Deixasse ser salvo.

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Depois de um tempo, estando Bora a confortar e se sentar ao lado de Siyeon, a mesma olhava perdida para a entrada da porta, suspirando regulamente quando repousou sua cabeça sobre o ombro de sua sútil salvadora.

A Lee nada disse no momento em que estava na companhia de Bora, e a própria nada perguntou.
Só ficou ali, com ela.

A acolhendo, a esperando, ansiando para que em algum momento ou outro, a mulher esbelta, de olhos gentis e atormentados, pudesse se abrir com ela, não por se sentir pressionada, ou que devesse dar uma explicação, mas sim, quando ela estivesse pronta, e mais segura de si, quando resolvesse se abrir.

ー Bora? ー Murmurou quebrada, e se arrependeu pelo seu tom sair assim. 

ー Vamos tomar banho juntas? ー Perguntou a Kim, conforme sentia a pele suave de Siyeon aquecesse em contato com a sua.

ー Q-quê? ー Gaguejou, e depois de um bom tempo evitando a mulher ao seu lado, Siyeon a encarou surpresa.

Fazendo-a esquecer, e se desprender de seus medos.

ー Gostaria de tomar um banho comigo, Siyeon? Prometo não fazer nada que ultrapasse seus limites. ー Confessou num tom pacífico sem qualquer malícia em suas palavras.

A morena a olhou com uma certa relutância, mas ao notar olhos brandos e tranquilizadores, Siyeon baixou a cabeça em silêncio e concordou, para a surpresa da Kim.

 Embora a própria tenha feito tal pergunta, para usar como uma forma de escape e de afastar o pavor daqueles olhos no tom âmbar, que refletia o fardo de seu passado, que sempre dava um jeito de atormentar seu presente.

ー Está bem, vou ligar a torneira para encher a banheira, e pegar algumas essências para colocar na água.

Dito isso, Bora viu medo em Siyeon, como se temesse por algo que a espreitava  

Sem dizer uma palavra, a Kim se levantou do azulejo frio, e ao voltar atenção para sua indefesa Lee, a mesma estendeu sua mão.

Ao ver aquela ação, Siyeon não duvidou por nenhum segundo em segurar a mão que lhe era oferecida.

Pela primeira vez em sua vida conturbada, ela queria ser salva, ela queria aceitar a mão que lhe era estendida, sem nem ponderar o que estava fazendo, embora antes a mesma se negava, e rejeitava aceitar qualquer forma de ajuda. 

Até porque Siyeon nunca se considerou ser socorrida, ou que merecesse tal ato de compaixão.

Alguém tão quebrantada, poderia realmente aceitar ser salva? 
E se ela começasse a ser um estorvo?
Ou pior, fazer Bora odiá-la?
O que faria?
Como encararia ser rejeitada, quando sua salvadora se cansasse dela?

Perguntas involuntárias e perturbadoras começavam vim sufoca-la.

Enquanto Bora caminhava até sua mala, sentia o aperto firme em sua mão ceder, o que a fez parar seu trajeto e se voltar para sua acompanhante.

ー Siy, fique comigo, não deixe que pensamentos ruins ditem o que não vai acontecer.  

Bora ficou mais ciente e observadora, quando percebeu um pouco de si mesma, em sua gentil acompanhante.

Eu Vejo Você. - ( Suayeon.)Onde histórias criam vida. Descubra agora