Capítulo 13

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"Mais um dia, menos um dia", penso, ao colocar minhas bolsa no meu armário na salinha de descanso das recepcionistas e telefonistas

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"Mais um dia, menos um dia", penso, ao colocar minhas bolsa no meu armário na salinha de descanso das recepcionistas e telefonistas. Dou uma última conferida no cabelo e na maquiagem e me dirijo para o balcão da recepção. Sou praticamente a primeira a chegar na empresa, então está tudo bem calmo.

Sento-me no meu banquinho e coloco o cotovelo no balcão, apoiando o queixo na palma da minha mão. Fazem exatos três dias que não tenho o menor sinal de vida de Enzo.

Claro que tentei a todo custo parar de pensar nele. Até flertei com outros caras, mas não consegui ficar com ninguém. Desde que tive suas mãos em mim não desejo mais nada além de senti-las de novo. Sentir seu toque, seu cheiro, sua língua poderosa se entrelaçando na minha...

Meneio a cabeça, afastando o pensamento. Lucy escolhe esse exato momento para aparecer ao meu lado.

- E aí, gatona. - Ela me cumprimenta.

- Bom dia, linda. - Dou um beijinho em sua bochecha. Lucy pode ser fofoqueira e preguiçosa, mas não é má pessoa.

- Como vão as coisas? - Ela pergunta enquanto liga seu computador e coloca o headset na cabeça.

- Tudo certo. - Não tenho tempo de terminar de falar, logo o hall começa a se encher de pessoas.

Enquanto atendo alguns clientes novos, vejo os habituais empregados passando. Colin, com seus fones de ouvido, senhor Leviels, que levanta os olhos do celular para me dar um "bom dia" caloroso e amistoso, Cassidy, que finge que nem existimos. Emily chega mais cedo do que o normal, me dá um aceno rápido e vai para o elevador. Até mesmo Gabriel já chegou, me dando a mesma piscadela provocativa de sempre. Matt vem direto da garagem, por isso não passa por aqui, mas pela hora, logo ele deve me ligar e pedir para encontrá-lo para um café lá no andar 42.

O movimento hoje é bem intenso. O fluxo de clientes permanece intenso durante toda a manhã. mas isso não me impede de reagir ao ver a porta de vidro se abrindo e Enzo Pérez entrar por ela, todo o seu corpo largo projetando uma sombra pelo chão de mármore.

- Aí vem o senhor bonitão. - Lucy comenta, rindo baixinho.

Fico tensa, na espera de que ele venha até mim e me dê a bronca que eu imaginei que daria mas, para meu total espanto, ele me ignora completamente e vai em direção ao elevador, me deixando boquiaberta.

- Ué, nem um bom dia? - Lucy pergunta, se inclinando sobre o balcão para observá-lo melhor. - Ele tem uma bunda e tanto, hein.

"Você nem imagina, querida", mordo a língua para não falar nada.

O elevador chegar e Enzo entra. Ao se virar, ele olha direto nos meus olhos e levanta uma sobrancelha, alisando a gravata cor de chumbo. Quando registro o que aconteceu, as portas se fecham.

Fui completamente ignorada.

- Crianção. - Resmungo baixinho.

- O que disse?

- Nada, Lucy. Nada... - Suspiro e volto ao trabalho.

De repente me sinto um pouco tonta. Levo a mão a cabeça e me apoio na bancada, com as mãos e pernas trêmulas. Lucy vem até mim e me ajuda a me sentar.

- Ainda está fazendo essa dieta maluca, Lisa?

- Vou ser madrinha de casamento, Lucy. Preciso ficar linda naquele vestido... - Tento respirar fundo, mas minha garganta parece estar se fechando.

- Aqui. - Ela me ajuda a tomar um pouco de água, o que me faz melhorar um pouco.

- Obrigada. - Agradeço de coração, dando um aperto em sua mão e um sorriso fraco.

Meu telefone escolhe justo esse momento para tocar. Respiro fundo, me sentindo um pouco melhor. "É só até o final da semana", repito mentalmente, "Só ovo cozido, só até o final da semana". Pego o telefone e atendo:

- Carter Corp, em que posso ajudar?

- Oi, Lisa. É o Mark. Escuta, eu tô no meio de uma reunião com o Carter e mais alguns empresários, mas acabei esquecendo minha pasta com os arquivos em cima da minha mesa. Será que você poderia pegar e trazer para mim na sala de reuniões 3?

- É claro, senhor Leviels. Já estou a caminho.

Coloco o telefone de volta no gancho e aviso a Lucy de vou fazer o que Mark pediu. Vou até o elevador e me dirijo ao andar onde fica a sala do Mark. Bato na porta, mesmo sabendo que não terá ninguém lá dentro. Caminho até sua mesa.

- Graças a Deus que você é organizado, Mark! - Rio, vendo que ele deixou apenas uma pasta no centro da sua mesa e ela está intitulada "Reunião terça-feira (manhã).

Pego os arquivos e ando apressada até o elevador, apertando o botão do último andar. Ao chegar lá, dou um aceno de mão para a secretária, Nina, e peço para ela avisar ao Mark que estou aqui com os arquivos. Enquanto ela pega o telefone e o avisa, vou direto para a sala de reuniões que contém o número 3 na porta.

Aguardo um pouco até que a Nina me dê um sinal de positivo e então bato duas vezes.

- Entre, por favor. - É a voz do senhor Carter, ele parece divertido.

Abro a porta, com meu sorriso profissional no rosto. Mas meu sorriso logo se apaga ao dar de cara com Enzo Pérez. Sua postura relaxada contrasta com o ambiente ao seu redor. Ele está com um braço apoiado no encosto da cadeira e o calcanhar sobre o joelho, com o terno aberto e a gravata um pouco frouxa. Seu sorriso convencido ao olhar para mim me irrita muito e decido não me dar por vencida.

- Com licença, vim trazer os arquivos que o senhor Leviels pediu.

- Ah, Lisa, você é um anjo! - Mark exclama enquanto vou até ele e lhe entrego os papéis.

Rio baixinho, ainda mantendo o tom profissional.

- Eu tento, Mark.

Ele pega os arquivos das minhas mãos e agradece:

- Não me deixe esquecer de te pagar um café qualquer dia desses.

Dou uma piscadinha e respondo:

- Pode deixar, eu vou cobrar. - Rio mais um pouco e me viro para sair da sala mas, ao fazer isso, a tontura volta com tudo.

Me apoio na mesa e levo uma mão à cabeça. Sinto um par de mãos me segurando pela cintura e ouço a voz de Mark bem próxima:

- Tudo bem?

Me recomponho com um menear de cabeça e faço um movimento com a mão, como se não fosse nada.

- Tudo, tudo. Só me virei muito rápido.

Quando abro os olhos novamente, Enzo está em pé, os punhos cerrados e a expressão fechada. Peço desculpas e saio da sala o mais rápido que posso.m

Is it love? Lisa Parker [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora