Ellen
Era mais fácil cortar minha rede de apoio que ter de mentir. Do que ter de encarar a humilhação da minha realidade. Parte de mim sabia que, quando soubessem tudo o que estava acontecendo, as pessoas me forçariam a sair dali para sempre. Não poderia voltar. E eu sabia que precisaria voltar.
Chego na sala e meu pai estava acordando, o que me dá desespero pode acontecer de novo. Mancando e me apoiando nas paredes consigo sair de casa.
O vento gelado bate em mim e me arrependo de não estar com roupa nenhuma de frio, e lamento por está com o meu corpo tão exposto e machucado desse jeito.
Não tinha ninguém ali nas ruas, o que eu agradeço por mim, acho que o frio estava tão grande que não sinto meu corpo dolorido somente o frio mesmo, chorando e com muita dificuldade chego ao pé do morro.
Gabriel: Ellen? O que foi? _Esse é o Gabriel, um vapor aqui do morro que fiz amizade só por ficar esperando o Enzo aqui._
Eu estava tão desnorteada que só olhei pra ele e abracei meu corpo, alguns vapores que estavam com ele me olham preocupada. Um grupo de velhos que estava do lado, olhava por todo meu corpo, aliás por está só de top e shorts acha que é motivo pra olhar desse jeito.
Gabriel: Tá frio, vem cá. _Ele tira sua blusa e coloca no meu braço, o que dou um gemido alto por relar no meu braço._ JK, pega o carro pra mim. _Diz pra um vapor que assenti e sai dali._
Ellen: Me leva na casa de uma amiga, por favor. _Falo baixo e tremendo de frio._
Gabriel: Você precisa ir pra um hospital, olha o seu nariz. _Diz todo preocupado._
Ellen: Não, não vou pro hospital. _Digo alterada._ Só me leva até a casa de uma amiga.
Gabriel: Tudo bem, eu te levo. _Estica a mão._ Vem, eu te ajudo. _Seguro no seu braço pra me dar apoio até o carro._
Sento no banco só passageiro e logo o Gabriel senta do meu lado, pego meu celular e entrego pra ele o endereço da casa. Encosto minha cabeça no banco e começo a chorar, eu não conseguia mais me mexer eu tinha paralisado meu corpo todo.
Gabriel: O que aconteceu? _Olho pra ele e tento respirar fundo, mas meu peito dói._
Ellen: Meu pai. _Falo baixo._ Não fala pra ninguém, ele vai ter o que merece. _Dou gemido de dor assim que sinto o impacto do carro andando._
Minha vista começa a ficar escura de novo e minha cabeça dói forte, até que sinto meu corpo parando e não lembro de mais nada.
•••
Não conseguia me mexer, meu corpo todo doía, minha cabeça parecia que ia explodir e meu nariz estava com dificuldade pra respirar.
Serena: Até que enfim acordou, já estava preocupada. _Olho meio tonta pra ela que acaba de entrar no quarto._
Ellen: O que aconteceu? _Digo baixo e tento mexer o meu corpo, o que não dava pela dor._
Serena: Um amigo seu, inclusive bem gatinho ele depois você me passa o número, enfim isso não vem ou caso. _Senta no pé da cama._ Ele te trouxe no colo desacordada, eu queria ter te dado um banho mais não consegui, então só limpei todos os machucados e deixei você dormindo.
Preciso lembrar depois de agradecer ao Gabriel, as chances de eu ter apagado em um Uber e acontecer algo sério seria enorme, mas como ele tava ali, nada aconteceu.
Ellen: Obrigada por me deixar vim aqui. _Tento sentar e a Serena me ajuda._ Isso tá doendo muito. _Digo limpando umas lágrimas que insistia em cair._
Serena: Não precisa agradecer. O que aconteceu, Ellen? _Pergunta prendendo meu cabelo._
As cenas que aconteceu logo cedo vem na minha mente e me desespero, tiro a coberta do meu corpo e vejo o estrago da minha perna.
Com dificuldade e muito choro eu conto pra Serena o que aconteceu, o que parecia bem preocupada e puta ao mesmo tempo.
Serena: Calma, eu estou aqui e não vai te acontecer mais nada. _Ela me abraça e aperto seu corpo._ Você precisa ir pro hospital, isso tá muito feio.
Ellen: Não tô com coragem, eu tô com medo. _Olho pra ela._
Serena: Não precisa disso, isso vai ser melhor pra você. _Ela me solta._ Vou ligar pro Yuri, única pessoa que tem pra te levar.
Eu queria impedir ela pra ligar pro Yuri, mas sei que isso seria o melhor e eu preciso dele comigo, mesmo não conseguindo com meu próprio corpo eu preciso do conforto dele.
Serena: Descansa, você precisa ficar bem. _Diz pegando seu celular e saindo do quarto._
Me arrumo na cama e meu olho começa a pesar, e deixo meu corpo tomar conta de mim.
•••
Yuri: Você deveria ter me ligado antes. _Diz baixo entrando no quarto e me desperto._
Serena: Precisava da resposta dela, e sei que iria ficar irritado desse jeito. _Abro os olhos e viro pra eles._ Pronto ela acordou.
Yuri senta na minha frente todo preocupado e pega na minha mão.
Yuri: Você tá bem? Eu tô tão preocupado. _Fala nervoso._
Ellen: Não tô não, mas vou ficar. _Dou um gemido de dor._
Yuri: Que que foi? O que tá doendo? _Levanta preocupado._ Serena disse que você caiu.
Olho pra Serena e parece que ela não disse nada do que aconteceu, meu corpo estava coberto com edredom e não dava pra ver nada, só meu rosto machucado.
Respiro fundo e tiro aquele edredom, Yuri não piscava e não sabia o que fazer, olho pro meu corpo e o estado estava pior isso é horrível.
Yuri: Ellen, o que aconteceu? Você não caiu? _Fala baixo._
Ellen: Eu preciso ir no médico, no caminho eu te conto. _Ele tira seus olhai do meu corpo e olha pro meu rosto._ Por favor.
Confesso que tô com medo da reação dele, além do mais isso não é uma coisa normal. Eu já tô chateada com a situação, imagina ele quando souber, Deus me ajuda.
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A Piranha
Teen FictionSe você for pela cabeça dos outros, jamais serás feliz. Siga seu coração, não vá nas conversas dos outros. No mundo em que vivemos, ninguém quer ver o outro feliz!