VINTE

51 13 4
                                    

No dia seguinte, quando chego no estacionamento do colégio, Noah não está lá me esperando. E quando pego minha mochila para entrar, me preparo para ver o pior na sala de aula.

Alcanço a maçaneta, recriminando-me. Isso é ridículo. O que você vai fazer, sair da escola? Você tem que lidar. Abra essa porta de uma vez.

Me preparo para ver Noah tirando rosas brancas de todos os lados, enquanto todos se impressionam com seus talentos mágicos. Assim eu respiro fundo, e entro na sala. Sentindo-me pior do que havia imaginado quando vejo que Noah não está em lugar nenhum.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

No segundo em que chego na área de almoço, faço uma varredura nas mesas buscando Noah, enquanto me dirijo para meu lugar habitual.

— Dia seis e ainda estamos sem nenhuma notícia sobre Eva. — Maya diz, assim que me sento.

— Você já experimentou perguntar no grupo de anônimos? — Ian senta-se ao meu lado.

— Eles são anônimos. — Maya revira os olhos. — Lillian acha que estou exagerando. Disse que estou fazendo muito alvoroço por nada.

— Essa mulher ainda está por aqui? — Ian a encara.

— Sim, agora ela vive aqui. Isso é um problema? — Ela estreita os olhos.

— Nenhum problema. — Ian diz. Embora seus pensamentos sejam contrários, e sua aura amarela torna-se escura e opaca enquanto tenta se decidir entre o que dizer e não dizer nada. — É só que... — Ele começa.

Eu o olho, desejando que ele diga logo. Diga a ela que Lillian é arrogante, horrível e má influência.

— Vamos, Ian. Se tem algo a dizer, diga logo. — Ela diz, batendo dois dedos na superfície da mesa. — E quanto a você Emily, ficar calada não te torna menos cúmplice dele. Vocês nem sequer a conhecem e acham que podem julgar alguém!

— Isso tudo é uma grande besteira. — Ian finalmente diz, com o tom de voz mais baixo que o normal.

— Desculpa, mas é verdade. Vocês me toleram, andando comigo, mas vocês não me entendem como ela me entende. A Lillian e eu gostamos das mesmas coisas, compartilhamos dos mesmos interesses. Ela não quer que eu mude, como vocês querem. Ela me aceita como eu sou.

— Então foi por isso que você mudou sua aparência? Por que ela te aceita como você é? — Eu digo, enquanto observo Maya fechar os olhos e respirar lentamente.

— Tanto faz. Eu não ligo para o que vocês pensam. — Maya diz, recolhendo suas coisas da mesa de almoço.

— Você está brincando? Tudo o que fiz foi perguntar se ela ainda estava aqui! Você que transformou tudo nesse drama enorme! Me faça um favor, e se sente aí agora. — Ian finalmente perde a paciência.

Maya apoia os braços na mesa, e eu posso ver a pequena e elaborada tatuagem em seu pulso. Embora pareça terminada, ainda está vermelha e inflamada.

— O que significa isso? — Lhe pergunto, vendo a tinta ali representar uma cobra comendo sua própria cauda.

— Ouroboros. — Ela diz, pressionando a tatuagem com o dedo.

— O que significa? — Repito.

— É um símbolo para a vida eterna, imortalidade, vida pela morte, criação pela destruição, algo assim. — Ian me responde, e Maya o encara. — O quê? Eu leio.

— Parece infeccionado. Talvez devesse dar uma olhada nisso. — Digo, me arrependendo no mesmo instante.

— Obrigada, Emily. A minha tatuagem está bem e eu também. E não posso evitar de notar como nenhum de vocês está preocupado com Noah. O que está acontecendo?

Ian olha para o celular e eu dou de ombros. Não posso dizer que ela está errada, então vemos uma Maya aborrecida pegar sua caixa de bolo e sair.

— Pode me dizer o que acabou de acontecer aqui? — Ian diz, observando enquanto ela faz zigue zague entre as mesas. Mas eu só dou de ombros, sem conseguir esquecer a imagem da cobra.

Vote nesse capítulo caso queira me ajudar com a história e incentivar com ela.

All for usOnde histórias criam vida. Descubra agora