ℓα ℓєγ | Zᴀʙᴅɪᴇʟ ᴅᴇ Jᴇsᴜ́s

《9》

                                                                                           [...]

Fui até o quarto que divido com a minha amiga, abri uma gaveta e peguei os vestidos e os calçados que o Zabdiel comprou para mim, os coloquei em cima da cama e ao tocar no vestido vermelho, lembrei do jantar que fui convidada e da minha reação quando vi ele colocando aquele anel de diamante no dedo da Antonia.

Não parei de pensar nele desde aquele beijo e me arrependo de ter correspondido. Zabdiel não sai dos meus pensamentos, o meu coração acelera quando estou perto dele e tento evitar de olhar para ele, mas não consigo. No mesmo instante peguei os vestidos e fui procurá-lo. Quando entrei no quarto dele, o encontrei tocando violão e cantando uma música romântica.

— Eu não queria te atrapalhar, mas tive que aparecer aqui para devolver essas coisas. - falei colocando os vestidos e os sapatos na cama. —
Não posso continuar com eles.

Zabdiel deixou o violão no sofá, se levantou e ficou na minha frente.

— Não precisa me devolver. Fui eu que te dei de presente. - Zabdiel falou quando me olhou e percebeu que eu estava nervosa. — Eu sei que está agindo assim por causa daquele beijo... não quero que pense que sou um aproveitador.

— Não posso aceitar os seus presentes e muito menos continuar sendo sua amiga. A partir de hoje só vamos ter a relação entre patrão e empregada.

— Você é bem teimosa, hein? Por que tem medo de que alguém descubra o que aconteceu? Só foi um beijo e nada mais.

— Mesmo assim quero ter uma certa distância. Pode pensar o que quiser de mim, mas não quero manter nenhum tipo de contato com você.

— Está bem, Alana. De qualquer jeito vou continuar te ajudando em tudo o que precisar.

Eu quase ia saindo do quarto, mas ele me puxou pelo braço e quase me beijou. Alguém apareceu no momento e disfarçamos para que não suspeitasse de nada.

— O que você está fazendo no quarto do meu filho? - dona Maitê perguntou furiosa. — Só pode entrar aqui quando for limpá-lo.

— Desculpe, senhora. Prometo que isso não vai voltar a acontecer. - falei com a cabeça baixa.

— Mamãe, não brigue com ela. Fui eu que pedi que a Alana viesse aqui para a gente conversar sobre algumas coisas. - Zabdiel me defendeu. — Então não adianta ficar acusando os outros sem saber das coisas.

— Perdão, filho. - dona Maitê ficou sem graça. — Só estou aqui para avisar para a Alana que a mãe dela está aqui e que quer vê-la.

— O que a minha mãe quer comigo? - perguntei para mim mesma e olhei para a dona Maitê. — Obrigada por me avisar.

— Zabdiel, preciso sair com a Antonia para olharmos algumas coisas do casamento. - dona Maitê disse sorrindo para o filho.

— Está bem, mãe. - Zabdiel respondeu com aquele sorriso lindo. Confesso que quase me derreti.

Acompanhei a dona Maitê até a sala, enquanto o Zabdiel permaneceu no quarto cantando. A voz dele era tão doce, calma e delicada, que deixa qualquer pessoa encantada. Encontrei a mamãe observando cada detalhe da sala e estava próxima de alguns vasos.

— O que você quer comigo, mamãe? Como soube que estou trabalhando aqui? - perguntei encarando ela.

— É assim que você me recebe? Uma pessoa me contou que está trabalhando aqui e que foi muito fácil encontrar esta casa. Vejo que está vivendo muito bem neste luxo. - ela respondeu olhando ao redor da sala.