Capítulo 11- Vingança

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"Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra." (A culpa é das Estrelas – John Green)

– Hoje 14:00hrs na sua casa. Combinado?

– Combinado. 

Rafael me dá um beijo não muito demorado e sai com seu skate. Eu fico observando ele ir, enquanto algumas garotas da sétima série sentadas num banco suspiram ao vê-lo passar.

– Você deu muita sorte, sabia? – Fernanda aparece atrás de mim.

– Com certeza. – Sei que a "sorte" a que ela se refere é a que eu tive por ter feito dupla com o Rafa no trabalho. 

– Cara, eu fiquei com o Bruno! Isso é um desastre. Imagina como vai ser ele apresentando? "A-a- gue-gue-rra fri-fri-a fo-foi um con-con-fli-to..." – ela gesticula e faz caretas, imitando o Bruno.

Nós rimos. 

– Coitado! 

– Diz isso porque não é com você.

– E eu? – Guilherme fala – Tive que fazer dupla com o Daniel. Tipo, eu nem conheço ele direito mas sei que é da turminha do Sr. Popularidade, então não deve ser boa coisa.

– Ei! 

– Ah, desculpe. Esqueci que ele é seu namorado. – ele me empurra com o ombro.

Sorrio cinicamente para ele, que bagunça o meu cabelo. 


Quando chego em casa, corro para o banheiro e tomo uma ducha decente. Visto um short jeans e uma blusa branca com o desenho de um skate, que com certeza o Rafa vai reparar. Deixo o cabelo solto.

– Hoje vou ter que trabalhar até mais tarde, querida. – Meu pai diz, atrás da porta do quarto – Juízo!

Penso em dizer para ele sobre o trabalho, mas qual seria a diferença? Eu e o Rafa não vamos fazer nada de mais. E se eu dissesse, no mínimo ele iria querer contratar um segurança para ficar nos observando e garantir que não façamos nada de errado.

– Ok, pai. – respondo.

Quando ele sai, vou para a cozinha e é nesse momento que percebo a falta que a Irene faz. Eu não sei cozinhar. 

Penso em vários pratos que eu poderia tentar fazer, mas no fim escolho a melhor e mais segura opção: pizza. Pego uma pizza pronta no congelador e a coloco no microondas. Ás vezes eu queria abraçar ao gênio que inventou o microondas. É tão prático que me fascina.

Minutos depois, meu almoço está pronto e eu decido comer enquanto leio. Se o meu pai estivesse aqui com certeza não deixaria que eu fizesse isso. Ele diria algo como "A refeição é uma hora sagrada, deixe para ler depois." Mas como ele não está, não há problemas.

Como sempre, eu me perco na leitura e quando dou por mim já são 14:00hrs. Bem neste momento, o som da campainha enche a casa.

– Eu disse que não me atrasaria. – Rafael sorri,  segurando seu skate. 

Acho que as minhas pernas nunca vão deixar de ficar bambas em reação à presenta dele.

– Muito bem. – eu me inclino para beijá-lo. "Me inclinar" inclui ficar na ponta dos pés, porque sou pequena e, obviamente, ele é mais alto que eu.

– Gostei da blusa. 

– Imaginei que gostaria. Venha. – puxo-o  pelo braço até a mesa da cozinha.

– Esse é o seu almoço? – ele aponta para os restos de pizza no balcão.

– Quando a empregada está de folga, temos que encontrar nossos meios. 

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