CAPÍTULO CINCO

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Anahí só desce na hora do almoço pra receber o padre e algumas pessoas da comunidade, Poncho não aparece no almoço para seu alívio, nem Armando. Ela conversava com eles e organizava alguuns eventos para levantar fundos, o padre era sempre muito amável com ela. Era um senhor de meia idade muito simpático.

-Senti sua falta hoje na missa filha.

-Desculpe, eu perdi a hora, prometo que domingo que vem estarei lá.

-Estou te sentindo um pouco tensa, quer conversar?

-Não padre, é só cansaço. Outro dia passo na igreja pra conversar com o senhor.

Ele lhe dá um abraço e se despede junto as outras pessoas, Poncho estava na escada observando tudo e assim que eles se vão ele desce pra almoçar, passa direto por Anahí sem encará-la e quando ela já ia subir à escada a campainha toca. Anahí que sorria pela conversa amigável com aquelas pessoas que acabara de sair, deixa o sorriso morrer ao vê seu pai parado em sua frente.

-Princesa!

-O que faz aqui? - Ela fala bem alto irritada, Poncho que escuta fica escondido escutando.

-É assim que recebe seu pai?

-Anda diz logo o que é? Com certeza é dinheiro né? Já não recebeu seu cheque do mês? Quer mais?

-Eu estava com saudades filha- O homem tenta abraçá-la e ela se esquiva ríspida.

-Quanto quer?

-Eu só vim aqui porque sua irmã tá doente e a pobrezinha precisa de remédios e sua mãe não sabe o que fazer. Ela também tem saudades de você. Todos temos.

- Minha mãe sabe onde me encontrar e minhas irmãs e irmãos também. Agora deixa de papo furado, vou lhe fazer um cheque e tchau.

Ele abaixa a cabeça e logo Anahí entrega um cheque e se livra dele. Ela sobe exausta emocionalmente e Poncho que ouviu tudo vai até a cozinha perguntar algumas coisas a Margarida, assim como não quer nada. Mas em sua mente Anahí havia mostrado a sua verdadeira face com o pai, humilhando aquele pobre senhor daquela forma.

-Marga, Anahí não tem contato com a família?

-Por que a curiosidade?

-O pai dela pelo que vi esteve a pouco aqui e ela não gostou muito.

-A relação dela com eles é bem esquisita. Anahí é dócil com todos, desde o mendigo ao rei, mas com a família ela fica fechada e ríspida, principalmente se for o pai, bom a família toda não, os irmãozinhos ela é um amor, apesar de não vê-los muito, quando os vê fica muito feliz. Eles vieram pouco aqui.

-Quantos irmãos tem?

-Sete, 4 lindas meninas e três meninos. Ela é a mais velha os outros todos são novinhos a mais velha depois dela irá fazer quinze anos agora e vi ela falando com Maitê que quer fazer um aniversário pra ela.

-Nossa. Não entendi o jeito que tratou o pai, isso demonstra muito o caráter dela.

-Não a julgue, não sabemos o porquê dela o tratar assim, mas certeza essa menina tem motivos. Sabe Alfonso, Anahí é uma menina sofrida, por isso, acho que se envolve tanto nesses projetos e sempre quer fazer pelo próximo. Não tenha uma imagem errada dessa menina, percebi bem que estão bem ásperos um com o outro. Se desarme.

-Não tem como, ela me irrita profundamente. A garota claramente é uma interesseira que casou pelo dinheiro do meu pai e pelo que percebo eles nem vivem como casal propriamente dito. E tenho que achar uma boa pessoa?

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