TRINTA E UM

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— Os olhos que você olhou, eram os meus Emily. Eu estava lá. Eu salvei você. Eu sei que você está se lembrando, posso ver nos seus pensamentos. — Noah continua, dando passos em minha direção.

— Não! — Cubro as orelhas e fecho os meus olhos. — Pare! Pare de mentir!

— Emily. — A voz dele invade meus pensamentos. — Eu sinto muito, mas é verdade. Embora você não tenha nenhum motivo para ter medo de mim.

— Você não tinha o direito de se aproximar de mim, nenhum direito de intervir! É culpa sua eu ser estranha assim! É culpa sua eu estar presa nessa vida! Por que você não me deixou morrer? Por que não me deixou ir com minha família? — Me deixo cair no chão, quebrando um violento arfar entre lágrimas.

— Eu não podia suportar perder você de novo. — Ele murmura, se ajoelhando ao meu lado. — Não de novo.

Ergo meu olhar até o dele, sem fazer ideia do que ele quis dizer, mas não querendo que ele tente explicar. Ouvi tudo que podia aguentar, eu só quero que acabe.

— Então, você decide me trazer de volta enquanto toda minha família morre? — Eu digo, encarando ele e sendo consumida por uma raiva esmagadora. — Se o que você diz é verdade, se você pode trazer os mortos de volta a vida, por que não os salvou?

— Não sou tão poderoso. E era tarde demais, eles já tinham atravessado a ponte. Mas você ficou para trás, e eu pensei que isso significava que queria viver.

Me inclino contra meu carro, fechando os olhos, arfando por ar, pensando que é realmente minha culpa. Eu fiquei por muito tempo, me demorei, caminhando por aquele estúpido campo, distraída por aquelas árvores e neve, enquanto eles seguiram em frente.

— Vá embora! — Eu finalmente digo, arrancando a pulseira que ele me deu no hipódromo e jogando nele. — Só vai embora, eu nunca mais quero ver você.

— Emily, por favor não diga isso se não estiver realmente falando sério. — Noah diz. Sua voz apelando, cheia de pesar, fraca.

Coloquei as mãos na cabeça, muito exausta para chorar, muito quebrada para falar. E sabendo que ele pode ler meus pensamentos, eu fecho os olhos e apenas penso:

Você disse que nunca me machucaria, mas olhe o que você fez! Você arruinou tudo, destruiu toda a minha vida, e pelo que? Para que eu pudesse ficar sozinha? Para que eu vivesse o resto da minha vida assim? Eu odeio você. Eu odeio você pelo que você fez, você é só um egoísta que estragou a minha vida! E eu nunca, nunca mais quero ver você de novo! Só vá embora, me deixe em paz. Eu odeio você.

E então eu fico assim, com as mãos na cabeça, me balançando para frente e para trás contra a roda do meu carro, permitindo que as palavras passem pela minha mente, de novo e de novo.

E quando eu finalmente olho o estacionamento, estou cercada por centenas de milhares de rosas, todas elas vermelhas.

E enquanto eu levanto para levantar e me ajeitar, eu sei sem olhar que quem mandou todas essas rosas, não está mais aqui comigo.

Noah partiu.

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