Mentre ci sono ragioni. 53

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POV CAMILA

Dormia tranquilamente quando um peso em minha cama me despertou. Abrir os meus olhos contra vontade, tinha dormido muito pouco, o meu corpo depois das febres e também do sexo tórrido estava quebrado. Quando eu era criança sempre que ficava muito nervosa tinha crise de asma. Era horrível, sempre tinha que ficar andando com uma bombinha pra cima e para baixo, mas com o tempo foi sumindo e achava que não tinha mais, até ontem.

A crise se deu no momento em que estava lendo a carta que mandei para Luna. Não sei muito bem se o nervosismo foi por reler algo tão intimo ou pelo medo de Lauren ter assimilado e descoberto tudo. Tenho certeza que se Lauren não tivesse aparecido, eu teria morrido. Era revoltante morrer por uma doença tão medíocre como asma. Tenho certeza que agora, a Lauren iria me obrigar a ficar pra cima e pra baixo com uma bombinha, como se eu fosse uma criança.

Não sei até onde a sorte estaria do meu lado. Lauren não tinha assimilado e descoberto nada. Mas o estopim da bomba estava acesso preste a explodir. Toda essa atmosfera de medo e incertezas que me fizeram ter a febre. Outro aspecto da minha infância... Sempre tinha febre emocional quando algo muito grande e sério me perturbava.

Eu não podia ficar assim. A conversa de Lauren, suas palavras, era bem nítida que a verdade explícita, só faltava ela cair em si e interligar os pontos. Fiquei muito desconfortável e tentei não tecer nenhum comentário para não aumentar a sua suspeita.

Lauren era esperta e seria questão de tempo para conciliar tudo. E eu estava muito certa ao pensar que ela não iria me perdoar e como eu poderia contar tudo diante dessa certeza?

Todo o meu receio se reflete em meus pesadelos em que sempre vejo a Lauren indo embora, os meus filhos a seguindo por me desprezarem tanto quanto ela e eu ficando sozinha e desamparada no mundo, sem o amor daqueles que tanto amo.

Onde estava com a cabeça que aceitei de vir para Itália onde todos os meus segredos estavam enterrados? Ir embora era questão de sobrevivência, fugir dos pecados como o diabo foge da cruz. Uma parte de mim, estava parcialmente tranquila por saber que hoje iria vender quase tudo para podermos ir embora.

“Bom dia mamãe”. Thor cumprimentou com um sorriso. Ao seu lado estava a Graziela e em cima da cama, uma bandeja com o meu café da manhã. “Lauren disse que você estava um pouco dodói e trouxemos o seu café”.

“Sente-se melhor?”. Graziela perguntou preocupada.

Sorrir para o meu filho e olhei para Graziela, abrir os braços para recebê-la. Ela subiu na cama com um pouco de dificuldade, mas pulou em meus braços. Eu rir, e dei um beijo em sua cabeça. Aquela sensação de paz de espírito me invadiu por tê-la em meus braços. Demorei tanto para ter esse momento que parecia mais como um doce sonho.

“Bom dia meus amores”. Falei animada e belisquei um morango. “Sim, fiquei um pouco doentinha, mas já estou bem melhor. Já tomaram café?”.

“Sim”. Thor que respondeu. “O que você tinha mamãe?”.

Dei de ombros. “Uma febre um pouco chata, nada de preocupante”. Apertei a Graziela em meus braços, estava tão linda como sempre.

“Que bom. Ficamos preocupados”. Graziela disse toda bonitinha. “Oh, porque não come a uva? Eu mesma que colhi pra você”. Falou orgulhosa.

“E eu a laranja”. Thor também se animou em contar.

Comi os dois para não deixar nenhum dos dois emburrados.

“Hum... Que delícia!”. Disse e eles sorriram, animados. “O que acham de fazermos alguma coisa hoje?”.

“Lauren disse que você estava proibida de sair de casa hoje”. Thor avisou. Fiz uma careta. “Só amanhã ou depois, hoje ficará de quarentena por conta da febre”.

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