Lisa Parker, a bela recepcionista da Carter Corp., é aquele tipo de pessoa que todos gostam de ter por perto: Animada e sempre pronta a ajudar
Ela foi morar em Nova Iorque depois de um confronto com a família e, desde então, mora em um pequeno apart...
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Se você me dissesse, há uma semana atrás, que eu estaria em um dos apartamentos mais luxuosos que já vi na vida (e isso inclui o da Emily e Ryan!), ao lado de um cara super gato que, apesar de toda a arrogância, está se mostrando extremamente fofo, eu diria que você estava delirando.
Mas olha só para mim agora. Sentada na enorme cozinha de Enzo Pérez, usando meu jeans favorito e uma blusinha confortável, almoçando sopa de legumes!
Na ponta da mesa, Enzo come em silêncio. Ele ainda está usando o mesmo conjunto de terno de três peças preto e aquela gravata chumbo. Novamente sinto um arrepio percorrer meu corpo ao olhar para ele com o canto do olho. Sua estrutura musculosa (que avaliei muito bem naquela outra noite) parece ainda mais impressionante com o terno feito sob medida.
Eu estaria mentindo se dissesse que não tenho vontade de arrancar cada peça com os dentes…
Talvez seja exatamente isso que eu faça. Afinal, já não estou mais aqui contra minha vontade.
Os pensamentos sacanas do que eu poderia fazer com ele tomam conta da minha mente e me pego olhando para o nada, corada e mordendo o lábio. Tomo um susto ao ouvir Enzo dizendo:
- Posso saber o que se passa nessa sua linda cabecinha, Lisa?
- Hmmm... - Olho para ele. - Melhor não. - Dou uma risadinha, maliciosa.
Ele olha meu corpo de cima abaixo e sorri de lado.
- Quem sabe eu não descubra mais tarde...
Levanto uma sobrancelha. Maldito, como sabe exatamente o que estou pensando? Levanto-me e pego o prato dele, sem perguntar se vai repetir.
- Não devia ir gerenciar seus inúmeros negócios ou seja lá o que for que caras como você fazem? - Pergunto, abaixando-me em uma posição muito sugestiva para colocar os pratos na lavadora de louças.
- Não, eu tenho pessoas que fazem esse trabalho por mim, fofa. - Posso praticamente sentir seus olhos na minha bunda.
- Pessoas como Ana? - Pergunto, virando-me para ele.
- Mais ou menos. - Enzo sorri. - Eu diria pessoas como o pai da Ana.
- O pai da Ana trabalha pra você também? - Puxo a cadeira e sento-me ao seu lado, apoiando o queixo na mão. - Ela é bem novinha, né? É sua secretário por que o pai dela pediu, então?
- Sim, ele já trabalhava desde a época do meu pai, por isso deixei ele lá. - Enzo passa o polegar pelo nariz, parecendo sem graça. - E não, ela é minha secretária porque ela mesma me pediu.
- Vocês parecem bem próximos, você e ela... Como irmãos, segundo a própria Ana. - Sorrio docemente ao lembrar do jeito com que Enzo tratou a dita cuja.
- Ela tem apenas seus 20 anos. - Ah, esse sorriso... - Sou meio protetor com ela, praticamente crescemos juntos. Ela o mais perto de um irmão que eu tenho.
Sorrio para ele, sentindo-me um tanto boba.
- Então, por trás da máscara de conquistador barato e raptor de donzelas há um coração, finalmente? - Rio da minha própria piada.
Enzo sorri de lado para mim.
- Todos têm um coração, por menor que possa ser. - Não pisque desse jeito para mim, senhor Pérez, ou voarei no seu pescoço...
Sorrio de volta, ignorando o último pensamento.
- Você disse que o pai da Ana já trabalhava na sua empresa na época do seu pai. Isso já faz muito tempo?
