Capítulo 11

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Ellen

Sabe quando você acorda com aquele mau humor desgraçado e que não aguenta o barulho do ventilador? Essa sou na segunda, e claro com uma ressaca do cão.

Hoje não estava afim de ir pra faculdade, queria dormir pelo menos mais uma hora, até poderia entrar na segunda aula ou algo do tipo, mais não quero.

Quando vi o Yuri na lanchonete vindo me buscar, eu assustei. Como ele sabe aonde eu trabalho?

Mais tudo bem, como ele tá me levando pra tomar um açaí eu aceitei por que não sou boba, esse homem que lute pra bancar minhas gordices.

Yuri: Eu quero saber mais de você. _Diz assim que sentamos em um branco na praça com nossos potes de açaí._

Ellen: Ok, quer saber o que de mim? _Coloco uma colher de açaí na boca e demora pra engolir, não sei se eu quero que ele saiba sobre a minha vida._

Yuri: Sua vida, seus pais, quero saber tudo sobre você. _Yuri segura seu pote de açaí e né olha interessado e reviro os olhos, seu lábio se transforma em um lindo sorriso cheio de covinhas._

Ellen: Meu pai é um alcoólatra que sustenta seu vício, ao invés de sustentar a casa que só mora nós dois. _Dou um sorriso de lado._ Minha mãe é uma interesseira que foi embora do país pra se casar com um milionário, que me manda presentes caros e acha que compensa a vida de mãe. _Olho pra ele que me olhava atentamente._

Yuri: Nossa, não sabia que era assim. _Dou um sorriso de lado._

Ellen: Depois que a minha mãe foi embora eu aprendi a me virar, e comecei a trabalhar na lanchonete aonde da pra pelo menos pagar alguma coisa pra comer e algumas contas. _Ele sorri pra mim._ Minha mãe não sabe de nada, do serviço e nada, acha que meu pai é perfeito.

Yuri: Tu é incrível, garota. _Dou risada e fico até tímida._ Sério mesmo, tu não passa essa imagem, você é forte pra caralho.

Ellen: Obrigada, é bom ouvir isso.

Nossa conversa vai e vem em um ânimo incrível, nossas risadas eram incríveis e aquele momento era perfeito. A companhia dele era adorava, não tem como não amar.

Yuri: Posso te fazer uma pergunta? _Olho pra ele sem entender e faço que sim com a cabeça._ Por que você tem esse apelido na faculdade? _Respiro fundo._

Ok, eu confesso que isso me deu uma agulhada no coração de desespero, sabe quando parece que aquilo que não começou vai acabar? Era o que eu pensava.

Respiro fundo, levanto do banco e jogo o pote da açaí na lixeira que tinha ali do lado. Cruzo minhas pernas no banco e olho pra ele.

Ellen: Se eu te falar promete que vai continuar sendo um colega meu pelo menos? _Pergunto sorrindo._

Yuri: Prometo. _Fala rindo._

Ellen: Ano passado eu tive um relacionamento, era um menino da minha sala e tinha acabado de entrar no meio do ano. _Começo._ A gente começou a se conhece, a gente sempre saía depois da faculdade e ia fazer alguma coisa, depois de uns meses a gente não tinha ido pra cama ou algo do tipo. _Yuri prestava atenção em tudo, cada detalhe._

Ellen: Até que eu falei que estava pronta, eu nunca tinha transado com alguém ou algo do tipo, ele foi literalmente meu primeiro de tudo. _Coloco uma mexa do meu cabelo atrás da orelha._ Quando eu perdi a virgindade com ele, ele tinha gravado isso, gravou tudo o que a gente fez, tudo o que a gente falou e no dia seguinte a faculdade toda tinha esse vídeo.

Yuri: Caralho, que filha da puta. _Diz chocado._ E o que aconteceu com ele?

Ellen: Nunca mais falei com ele, Enzo falou alguma coisa pra ele que até hoje eu não sei e duas semanas depois ele não estava mais na faculdade. _Enzo sempre foi protetor pra qualquer pessoa que ele conheço, e quando ele vi esse vídeo não tinha ninguém que não via o ódio dele._

Yuri: Eu sinto muito por você ter passado por tudo isso e ainda passa, realmente não sei como é, mais se precisar de qualquer coisa eu vou tá aqui. _Olho pra ele sorrindo._

Ellen: Eu quero saber mais de você, algo legal. _Yuri da um sorriso de lado e coloca sua última colher de açaí na boca._

Yuri: Sou um moleque mimado, que sempre teve tudo e não sei o que é ter dificuldade, e isso é péssimo. _Ele olha pra mim e ergo a sobrancelha._ Odeio ter tudo na mão, isso não é nem um pouco bom.

Ellen: Você não é esses moleques mimados que só liga pra grana. _Viro pra frente._ Bom, pelo menos não parece.

Yuri: Eu não deixo isso subir pra mente, meu pai sempre mostro esse lado, já minha mãe é uma louca que só pensa em dinheiro.

Yuri e Francine eu conheço a muito pouco tempo, porém eles não são desses que só por que tem direito tem que sair mostrando, e eles não ligam pra isso, bom pelo menos é o que parece.

•••

Yuri me deixa em casa e eu só queria minha cama, eu tava tão cansada da noite passada que eu necessito deitar com a minha blusa e minha calcinha de renda até amanhã pra começar tudo de novo.

Dia Seguinte...

Deu vontade de faltar novamente? Sim, mais infelizmente na vida não é como a gente quer, e não posso perder esse ano da faculdade.

Pego uma maçã e saiu de casa indo até o carro em Enzo, seu carro já estava tocando o funk quase no último volume, e era isso que me animava essas horas.

Serena: Eita, temos alguém bem animada hoje. _Confesso que hoje estava mais animada, fiz uma maquiagem leve e até um jeans com body, sendo que sempre ia com blusa de moletom._

Ellen: Bom dia pra você também, Serena. _Sento no banco do carro e fecho a porta._ Como vocês estão?

Bruno: É isso mesmo? Você logo sete da manhã, perguntando se a gente tá bem? _Fingi estar indignado._

Enzo: Calma Bruninho, é efeito do Yuri. _Fala rindo e reviro os olhos pegando o meu celular._

Nunca fui de mandar mensagem pra homem no dia seguinte, na verdade não fico no pé de ninguém. Se a pessoa realmente quer estar comigo, vai vir atrás de mim e se não quiser, é vida que segue.

A PiranhaOnde histórias criam vida. Descubra agora