VINTE E QUATRO

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Mesmo Maya se negando a responder nossas ligações, conseguimos falar com Ian e o convencer a passar na minha casa depois dos ensaios de teatro.

E nós passamos um final de tarde realmente divertido comendo, nadando e vendo filmes. E foi tão bom ficar com meus amigos de uma maneira tão relaxada, que quase me fez esquecer de Lesley, Maya, Eva, Lillian e todo o drama desta tarde.

Com Alison fora, Noah era mais que bem vindo para ficar, mas ele permaneceu só o suficiente para que eu caísse no sono e depois deixou a casa silenciosamente.

Então, na manhã seguinte, quando ele chegou a porta com café e um sorriso, não pude deixar de sentir-me um pouco aliviada.

Tentamos ligar para Maya novamente, e ainda deixamos uma ou duas mensagens, mas não se faz necessário vidente para saber que ela não quer falar com nenhum de nós.

— Pensei em fazer o jantar. — Noah diz, tirando o telefone da minha mão quando eu penso em pedir lanches.

— Você sabe cozinhar, Auguste? — Não tem nada que ele não saiba fazer? — Precisa de ajuda? — Ofereço gentilmente, mesmo quando minhas habilidades na cozinha estão severamente limitadas a ferver água.

Mas ele só balança negativamente a cabeça e se dirige para a cozinha, então vou para o meu quarto tomar banho e quando volto, me surpreendo pela mesa posta ali.

— Por favor, sente-se aqui. — Ele oferece, arrastando minha cadeira da mesa com a porcelana mais fina de Alison, velas e um vaso cheio de rosas vermelhas.

— Não posso acreditar que você fez tudo isso sozinho. — Olho para todos os pratos alinhados e cheios de comida.

— É tudo para você. — Ele sorri, respondendo a pergunta que ainda não fiz.

— E você, não vai comer nada? — Presto atenção em como ele enche meu prato de legumes, como a mamãe fazia.

— Naturalmente. — Ele sorri. — Mas a maior parte eu fiz para você. Não dá para viver só de lanches e pizza, sabia?

— Claro que dá, eu estou aqui agora. — Corto um pedaço de carne perfeitamente grelhado.

Enquanto comemos, eu faço perguntas. Aproveitando-me do fato de que ele mal toca em sua comida, perguntando tudo que eu estava louca para saber.

Coisas sobre sua família, sua infância, as constantes mudanças de país, a emancipação, tudo. É estranho estar em um relacionamento com alguém que se conhece tão pouco.

Ambos somos órfãos, embora ele muito mais cedo do que eu, e mesmo que ele não dê muitos detalhes, não é como se eu fosse me oferecer para falar sobre a minha situação.

— E de todos os lugares que você morou, qual você prefere?

— Exatamente aqui. — Sorri, remexendo a comida no prato.

Ele se encolhe, parecendo repentinamente triste, tomando um gole da sua bebida vermelha.

— Uma receita secreta de família. — Ele diz, erguendo a garrafa para que eu veja e respondendo a pergunta que eu não havia feito.

— Posso provar? — Pergunto, não tão certa de querer, mas muito curiosa. A bebida é de um vermelho bem claro e aparentemente ralo.

— Você não vai gostar. Parece remédio. Mas não se preocupe, só preciso de um pouco de energia de vez em quando. — Ele toca minha mão, parecendo adivinhar que estou pensando nas doenças que ele pode ter.

— Onde você conseguiu? — Procuro algum rótulo, impressão ou marca na garrafa, mas está lisa.

— Eu te disse, receita familiar. — Ele então toma um grande gole para terminar a bebida, e se levanta da mesa com seu prato ainda cheio. — Vamos nadar?

Capítulo pequeno só para não faltar atualizações, obrigada por acompanhar até aqui!

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