O que está havendo comigo? Todo esse interrogatório vai acabar cansando Enzo. Mas me pego querendo saber cada vez mais da vida dele, então vou aproveitar toda essa receptividade.
- Vai, me conta! - Dou um tapinha de leve em seu ombro.
Enzo olha para o local do tapa e ri de leve.
- Sim, já faz um bom tempo. - Ele se aproxima de mim e enrola um fio de meus cabelos em sua mão. - Meu pai ainda era vivo na época.
- Como ele faleceu? - Pergunto com a voz mais suave.
- Num acidente de helicóptero. - Ele solta meu cabelo, descendo a mão por meu ombro. - Minha mãe morreu meses depois, por culpa da saudade.
- Sinto muito. De verdade. - Digo, vendo sua expressão.
Por que de repente tenho tanta vontade de abraçá-lo e confortá-lo? Enzo Pérez não parece o tipo de cara que precisa de carinho e conforto.
Ou talvez seja...
- E então você assumiu a empresa? - Questiono, tentando mudar para um assunto mais leve.
- Sim, com apenas dezanove anos comecei a gerir ela. - Enzo puxa meu corpo gentilmente, envolvendo seu braço por meus ombros e me aproximando cada vez mais de si. - Não sabia nada, meu pai ainda não me tinha explicado como tudo funcionava. Meu único apoio foi o pai da Ana, ele me explicou tudo.
Deixo-me ser envolvida por seus braços, encostando a cabeça em seu ombro.
- Entendo...
Deus, esse contato é tão bom. Parece tão certo que até fecho os olhos para senti-lo melhor.
- E você? - Ele pergunta, alisando meu braço. - Por que decidiu ser recepcionista?
Rio amargamente.
- Não foi exatamente uma decisão.
- Me conte... - Sua voz está tão próxima. Posso sentir sua respiração em meus cabelos, enviando um arrepio delicioso por todo meu corpo.
- Saí de casa aos 19. Não tinha mais casa e nem para onde ir. Foi uma sorte enorme conseguir esse emprego na Carter. Comecei a trabalhar lá logo que me mudei para Nova Iorque.
As lembranças invadem minha mente em uma enxurrada de emoções. Trinco os dentes, tentando conter a onda de choro que sempre vem quando lembro dos meus pais.
- Por isso moravas naquele bairro? - Sinto ele apoiando o queixo no topo da minha cabeça e não ouso me mover.
- Sim. É o que o salário consegue pagar. - Suspiro. - Vou ter que me virar para achar um novo lugar.
- Bom, pode ficar aqui... - Ele parece surpreso com o que disse, mas logo se recompõe, coçando a garganta. - Digo, não precisa ficar tão preocupada em encontrar outro lugar. Por enquanto ficas aqui.
- É muito gentil da sua parte, mas não posso abusar da sua hospitalidade. - Me desvencilho de seu toque e prossigo: - Além do mais, cada um de nós tem sua própria vida. Não podemos abrir mão da nossa privacidade, se é que me entende.
- Entendo... - Enzo olha para a sala, desviando o olhar do meu. - Ainda queres ouvir-me?
- Siiiiim. - Cantarolo, batendo palmas.
Droga, estou agindo como uma colegial novamente. "Recomponha-se, Lisa Parker".
- Vem. - Ele sorri e se levanta, pegando minha mão e levando-me até à sala.
Enzo se senta no banco do piano e me puxa para sentar ao lado dele. Sento-me ao seu lado, curiosa para ouvi-lo tocar. Enzo abre o piano e alisa as teclas quase com reverência. Então as notas preenchem o ambiente e me deixo ser envolvida pelo som suave.
A letra de sua música toca alguma coisa dentro de mim. Ele também se deixa envolver, tão absorto nas palavras que canta. Sua voz rouca causa arrepios por todo meu corpo, enviando ondas de prazer que vão direto para minha parte mais íntima, provocando uma excitação que nunca senti na vida.