopher. Era o fim da quedinha que sentia por ele. De verdade. Afinal, que garota quer se apaixonar por um cara que não a resgata quando ela mais precisa dele?

Ela queria um homem como os que via nos filmes e na TV. Um herói de verdade, que a salvasse. Homens de verdade usavam armas e espadas para lutar pelas mulheres que amavam. No ano anterior, quando a turma assistiu ao filme Romeu e Julieta, Dulce precisou esconder as lágrimas que escorriam por seu rosto durante a última cena. Era aquilo que ela queria: um homem tão apaixonado que a seguisse até o outro mundo! Na época, quando disse aquilo em voz alta, Christopher a olhou como se ela fosse maluca. Bem, ele é que iria se dar mal, no final das contas! Dulce encontraria o homem da sua vida! E, por ela, Christopher Uckermann poderia... morrer.











Gente eu li essa fic no Instagram já tem um bom tempo e simplismente amei!

Vou postar ela aqui e espero que gostem também, assim vou matando a saudade.

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