Mentre ci sono ragioni. 50

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POV CAMILA

“Vo... Você está viva?”. Veronica me perguntou o óbvio. Revirei aos olhos para escutá-la. Era involuntário, parecia que a burrice tinha tomado conta dos neurônios dela. “Mas, como...?”. Perguntou mais pra si do que para mim.

“Aposte a sua vida que sim”. Coloquei o prato e o copo em cima da mesinha e encostei-me a ela. “Não tente compreender, isso vai muito além do seu entendimento”.

Veronica ficou calada, passou um tempo olhando em direção da parede. Estava refletindo, mas eu via em seus olhos a confusão. Não é de me estranhar, ela nunca foi muito esperta. Acha-se esperta, mas no fundo, era muito burrinha.

“Então. Aquela execução foi uma farsa?”. Voltou a me olhar.

“Eu sempre soube que você não era muito esperta, mas sinceramente, Veronica! Está me surpreendendo, acho que ser tratada como um animal está se tornando um”. Soltei bem maldosa.

Os seus olhos ficaram apagados, abaixou a cabeça e também o olhar. Sentia a inquietação dentro do seu ser. Sua expressão ficou totalmente derrotada, mordeu o lábio inferior.

“Você tem a ver com isso”. Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

“Comparado o que eu tinha preparado para ti, foi até um grande presente”. Dei de ombros com o olhar gélido. “Você tem que entender uma coisa: Eu sempre cumpro o que falo! Disse que iria se arrepender quando foi na prisão bancar a superior em cima de mim, a questão minha linda, é que ninguém é mais do que eu, principalmente você”.

Veronica levantou o braço e esfregou a sua bochecha com a palma da mão. Suas mãos não estavam muito bonitas de se olhar, feridas e bem avermelhadas.
 

“Perdoe-me por isso”. Murmurou.

Dei uma risada sarcástica, atraindo a atenção de Veronica. Balancei a minha mão num sinal bem claro que ela deixasse de tonteira.

“Não peça perdão para mim. Não sou Deus para perdoar ninguém e nem tenho nenhuma pretensão em me desgastar com a arte do perdão”. Dei um passo á frente, ficando mais próximo á ela. “Gosto do sentimento de ódio... Gosto de senti-lo em minhas veias, correndo como um veneno e queimando”. Lancei um sorriso malvado.

“Certo”. Resmungou, mas o seu corpo estremeceu, como se tivesse medo da minha aproximação. No lugar dela, eu também teria. “Existem dois tipos de pessoas no mundo: As fracas e as fortes. Obviamente que você é a forte”.

“Alguém colocou os neurônios para funcionar”. Bati palmas. “Você está certíssima”.

“Jesus, se arrependimento matasse...”. Lamuriou, e encostou-se ao travesseiro.

“Você não estaria morta, o diabo não quer pessoas de sua laia no recinto”. Disse e depois torci o meu nariz ao sentir o odor forte queimando as minhas narinas. “Há quanto tempo que você não toma um banho?”.

“Vinte quatro horas”. Murmurou resignada.

“O banheiro é praticamente ao lado da cama”. Apontei com o dedo. “Você deveria ir até ele, não é por ser um bichinho de estimação que deve ignorar a higiene”. Retruquei com a mão no nariz.

“Estou algemada nessa cama. As correntes estão curtas, como acha que eu irei para o banheiro?”. Perguntou com raiva. “Acha que eu quero ficar fedendo e fazendo as minhas necessidades em cima dessa cama? Por favor”.

Toquei as correntes com os pés. Estavam realmente curtas, porque o Zayn tinha encurtado, mas tinha alguns metros de correntes livres. Olhei em volta antes de soltar e deixar a Veronica com mais movimentação. Não se tornaria perigoso, não tinha como sair do quarto e nem alcançar as janelas.

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