ℓα ℓєγ | Zᴀʙᴅɪᴇʟ ᴅᴇ Jᴇsᴜ́s

《46》

Finalmente chegou o fim de semana. Aproveitei o momento para dormir até um pouco mais tarde. Levantei da cama, tomei um banho, fiz a higiene matinal e vesti uma camisa e uma bermunda. Andei até a cozinha e encontrei o meu pai preparando umas panquecas que pareciam estar muito boas. Enquanto tomava o café da manhã, comentei com ele sobre o meu encontro com a minha mãe verdadeira e que eu estava muito ansioso.

Decidi fazer uma caminhada na praça. Encontrei a Gwen correndo e decidi acompanhá-la. Ficamos calados durante o trajeto, sem trocar nenhuma palavra, apenas nos comunicamos através de língua de sinais. Resolvi parar um pouco porque estava me sentindo cansado, sendo que não tenho costume de praticar corrida. Fiquei observando as outras pessoas correndo e acabei reconhecendo a Alana de longe. Ela estava andando com um carrinho de bebê e parecia estar muito contente.

— Alana está aqui. - falei comigo mesmo.

— Você falou algo? - Gwen perguntou.

— Aquela mulher que tanto te falei está ali.  - respondi apontando para a Alana.

— Ela está empurrando um carrinho de bebê.

— Que coisa mais estranha... - fiquei confuso.

— Essa criança só pode ser dela.

— Isso não é possível. - balancei a cabeça negativamente, pois não conseguia acreditar no que estava vendo.

— Existe a possibilidade do bebê ser dela. - ela cruzou os braços. — Só falta me dizer que não sabe que ela teve um filho.

— Não pode ser. Se ela estivesse grávida, teria me contado.

— Eu prefiro não comentar sobre esse assunto.

Observei a Alana sentando no banco e pegando o bebê no colo. Segundos depois, Christopher apareceu e deu um beijo nela. Não sabe o quanto que fiquei com raiva ao ver a cena! Senti vontade de dar um soco na cara dele por estar roubando ela de mim. Ambos estavam muito contentes e começaram a brincar com o bebê. "Agora estou descobrindo toda verdade. Eles estão tendo um relacionamento sério e existe a possibilidade de ser o filho deles", pensei comigo mesmo.

— Gwen, vamos embora. - falei virando as costas.

— Por que, Zabdiel? Você está assim por que viu ela beijando outro homem? - ela perguntou. — Parece que está triste ao saber que a sua amada está reconstruindo a vida.

— Por que ela nunca me disse que estava tendo algo sério com o Christopher? Será que tudo isso indica que ela deixou de me amar? - perguntei desesperado.

— E o bebê? Você acredita que seja daquele homem?

— Com certeza deve ser o filho do Christopher.

— Quando você coloca uma coisa na sua cabeça, não tem quem faça tirar. - ela me olhou e fez um gesto para voltarmos a correr.

— Eu perdi ela para sempre.

— Não diga isso, Zabdiel. - ela tocou no meu braço.

— Vamos embora. Não tenho mais nada o que fazer aqui.

Antes de ir embora, olhei novamente para a Alana e, felizmente, ela não percebeu a minha presença. Gwen insistiu que continuássemos com a caminhada, e decidi voltar para o apartamento. Eu não conseguia tirar aquela cena dos meus pensamentos, pois até agora estou sem acreditar que a Alana mentiu durante esse tempo todo. Agora ela está reconstruindo a vida com outra pessoa e além disso, teve um filho com aquele homem.