Capítulo 46

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Ellen

Frio na barriga! Era isso que eu sentia no momento, eu queria encher a cara hoje, mas não desceu nada só me dava essa sensação ruim.

Quando vi o Yuri parecia que o mundo tinha parado, ele tava lindo não sei como consigo ficar longe dele e esse tempo todo.

Ellen: Eu realmente sou muito tonta. _Olho por cima do ombro do Bruno._

Era ela, a menina da balada estava aqui e abraçada com ele. Ele estava muito feliz e sorridente, isso acabou comigo e me deixou totalmente abalada com isso.

Bruno: Que foi? _Ele vira e vê os dois indo pra cozinha._ Olha aqui, calma. _Eu tentei evitar, mas tinha algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto._

Eu travei, travei na cena do beijo na balada e nesse abraço quando ela passou pela porta. Preciso ir pra minha casa, preciso dormir ou encher minha cara até esquecer meu nome ou cair dura em um colchão.

Ellen: Aí que caralho. _Falo puta assim que derrubo toda bebida na minha roupa._ Merda, merda. _Passo a mão na roupa e a mancha do suco de uva só piora._

Francine: Calma amiga. _Ela passa um pano na minha saia._ Tem roupa sua ainda no quarto do meu irmão, vai lá colocar.

Respiro fundo e jogo aquele copo de plástico no chão. Não queria, não queria entrar naquele quarto em que tivemos nossos poucos momentos. Penso pego os dois no flagra? Não estou afim.

Porém, não tenho outra opção. Tiro meu celular do bolso e deixo com o Bruno, olho envolta e os dois ainda estavam na cozinha, então aproveito pra subir no seu quarto.

Vai ser coisas de cinco minutos, me limpo, me troco e da tudo certo saiu sem ninguém me ver e saber que estive ali.

Abro a porta do seu quarto e o cheiro do seu perfume doce invade minhas narinas. Fecho a porta enquanto observo aquele quarto, não lembrava a sensação que eu tinha quando entrava aqui.

Acendo as luzes do closet e vou na gaveta que era minha, mas me decepciono ao ver tudo vazio. Não tinha nada meu ali mais, nem se quer uma calcinha, eu deixei eu sei que deixei pelo menos uma peça de roupa.

Ellen: Que legal Ellen, ótimo dia pra você. _Fecho a gaveta._

Apago a luz do closet, escuto a maçaneta do quarto e logo a luz do quarto é acesa. Travo na porta do closet, Yuri estava ali na minha frente me encarando.

Ellen: Juro que eu queria me esconder agora. _Olho pro teto._

Yuri: Tá fazendo o que aqui? _Entra no quarto e pergunta todo ignorante, não é ele!_

Ellen: Derrubei suco, sua irmã falou que ainda tinha roupa minha aqui. _Falo baixo._ Desculpa, eu vou voltar pra lá.

Yuri: Eu deixei suas coisas no quarto da Francine. _Me aproximo dele e fico puta._

A Francine filha da puta armou isso, ele entregou minhas roupas pra ela e ela fez eu vim aqui atoa.

Ellen: Vou lá então. Desculpa. _Passo por ele._

Yuri: Eu tô com saudades. _Ele diz baixo mais consigo escutar, paro do lado de fora do seu quarto e tento racionar._

Ellen: Eu também tô. _Engulo seco e sinto ele virando pra mim._ 

Yuri: Ellen, por favor me escuta. _Viro pra ele._ Entra, só me escuta. _Encaro ele e entro de volta no seu quarto._

Meu coração acelerava demais, minha mão suava, minha cabeça girava e não sabia o que fazer. Sento na sua cama e tranca a porta ficando encostada na mesma.

Ellen: Ela tá aqui, você teve a capacidade de trazer ela aqui. _Falo chateada sem nem olhar pra ele._

Yuri: Não é o que você pensa, e muito menos é o que você viu. _Fala tranquilo._ Ela chama Maya, Maya é a minha prima. _QUE? Encaro ele e ele continua pleno._

Yuri: Quando você viu a cena não era um beijo, era só um abraço. _Apoio meu corpo nas minhas mãos._ Ela tem namorada, Maya é lésbica.
P

P p

Sabe quando você acredita, mas não quer acreditar? Não consigo, eu sinto no seu olhar que é verdade e total sinceridade, mas não consigo.

Ellen: É por que não me contou? _Questiono encarando ele._

Yuri: Porque você não me permitiu, você me bloqueou de tudo. _Se aproxima de mim._ Até da sua vida.

Ellen: Naquele dia. _Me levanto indo pro outro canto do quarto._ Aquele dia você teve oportunidade, por que não abriu a boca?

Yuri: Você não deixou. _Cruza os braços._ Você tava bêbada demais pra deixar eu falar, não queria ouvir minha versão de jeito nenhum.

Me apoio na mesinha que tinha ali e respiro fundo, Yuri me encarava e eu olhava envolta do quarto menos pra ele. Aos poucos ele se aproxima, e fico mais nervosa.

Ellen: Eu não sei o que te falar. _Encaro meu pé._

Yuri: Olha pra mim. _Ele para na minha frente._ Por favor, olha pra mim.

Mordo meu lábio e encaro seus olhos, aqueles olhos que de qualquer forma é atraente e excitantes. Seu corpo estava muito perto do meu, seu cheiro já estava intensos. E eu não consigo me mexer!

Suas mãos encostam nas minhas bochechas, fechos os olhos sentindo aquela sensação que eu tanto amava, ou melhor, tanto amo.

Yuri: Eu amo você. _Fala olhando no fundos dos meus olhos._

Meu coração que estava de gelo, agora estava totalmente derretido. Eu amo ele, eu amo a presença dele, eu amo o carinho dele e eu amo a safadeza dele.

Ellen: Eu preciso pensar. _Um leve sorriso que tinha nos seu rosto se desmancha._ Eu só preciso pensar. _Tiro suas mãos do meu rosto._

Saiu do seu quarto com um aperto no coração. Estava totalmente feliz por saber a verdade, por saber que ele me ama. Mais eu tô chateada comigo mesma, por não deixar ele falar e por não me permitir ouvir isso.

Vou pro quarto da Francine e me troco, confesso que com o sorriso enorme no meu rosto e aquela sensação de alívio.

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