SEIS

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— Seus amigos me pediram para passar na sua casa hoje a noite. — Noah se aproxima de mim no final da aula de inglês, passos largos combinando com os meus. — Mas eu não vou poder ir.

— Oh! — Eu digo, pega completamente de surpresa, mas me arrependendo do jeito que minha voz soa feliz. — Quero dizer, você tem certeza?

— Yeah, eu tenho certeza. Te vejo na segunda. — Ele diz e anda mais rápido indo em direção ao carro, que está com o motor inexplicavelmente ligado.

Quando eu alcanço Ian, ele está esperando com os braços cruzados, que claramente irritado.

— Pode me explicar o que aconteceu ali? — Ele diz e entra no carro quando eu o destravo.

— O Noah cancelou. Disse que não ia conseguir ir.

— Mas o que você disse que o fez cancelar?

— Eu não disse nada, ele só não vai por motivos dele.

— Sério, eu nunca estraguei uma noite sua.

— O quê? — Eu saio da área do colégio e entro na rua, parando para me certificar de que não vem um carro. Embora eu saiba que não vem, Ian acharia estranho eu não checar.

— Eu não entendo você. Nada sobre você faz sentido. Para início de conversa, você é linda, mas está sempre escondida debaixo desses capuzes aí horríveis. Eu odeio ser aquele a te dizer isso, mas ser a única a querer evitar o Noah é estranho.

Ele para tempo o bastante para me dar um olhar encorajador, enquanto eu me seguro para o que vem a seguir.

— É por causa de Maya?

— Não. — Eu agarro o volante e olho para o sinal, esperando que ele mude de vermelho para verde, para que eu possa deixar Ian em casa e me livrar disso.

Mas eu sei que respondi rápido demais, então ele continua:

— Eu sabia! É por causa da Maya.

— Isso é ridículo. — Murmuro, virando na rua dele e estacionando na entrada da casa.

Ele olha para mim por um momento, então pega sua mochila e desce do carro, virando de costas tempo o bastante para dizer

— Espero que Maya aprecie a boa amiga que você é.

                    
                    ✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Por fim, a sexta foi cancelada. Bem, não a noite, nossos planos. O irmão mais novo de Maya, Iago, ficou doente e ela era a única por perto para cuidar dele. E o pai amante de esportes de Ian o arrastou para ver um jogo de futebol e o forçou a usar cores de time como se ele se importasse. E quando Alison soube que eu ficaria sozinha, ela saiu do escritório mais cedo e se ofereceu para jantar comigo.

Sabendo que ela não gosta que eu use sempre moletom e camiseta, coloco um vestido azul que ela comprou para mim, um salto igualmente comprado por ela e transfiro coisas essenciais da minha mochila para uma pequena bolsa metálica, e troco o meu rabo de cavalo pelo cabelo solto.

— Finalmente! Já era hora de você se vestir dignamente. — Lesley aparece de repente atrás de mim, quase me matando do coração. — Eu sei, baita susto. — Ela ri. — Onde você está indo?

— Em um restaurante chamado Ecletic.

— Chique. Sério, você deveria se vestir assim mais vezes. Eu quero dizer, você acha que Lucas teria ido atrás de você usando roupas como as que você usa? — Ela cruza as pernas e olha para mim, sua postura mais relaxada quanto uma pessoa, viva ou morta, poderia estar. — Falando nisso, você sabia que ele está namorando a Erika? Estão juntos há cinco meses. Isso é mais tempo do que vocês, não?

— Eu não vou deixar você me irritar, Lesley.

— Ei, não me entenda errado. Ele sente sua falta e tudo o mais. Até chamou ela pelo seu nome uma vez ou outra, mas como eles dizem, a vida continua.

Eu respiro fundo e a observo enquanto ela se arruma em minha cama, criticando minha vida, meu visual, me dando atualizações que eu nunca pedi.

— Você não tem nada para fazer? Quero dizer, uma escola de anjos ou algo do tipo? Ou Deus te baniu de lá por você ser tão má?

Alison bate na porta e pergunta se eu estou pronta, enquanto eu encaro Lesley a desafiando a fazer qualquer coisa que alerte nossa tia.

— Mamãe e papai mandaram lembranças. Eles sentem sua falta. — Ela diz sorrindo docemente, antes de desaparecer completamente.

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