Ellen
Sou aquele tipo de pessoa que se alguém fala por celular: "Preciso conversa com você mais tarde." Eu fico pensando em todas as merdas que eu já fiz, e até às que eu não fiz, e fico remoendo na minha cabeça tudo aquilo.
Dês de que a minha mãe me ligou só se passava na minha cabeça o que poderia ser, tudo bem que pra ela qualquer motivo é pra brigar comigo, mas mesmo assim.
Nesse exato momento estamos indo embora e já mandei mensagem pra minha mãe avisando que estou chegando. Yuri e eu estávamos cansado demais, aliás não dormimos direito a noite, então o Bruno que tá dirigindo.
•••
Acordo com o Bruno ligando o som no talo tocando funk, Yuri já tava acordado e pela cara o mau humor tava nítido. Minha mãe me esperava em uma lanchonete perto do hotel de onde estava ficando, pedi pro Bruno me deixar lá e depois dava um jeito de ir embora.
Ellen: Obrigada meu gay favorito. _Beijo sua bochecha pelo lado de fora da janela._
Bruno: Não tive outra opção, então não agradece. _Dou risada e ele fecha o vidro._
Yuri: Tem certeza que não precisa vim buscar? _Entrega minha mochila._
Ellen: Tenho sim, não se preocupa. _Dou um sorriso._ Qualquer coisa eu te ligo a noite. _Me aproximo._
Yuri: Se cuida em, e eu te amo! _Sinto minha bochecha ficar vermelha._
Beijos seus lábios e pego coloco minha bolsa no ombro indo pra dentro da lanchonete. Qual é o meu problema? Por que eu não respondi o eu te amo do Yuri? O que eu tenho na cabeça?
Não esperava me apaixonar, pois parecia que isso não estava em minha história. Mas quando encontrei o amor, tudo ficou mais claro, o mundo mais bonito e percebi que não poderia mais viver sem ele.
Eu sabia que uma hora ou outra esse "Eu te amo!" ia sair, mais agora? Sua cara de decepção foi nítida, eu não respondi um simples oi, eu não respondi APENAS o seu eu te amo. Qual meu problema? ELE ME AMA!
Deixo isso de lado e penso que precisava pensar em outra coisa: Minha mãe! Entro na lanchonete em procura da minha mãe e logo vejo uns cabelos loiros cumpridos totalmente com alguns cachos nas pontas, sua roupa e seu jeito já mostrava sua riqueza.
Ellen: Oi mãe. _Paro na sua frente e ela me olha sorrindo, tira seus óculos escuros e seus olho verdes se destacam em uma leve maquiagem._
Cristina: Filha, como você tá linda. _Se levanta e me abraça._
Posso não estar nem um pouco afim de abraçar ela? Sim, mais é a minha mãe e minha saudades dela tá fora do normal.
Ellen: Eu tava com tanta saudades. _Aperto o abraço e ela beija meu rosto._
Cristina: Eu também meu amor. _Ela sai do abraço e fica um tempo me encarando._ Está com carinha de apaixonada.
Ellen: Aí mãe, para. _Digo sem graça e sento naquela cadeira._ Tô com a minha cara normal. _Ela senta na minha frente e franze o cenho._
Cristina: Eu vou fingir que acredito em você. _Ela me entrega um copo de suco._ Pedi pra você, se quiser alguma coisa é só pedir.
Ellen: Obrigada. _Sorri._ O que você veio fazer aqui do nada?
Cristina: Eu precisava resolver umas coisas aqui, então aproveitei pra te ver e conversa com você. _Ela suspira._ Eu e o William vamos morar aqui!
Dês de que meus pais se separam minha mãe foi embora, depois de uns três anos ela encontrou o Willian e hoje estão casados a dez anos. Porém, tô surpresas do nada ela tá morando aqui, sendo que vivia na Europa.
Ellen: Como assim? _Encaro ela sem entender._ E a sua vida perfeita fora daqui?
Cristina: Filha, eu perdi muito tempo longe de você e não quero isso. A empresa do Willian está tendo mais lucros aqui, então precisam dele. _Olho pro lado._
Ellen: Você vai ficar aqui por que o dinheiro aqui é maior. _Falo já irritada._ Não precisa ter dó de mim não.
Cristiana: Você sabe muito bem que sempre quis ficar aqui, porém precisava de um tempo pra mim.
Minha mãe nunca foi interesseira, por que ela sempre teve pouco com coisas que ela sempre conquistava, mas depois que ficou milionária não parece a minha mãe.
Sempre falou que queria voltar pra cá, mas aí percebemos que tem homem e dinheiro no meio, isso é foda!
Ellen: Ok mãe, bem-vinda de volta em Floripa! _Sorrio fraco e levanto._
Cristina: Calma, não é só isso. _Sento de volta já querendo ir pra casa._ Ellen, o que você fez com aquele tanto de dinheiro que te enviei?
Dona Cristina nunca foi de dar dinheiro, e sim gastar em presentes caros pra mim, nunca fui acostumada ganhar dinheiro dela ou algo do tipo.
Ellen: Que dinheiro?
Cristina: Faz dois meses que depositei milhões na sua conta, como gastou isso em dois meses? _Ela pergunta confusa, calma aí, quem tá confusa aqui é eu._
Ellen: Eu não tô entendendo, que dinheiro? _Ai tem coisa._
Cristina: Coloquei na sua conta, sei que precisa pra continuar com o seu serviço de odontologia. _Falava simples._ Pedi pro seu pai te contar, fazer uma surpresa.
Eu sabia, eu sabia...esse cara só falta me matar, não sustenta uma casa, é viciado em droga, cada dia uma mulher diferente em casa e ainda rouba meu dinheiro?
Ellen: Mãe, isso nunca chegou na minha mão, nunca soube desse dinheiro. _Falo com o coração a mil._
Cristina: Como não? Aquela conta é sua.
Ellen: Sim, é minha! Mais faz muito tempo que não tem nada lá, eu nem olho ou perco tempo com isso. _Suspiro._ Meu pai pegou o meu dinheiro, e ele vai devolver.
Cristina: Não acusa seu pai assim, você não sabe o que houve. _Pega na minha mão e logo tiro._
Ellen: Você não conhece mais ele, ele não é o indefeso que você se casou anos atrás. _Me levanto._ Preciso ir.
Cristina: Vamos nós ver essa semana de novo, por favor. _Assenti e pego minha bolsa._. Calma, tenho presente pra você. _Ela pega uma sacolinha média e coloca na mesa._
Olho pra ele revirando os olhos e pego a sacola. Saiu daquela maldita lanchonete, que entra em um dos lugares mais azarados na minha vida, pensando como vou embora.
No fim, no quero encher o saco do Yuri, vai ser bom ir embora sozinha e a pé...
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A Piranha
Teen FictionSe você for pela cabeça dos outros, jamais serás feliz. Siga seu coração, não vá nas conversas dos outros. No mundo em que vivemos, ninguém quer ver o outro feliz!