Capítulo 35

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Enzo encerrou a chamada e do nada disse:

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Enzo encerrou a chamada e do nada disse:

- Precisamos ir! - Então me puxou pela mão, me forçando a quase correr para acompanhá-lo.

Dou uma olhada para Emily, que fez um sinal de telefone com os dedos, dizendo para ligar para ela mais tarde.

- O que houve? - Pergunto, mas Enzo não responde. Puxo o braço, lutando para me libertar. - ENZO!

- Lisa, por favor... - Ele fecha os olhos com força, então os abre e olha para mim. - Fique calada, eu agora não consigo falar, estou nervoso. - Enzo entra na limusine, dando um endereço para o Scott.

Cerro a mandíbula, respirando fundo, tentando não surtar. Estava tudo certo, o que será que aconteceu?

Cruzo os braços e me afundo ainda mais no banco. Enzo não quer falar comigo? Pois bem, não falarei com ele.

Ele fecha novamente os olhos com força e joga a cabeça para trás, depois olha na minha direção e, depois de um suspiro, fala:

- Eu ajudo um orfanato e o menino que mais gosto de lá está passando muito mal. - Ele volta o olhar para a janela, perdido.

Fico surpresa por um instante, mas seu rosto está tão infeliz que coloco minha mão sobre seu braço.

- Podia ter me contato, ao invés de me mandar calar a boca... Mas, Enzo, vai ficar tudo bem. Prometo. - Olho para ele com todo o carinho que sinto.

- Ele tem asma, Lisa. - Ele fecha os punhos. - A última vez que ele ficou assim, esteve internado na porra de um hospital, quase sem vida…

- Amor, confie em mim. Vamos até lá e, se for preciso, levamos ele até o hospital. Ficar nervoso não vai ajudar. - Subo a mão até sua nuca e faço um carinho em seu cabelo.

- Eu não posso perder ele, Lisa... - Ele vira o rosto para mim e olha no fundo dos meus olhos. - Eu prometi que iria adotá-lo assim que pudesse, mas não posso adotar ele sem estar casado…

A pequena indireta não me passa despercebida, mas decido ignorar essa parte.

- Vamos nos concentrar em uma coisa de cada vez, está bem? Por que não liga para o doutor Matthew e pede para ele ir ver o menino?

- A Sarah já deve ter ligado, eu avisei que caso acontecesse alguma urgência era para ligar para ele e para mim. - Enzo respira fundo algumas vezes.

- Então, amor... Tente ficar calmo, tá bom? Concentre-se. Eu sei que você consegue resolver qualquer coisa. - Tento, a todo custo, tirar essa expressão sofrida de seu rosto.

A limusine finalmente pára e percebo que chegamos. Enzo sai rapidamente do veículo, esperando por mim, então pega minha mão, correndo para os portões.

Ele toca a campainha e uma menininha morena muito linda aparece na porta, chorando.

- Enzo... - Ela clama por ele e, para meu completo espanto, Enzo a pega no colo e a abraça gentilmente.

- O que fazes aqui fora sozinha, Anabeth? - Ela chora ainda mais.

- O-o médico simpático falou que podia vir, que era você. - Enzo entra pelos portões, chamando por mim por cima do ombro, ainda com a pequena nos braços.

- Menino Enzo! - Uma senhora de idade vem até ele, aos prantos.

- Calma, Sarah. - Enzo larga a menina no chão e abraça a senhora. - Onde ele está?

- No seu quarto. - Ela choraminga. - Ele está tão pálido, ainda não parou de chamar por você... - Enzo assente, então pega minha mão, segurando-a com força.

 - Sarah, essa é a minha namorada. - Ele diz, com a voz rápida. - Ela pode subir?

- Claro, menino Enzo. - Ela olha para mim, sorrindo triste. - Você é de casa, pode trazer quem quiser. - Enzo me arrasta pelas escadas em direção do que imagino ser o quarto do menino.

- Enzo... - O menino choraminga, e Enzo larga minha mão e sai correndo até a cama - Não me deixes, Enzo...

- Jason. - Com o coração na mão, vejo Enzo se ajoelhar ao lado da cama do menino e tocar o seu rosto. - Estou aqui... Respira, estou aqui. - Ele lhe beija a testa e olha para o Matthew, que está em uma cadeira próxima, enquanto o menino continua balbuciando coisas incoerentes e clamando por Enzo.

- Ele está ruim, Enzo. - Olho para a criança e para o homem ao seu lado, com lágrimas nos olhos. - Mas vai ficar bem, eu espero. - Enzo não diz nada, apenas se aproxima do menino, colando sua testa na dele.

A menina que abriu a porta para nós, a que Enzo chamou de Anabeth, vem até meu lado e segura minha mão com as mãozinhas geladas. Olho para ela, que segura uma boneca muito parecida consigo. Engulo meu choro. Preciso ser forte, por Enzo e por essas crianças. Me abaixo para ficar da altura da menininha e digo:

- Olá, querida. Meu nome é Lisa, e o seu?

- Anabeth. - Ela fala, com a vozinha embargada.

- Você tem um nome lindo, Anabeth. Essa boneca é sua? - Tento distraí-la da cena que se desenrola no quarto.

A pequenina faz que sim com a cabeça e abraça ainda mais a boneca.

- Ela tem um nome? - Aliso os cabelos da boneca.

A menina faz um sinal negativo e então olha para a cama, onde Enzo ainda está ajoelhado ao lado do menino.

- O Jason vai ficar bem?

- Claro que sim, meu bem. - Aperto-lhe a mãozinha frágil. - Mas ele precisa descansar, então por que não deixamos os garotos aqui e você me mostra o resto da casa.

Seus olhinhos castanhos se iluminam por um instante quando ela fala:

- Posso te mostrar os presente que o Enzo me deu? E posso te mostrar meu quarto, e o quarto da tia Sarah, e o quarto das outras crianças!

- É claro, minha linda. - Me levanto, ainda segurando sua mãozinha. - Vamos lá?

A garotinha começa a andar na minha frente. Olho por cima do ombro, para o doutor Matthew, que estava olhando para nós duas. Ele dá um pequeno aceno com a cabeça, então volto meu olhar para meu Enzo. Ele ainda está na mesma posição, ajoelhado ao lado da cama do garoto, uma mão segurando a mão da criança, a outra alisando seus cabelos.

Saio pelo corredor, com Anabeth me guiando. Espero de coração que o menino fique bem. Agora não só por Enzo, que posso ver que ficaria destroçado se algo lhe acontecesse, mas também por Anabeth e as outras crianças.

Is it love? Lisa Parker [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora