DOIS

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Poucos segundos antes do Sr. Eric entrar, eu tiro o meu capuz e desligo meu celular enquanto me preparo para fingir ler um livro, sem me importar quando ele diz "Silêncio gente, deixem que eu apresente o novo aluno Noah Auguste. Ele acabou de se mudar para cá vindo do Brasil. Ok, Noah, você pode se sentar ali atrás ao lado da Emily. Pode dividir o livro com ela até ganhar uma cópia"

Noah é lindo. Eu sei disso sem precisar olhar para ele. Mas, de acordo com os pensamentos de Natalie Hall - Noah Auguste é extremamente lindo.

A melhor amiga dela, Spencer, concorda totalmente.

Assim como o namorado de Spencer, Caleb. Mas essa é outra história.

— Hey. — Noah desliza no cadeira ao lado da minha, enquanto coloca minha mochila no chão. Eu acenei com a cabeça, me recusando a olhar além da manga dele.

Sr. Eric pede para que todos nós voltemos para nossos livros na página 137, e prontamente Noah se inclina e diz

— Se importa em dividir? — Eu hesito, temendo tocar nele, mas passo meu livro até a ponta da mesa de modo que ele veja também.

Até o almoço todos ainda estão falando sobre o Noah. Quando isso aqui virou um filme clichê adolescente?

— Ai meu deus, você viu aquele tal de Noah? — Maya se senta ao meu lado, e eu me afasto um pouco.

— Por favor, você também não. — Eu balanço a cabeça e mordo minha maçã.

— Você não diria isso se visse ele. — Ela diz removendo seu bolo da caixa rosa, lambendo a cobertura do topo como faz rotineiramente, embora ela se vista como alguém que prefere beber sangue a comer um pequeno bolo.

— Vocês estão falando sobre Noah? — Ian sussurrou, deslizando no banco e colocando os cotovelos na mesa, os olhos castanhos passando entre nós, o rosto dele se curvando em uma careta. — Vocês viram as botas? Tão Vogue. Acho que vou convidar ele para ser meu próximo namorado.

Maya o encarou com olhos estreitos.

— Tarde demais. Eu o reivindico.

— Eu sinto muito, não sabia que você é afim de não-góticos. — Ele dá um sorriso afetado, revirando os olhos enquanto desembrulha o sanduíche.

— Quando eles parecem daquele jeito, eu amo. — Maya ri — Eu juro que ele é tão lindo. — Ela balança a cabeça por eu não me juntar a diversão.

— Você não o viu? — Ian soltou o sanduíche olhando para mim.

— Eu sentei ao lado dele na aula de inglês do Sr. Eric. — Eu finalmente disse — Fomos forçados a dividir um livro, mas eu não olhei direito.

— Forçada? — Maya tirou suas lentes para encarar com seriedade a aberração que se atreveu a dizer tal coisa. — Isso deve ter sido horrível para você. Deve ter sido realmente uma droga.

— Que livro? — Ian pergunta, embora o título fosse, de alguma forma, revelado como algo insignificante.

— O alto dos vendavais. — Eu dou de ombros, colocando o resto de minha maçã no guardanapo e dobrando as pontas ao redor dela.

— E o seu capuz? Com ou sem? — Maya pergunta.

— Hum, com capuz. — Eu digo a ela. — Yeah, definitivamente com.

— Obrigada por isso. — Ela murmura, cortando o bolo ao meio. — Não preciso de uma competição com a deusa loira.

Eu olho para a mesa. Me envergonho quando eles dizem coisas assim. Antes, eu vivia para isso e agora só quero fingir que não existo.

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