Capítulo 32 - Para lembrar de mim

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"Eu sempre tive a opinião de que não se deve nunca desistir de um meio feliz na esperança de um final feliz, porque não existem finais felizes. Sabe o que quero dizer? Há tanto há perder." (Deixe a neve cair — John Green)

Porque é tão difícil escolher uma roupa?

Eu nem deveria estar tão preocupada assim, afinal, só vou ao cinema com um amigo. Mas parece que nada é bom o suficiente. Arg.

— Dificuldades? — Irene aparece na porta do quarto, analisando a pilha de roupas em cima de cama e a minha expressão de desespero.

— Uhum. — respondo

Ela se aproxima de mim e da pequena montanha têxtil, levantando e analisando algumas peças.

— Para onde você vai?

— Ao cinema.

— Hm... Com quem?

— Com o meu n... Hã, com um amigo.

— Aquele engraçado que usa óculos? Como é mesmo o nome dele? Gustavo... Gabriel... Não lembro direito. Mas sei que começa com G.

— Guilherme.

— Ah, sim, o Guilherme. É com ele?

— Não. É com o Rafa.

— O bonitinho?

A Irene sempre tem algum adjetivo ou característica especial para definir alguém.

— É. O bonitinho.

— Mas ele não é seu namorado? Meu Deus, estou ficando velha. Não entendo mais nada. Esses jovens de hoje em dia...

Sorrio.

— É uma longa história, Irene. Depois eu te conto. Mas me ajuda a escolher alguma peça, por favor. Ele vai estar me esperando lá e eu não posso me atrasar.

— Oh, esse aqui é uma graça. — ela ergue um vestido preto cheio de florzinha, que eu ganhei da minha mãe no Natal do ano passado, mas quase nunca usei. — Que tal?

— É. Gostei. — deposito um beijo estalado na bochecha dela, e corro até o banheiro.

De lá, grito: — Você sabe que eu te amo, né?

Ela ri e completa: — É, eu sei.

Depois do banho, coloco o vestido sugerido pela Irene, e me olho no espelho pelo menos umas 9.9999 vezes. A sapatilha que eu escolhi combina perfeitamente com o look, e a trança no meu cabelo também não deixa a desejar. Mas ainda assim continuo indecisa.

O celular apita. Mensagem.

Rafael: Cadê vc?

Eu: Saindo de casa agora! Bj.

Guardo o celular na minha bolsinha. Despeço-me da Irene.

* * *

Ao chegar no Shopping, não tenho muita dificuldade em encontrar o Rafa. Ele está bem em frente ao cinema, com a sua beleza de sempre, usando jeans, Vans, e uma camiseta polo branca.

Me aproximo dele, que está com as mãos nos bolsos, olhando para o outro lado. Provavelmente preocupado com o meu pequeno atraso.

— Hey! — chamo. Ele vira.

— Ah, oi. — me dá um beijo na bochecha. (?) — Nossa, você está linda.

Eu coro.

— Obrigada. E aí, já escolheu o filme?

— Bom, como eu disse, sou um cara muito legal. Se você quiser, a gente pode assistir... — ele vira para trás, onde ficam as telas que anunciam os filmes que estão em cartaz. — P.S Eu te amo.

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