Vinte e dois

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Cuidei das feridas de Lauren... A banhei, e depois a coloquei na cama. O seu corpo estava repleto de hematoma, e por algumas caretas que a mesma fazia, deveria está muito dolorida. Dei-lhe alguns analgésicos. Ela agradeceu com um meio sorriso, e se aninhou na cama. Ficamos em silêncio. Lauren de olhos fechados, e eu sentada em sua cama com os olhos fixos nela.

"Você vai ficar apenas me olhando ou vai se deitar ao meu lado?". Lauren me questionou ainda com os olhos fechados.

"Não posso...". Respondi com um suspiro. "Eu ainda estou devendo uma promessa para o meu filho".

"Esse circo vai durar até quando?". Lauren me perguntou com a voz suave.

Uma excelente pergunta para a minha falta de resposta. Levantei-me e caminhei até a janela. O céu estava nublado. Escuro e sem nenhuma estrela. Tão escuro como o meu coração e a minha alma. Ausências de sentimentos não me fizeram sentir nada, nem mesmo um leve incomodo. Algumas pessoas nascem para amar. Outras nascem para ser felizes. Outras nascem para sofrer. Nunca tinha entendido o motivo do meu nascimento... Sempre foi enigmático para mim, até encontrar á Lauren.

Ela era o meu guia no meu mundo obscuro. Sentia-me muito forte, indestrutível quando estava com ela. Tenho que confessar que era desconfortável ter que ir embora para aquela casa... Repletas de mentiras e segredos.

"Até um dia não muito distante". Respondi dando de ombros. Virei-me para Lauren.

Lauren estava sentada com os olhos bem abertos. Olhando-me com os seus olhos devoradores. Sabia que ela estava me analisando e não me importei com isso. Gostava de ser olhada por ela, deixava-me envaidecida. Além de que as suas conspirações eram ótimas.

"Eu acho interessante o modo que usa o Thor como desculpa para quase tudo. Como se você se importasse o suficiente com ele para qualquer coisa". Lauren retrucou, puxou o lençol para a sua barriga.

"Eu amo o meu filho". Falei com a voz doce, quase recheada de amor.

Isso rendeu uma risadinha bem irônica da Lauren, em seguida, um gemido de dor escapou dos seus lábios. Ela colocou a mão em sua barriga, e tossiu fortemente. O seu nariz começou a sangrar.

"Levanta a cabeça. Irei buscar um pano úmido para ti". Fiz uma careta e fui ao banheiro do quarto. Procurei uma toalha de rosto embaixo do seu lavabo. Encontrei uma e molhei na torneira, voltei para o encontro de Lauren. "Aqui está...". Informei á ela, e passei suavemente a ponta da toalha em seu nariz, limpando o sangue que escorria em abundância.

"Obrigada. Estou surpresa que apenas o meu nariz esteja sangrando". Lauren murmurou.

"Posso providenciar uma hemorragia interna para você...". Insinuei com um sorriso brincalhão nos lábios.

"Por hora, não". Lauren revirou os olhos, e soltou um risinho de lado. Mas depois ficou seríssima. A sua cabeça pendeu para o lado. Os seus olhos encontraram com os meus, pareciam conflituosos, em dúvidas. "Camila... Você seria capaz de fazer tudo por mim?".

Franzi o cenho com confusão diante á pergunta. "Já deixei bem claro inúmeras vezes que sim, sou capaz de tudo por você. Do marginável e imaginável". Segurei em suas mãos, olhando-a nos olhos. "Eu sou capaz de ir ao inferno e brigar com o diabo por você, meu amor...".

Lauren apertou as minhas mãos. Os seus olhos estavam mais claros, parecia muito satisfeita com a minha resposta. Ela soltou a minha mão e acariciou o meu rosto, as pontas dos dedos me causando leves arrepios. Embriagando-me com o veneno de sua doçura. Uma doçura repleta de segundas intenções, e de manipulações.

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