Treze

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AUTORA NARRANDO...

Júnior estava revoltadíssimo. Ainda não conseguia compreender o que tinha acontecido com a Camila... A certinha da Camila, que sempre andava na linha, submissa ao marido e nunca cometia erros, tinha se transformado em uma adultera lésbica. Isso era demais para aceitar ou engolir á seco.

Sempre idealizou por Camila, era um conquistador. Já tinha tido todas as mulheres que quis, as exibiam como um troféu, porém, nunca teve a que mais queria... A sua amiga de longa data.

Camila era como uma pedra preciosa muito rara. Uma entre milhão. Sempre teve gana por ela. Sempre a quis. Acostumou-se com a ideia de ela ser do Shawn, mas sempre teve em mente que se um dia, ela se cansasse do Shawn, a primeira opção seria ele.

Estava com o orgulho ferido e também com muita despeita! Perguntava-se o que a Scarlett poderia ser melhor do que ele. Era uma garota de programa, rodada! Tinha que admitir que era muito bonita, mas não passava de uma perdida. Era inacreditável que Camila tivesse se envolvendo com uma mulher, ainda por cima, uma puta!

Iria destruir a vida de Scarlett. E de Camila também. As duas não ficarão imunes á sua descoberta. Não teria nem um pouco de pena em delatar a Camila para o Shawn. Queria ver como a sua amiga manteria á cabeça erguida diante da imoralidade que recairia sobre si. Sobre a sua família tão perfeitinha.

Queria ver se Camila iria continuar como uma mulher exemplar quando a bomba estourasse e as pessoas descobrissem quem era realmente ela!

As pessoas se enganavam demais com a Camila. Aquele papel de mulher indefesa e vítima era apenas uma farsa. De santa e de coitada, ela não tinha nada. Iria desmascará-la!

Serviu de mais uma dose de conhaque. Desde ontem que estava bebendo e faltava muito pouco para entrar em um coma alcoólico. Apertou e abriu os olhos, estava com a visão meio turva. Ligou o seu celular e inúmeras notificações chegaram. Ligações perdidas, de Camila e para o seu desgosto, da Julieta.

Essa mulher não iria parar de pegar no seu pé? Seria muito difícil aceitar um não? Queria que Julieta fosse ao inferno e dançasse com o capeta, mas o deixasse em paz. Procurou em sua lista telefônica o número do Shawn. Mas a campainha desviou a sua atenção.

Cambaleou até á porta, mas na metade da sala, parou. O batente da porta era de vidro, então, poderia ver duas figuras femininas paradas em sua porta. Escondeu-se atrás da parede.

“Lauren... Acho que ele não está. Vamos embora”. Escutou a voz de Camila, parecia está muito nervosa.

Lauren? Então, o nome da quenga de luxo era esse.

“Não! Temos que falar com ele”. Lauren esbravejou, forçando o trinco. “Não deixarei que esse imbecil estrague tudo”.

“Lauren! Pare com isso. Vai chamar atenção dos vizinhos, e eles chamarão a polícia”. Camila tentava indagar. “Por favor, vamos embora”.

“Eu sei que está aí!”. Lauren gritou e forçou mais o trinco. “Abra essa porta seu covarde!”. Esmurrou a porta.

Silêncio total. Júnior não iria aparecer, cerrou os punhos de raiva. Essa putinha iria se arrepender por toda palavra pronunciada contra ele. Ninguém denegria a sua imagem dessa forma.

“Lauren...”. Camila pediu com a voz abafada.

“Ok... Vamos embora. Mas eu sei que ele está aí”. Lauren gritou da porta. “Vou deixar um recado pra você!”.

Recado? Júnior espiou, e elas não estavam mais em sua porta. Um segundo depois, o vidro de sua janela foi estilhaçado. Ele se jogou no chão, e colocou as mãos na cabeça. O alarme da casa soou alto. Mas que inferno tinha sido aquilo? Ele estava assustado.

Rastejou-se até o meio da sala e encontrou uma pedra média. A causadora do vidro quebrado.

“Da próxima vez, estourarei a sua cabeça se inventar de abrir á boca!”. Escutou a voz de Lauren mais alta que o alarme.

Júnior arregalou os olhos. Aquela mulher era uma louca! Levantou-se, e espiou pela janela quebrada, não tinha mais ninguém na frente de sua casa. Desligou o alarme e sentou-se no sofá, puxou uma garrafa de conhaque que estava no centro e bebeu no gargalho mesmo.

Deu-se conta que estava tremendo. Não sabia que era de raiva ou era de medo. Em um gole, bebeu quase metade do liquido alcoólico, fez uma careta. Sua cabeça girou, e ele deitou no encosto do sofá. Fechou os olhos, cochilou apenas dez minutos quando escutou a porta rangendo, abriu os olhos e levantou-se no pulo, a sua cabeça ainda estava rodando.

“Você? O que está fazendo aqui?”. Perguntou com agressividade. “Saia da minha casa agora!”.

Ordenou e esperou ser acatado, porém, não teve sucesso. A pessoa continuava parada em sua frente com os olhos fixos em si. Isso lhe causou um arrepio de medo porque a expressão estava totalmente diferente, como se tivesse sido envolvida por algo diabólico. Viu á maldade nos olhos.

“O que está esperando?”. Voltou a gritar. “Mandei ir embora da minha casa. Não quero falar com você!”.

A pessoa lhe presenteou com um sorriso malvado, fez com que os cabelos de sua nuca arrepiassem e um frio percorresse a sua coluna.

“Vou ligar para polícia!”. Virou-se e caçoou o telefone.

O telefone estava em cima do sofá, mas para o seu azar estava descarregado. Por que tinha se esquecido de coloca-lo na base? Sua percepção estava uma droga, não deveria ter bebido tanto. Buscou o celular, mas lembrou-se que estava na cozinha. Cambaleou de lado, estava difícil de se manter em pé, virou-se e assustou-se ao ver a pessoa bem na sua frente.

“Você vai embora por bem ou por mal!”. Disse á ela, então, segurou o braço da mesma com força para enxotá-la dali.

Porém, algo de surpreendente aconteceu. Viu o brilho da lâmina de uma faca brilhar no alto, e ser deferida contra o seu pescoço. Tombou para trás e levou as duas mãos no pescoço, sentindo o líquido quente e asqueroso espirrar de sua garganta. O gosto de sangue estava em sua boca, arregalou os olhos e caiu. Não sentiu dor, estava sentindo um imenso frio que ficava cada vez mais forte.

Olhou para a pessoa e tentou falar, mas não conseguia mais. Estava ficando tonto, desesperou-se, mas não teve forças para se mexer. Estava morrendo como uma galinha degolada. Lágrimas caíram dos seus olhos, a sua respiração também estava se tornando cada vez mais difícil. O seu corpo se debateu, sentia cada órgão reclamando, tossiu sangue, o esforço fez com que os seus pulmões sofressem um colabamento e isso doeu muito. A escuridão estava lhe cobrindo.

E a última coisa que viu foram os olhos, e também o sorriso satânico de seu assassino..

FIM DA NARRAÇÃO DA AUTORA.

**

Agora tem duas questão: Quem matou o Shawn e quem matou o Júnior. Será que terá mais mortes? Hum... Não sei. Lembrando que tudo é possível. Pode ser mais de um assassino ou um serial killer.

SECRETOnde histórias criam vida. Descubra agora