Eu Vejo Você. - ( Suayeon.)

Fragmentos

Ao abrir os olhos, Bora viu Siyeon distante, desfocada observando seu celular que não parava de vibrar em suas mãos.
Seu semblante exaurido e triste era notório em toda a proporção de sua face.

Mas quando o olhar obscurecido se encontrou com o de Bora, um sorriso curto surgiu em seus lábios, conforme desligava o smartphone e se deitava sobre a cama.

ー Oi dorminhoca?

Sorriu a Lee sem mostrar os dentes, e sentiu o toque suave em sua bochecha.

ー Porque não me acordou?

ー Porque ainda temos tempo antes do casamento. ー Revelou. ー Á algo que queira fazer antes de irmos?

Bora a olhou curiosa se sentando na cama, onde suspirou, e viu a morena apoiar seu queixo sobre o elefantinho azul.
Uma cena terna, que fez o coração da Kim errar algumas batidas.

ー Onde gostaria de ir?

Indagou, e viu a Lee dar de ombro.

ー Qualquer lugar que você for, me sentirei bem, contanto que eu esteja com você.

Soltou com um sorriso tranquilizador em seus lábios ao ver a surpresa de Bora

ー Siyー a Kim chamou sua atenção, e ao se deparar com olhos brandos sobre ela, a mesma não teve coragem de querer tocar na conversa que ambas tiveram no começo da madrugada.

ー Bem, te deixarei tomar seu merecido banho, enquanto peço o cardápio de hoje.

Comentou ao se levantar, indo em direção ao telefone fixo, enquanto tentava ignorar o incômodo em seu coração.

Embora ambas tenham muito o que conversar, Siyeon se sentiu demente por não ter sido clara com Bora, e presenciou a Kim se revestir por um momento, com a armadura que a tanto tempo usou.

Mesmo não querendo afastar a Lee, Bora percebeu que nenhuma das duas estavam prontas para estarem juntas, igualmente como Siyeon notou horas atrás.

Ambos os corações queriam uma outra, no entanto, elas ainda tinham que resolver muitos desfechos que elas tanto ignoravam.

Enquanto a Lee estava perdida, olhando o cardápio sobre o móvel,
Bora se levantou silenciosamente
e numa ação que Siyeon não esperava, sentiu a Kim a envolver.

Com a mão livre, Siyeon acariciou os braços que a abraçavam, conforme Bora exalava o cheiro suave da fragrância que sua acompanhante usava.

ー O que acha de saímos para comer?

Siyeon largou o telefone, se voltou para a mulher que a envolvia, depositou um beijo ligeiro na bochecha da Kim, e logo envolvendo-a na mesma calmaria, dos olhos castanhos que a observava.

ー Parece bom.

Depois de ouvir a resposta da Lee, Bora se fundia relaxada no corpo acolhedor e esbelto, que tinha um cheiro suave de  castanhas, fazendo com que a Kim, exalasse profundamente aquele aroma marcante e familiar de sua acompanhante.

Pois ao lembrar de ontem, e como ambas se encontravam devastadas e com as cicatrizes, a mostra, nenhuma das duas queriam se soltar.

Bora queria mantê-la consigo, pois a imagem de Siyeon ficou gravada em sua mente, ao ponto de não querer solta-lá, e cruzar novamente com aquele olhar desamparado, de alguém que crer ter perdido tudo.

Foi esse sentimento que a Kim sentiu, quando ela correspondeu seu abraço, e suas lágrimas umedeceram seu colo.

E mesmo elas tendo passado por um assunto complexo, é preocupante ver como Siyeon era capaz de transmitir em seu abraço, tranquilidade como se nada estivesse acontecendo.
E isso deixava a Kim inquieta.