Capítulo 58

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Ellen

Pensa, pensa, pensa! Usa essa cabeça pra alguma coisa Ellen, pra alguma coisa você tem que servir agora.

Francine continua tendo suas contrações mais fortes e mais constantes, doula está em ligação com a gente pra tentar controlar a tensão que está aqui. Inclusive, o trânsito está complicado.

Doula: Francine, você está aonde? _Pergunta pelo telefone._

Francine: Na banhei...AHH MEU DEUS. _Francine grita e aperta minha mão, que no momento se encontram roxas._ Tô na banheira. _Relaxa._

Doula: Tenta sair um pouco, faz aqueles exercícios que você fazia em aula de treinamento, dança, anda pela casa e se tiver escada também. _Fica aliviada._

Francine: Ok, tudo bem. _Fala mais calma._

Ellen: Calma, vou pegar um roupão, assim fica mais a vontade. _Digo me levantando do lado da banheira._

Vou até o closet e pego uma roupão meu de cetim mesmo, querendo ou não queria que ela se sentisse em casa. E sei que isso vai longe, então ficar com roupas encomendando não é legal.

Ellen: Vem, eu te ajudo. _Ajudo ela levantar e bem na hora ela começa a sentir contração._ Me abraça e me aperta.

Talvez eu tenha me arrependido um pouco de falar isso logo que sinto ela me abraçando, Francine apertava minhas costas com vontade e gritava, enquanto eu apenas acariciava suas costas.

Ellen: Eu tô aqui, Jajá essa princesa tá aqui. _Fala pra tentar acalmar._ Respira fundo.

Francine: Pronto, acabou. _Diz respirando fundo._

Tiro ela da banheira e ajudo ela colocar o roupão, eu tinha prendido o cabelo dela, então isso ajudou demais. Ela pega na minha mão e vamos caminhando até a sala.

O que nesse momento não era muito bom, a energia da casa não está funcionando. Meu celular está na ligação, não consigo segurar ele e ajudar a Francine, sendo assim, apenas confiando na pequena luz que vinha do poste da rua.

No caminho ela tem mais duas contrações, e cada vez mais meu coração acelera de desespero.

Doula: Ellen, tá aí? _Pergunta ainda na ligação e pego celular que estava no meu bolso._

Ellen: Sim, tô sim. _Ajudo a Francine sentar no sofá e pego celular._

Doula: Sei que o que eu vou falar agora pode ser desesperador, mas não vai ser. _Eita porra._ Posso não chegar a tempo, você tem que está preparada pra esse parto.

Francine me olha assustada e tento manter a calma por ela, mas não dá. A doula desliga a chamada por conta do trânsito, tento ligar mais uma vez pra Yuri e nada. Ravi nesse momento já deve tá chegando.

Francine: Ellen, não vai dar. _Diz se contorcendo de dor._ Eu preciso empurrar, eu preciso. AHHH. _Grita._

Ellen: Que? Agora? Aí meu deus. _Me desespero e prendo meu cabelo._ Calma, na próxima contração tenta empurrar.

Ela respira fundo e se ajeita no sofá, coloco uma de suas pernas pra cima do sofá e outra encima de algumas almofadas, nessas horas a gente precisa improvisar de todas as formas.

A PiranhaOnde histórias criam vida. Descubra agora