Capítulo 25 - Visita

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"Uma vez alguém me disse que todas as coisas são eternas, mas nenhuma delas é infinita." (Filhos do Éden – Anjos da Morte; Eduardo Spohr)

 Acordo com uma baita saudade da Ju. Faz um bom tempo que não a vejo, agora que eu e o Rafa não namoramos mais, mas eu não posso esquecer a minha princesinha por causa daquele... Arg!...Do irmão dela.

Por isso decido fazer uma visitinha. Vai ser um prazer passar um tempo com ela, desde que (por favor, Deus!) o Rafael não esteja por lá.

Pego o celular a mando uma mensagem para a Fê.

Eu: Visita. Júlia. Hospital. Arrume-se.

Fernanda: Mas agora?! :/

Eu: Aproveite enquanto eu estou aqui, Chérie.

Fernanda: Vou me vestir. Passa aqui em casa, okay?

Eu: Okay.


Tomo um banho rápido e me visto. Decido usar short jeans com uma blusa preta de bolinhas. Me esforço para amarrar minha juba num rabo de cavalo decente e vou para a casa da Fê.

Bato uma vez.

Duas.

Três.

– Eu espero que você tenha dinheiro para pagar a nossa passagem de ônibus, por que você sabe, né? Tô meio quebrada. – ela fala sem parar já fechando a porta

Eu rio.

– Tudo bem.  

Vamos andando até o ponto de ônibus mais próximo, sob o calor (amostra grátis do inferno) que está fazendo por aqui. Quando chegamos, pergunto:

– Você sabe onde fica o INCA?

– INCA?

– É. Instituto Nacional do Câncer.

– Hm... – ela vasculha a mente – Acho que não.

– E agora? Eu também não sei.

– Ué, você que me chamou e nem sabe ir para o lugar. Não me olha com essa cara não. – ela coloca uma mão na cintura

– Que tal você pedir informação?

– E por que você não pede?

– Por que não. Vai logo!

 Empurro ela em direção a um garoto todo (Repito: TO-DO) tatuado, que está encostado na parede ouvindo música com uns fones de ouvido enormes que quase cobrem sua cabeça. Fernanda o chama várias vezes, só que obviamente ele não deve ouvir nem os próprios pensamentos com um fone desse tamanho.

 Ela começa a fazer uma espécie de mímica, movendo os braços na frente do seu rosto. Logo ele a nota e tirou os fones.

– Oi... – ele diz com um sorriso sacana no rosto

Fernanda pergunta sobre o hospital, e eu o ouço dizer algo como pegar um ônibus para Santa Teresa. Ela agradece e vem até mim, e é impossível não notar a olhada fatal que ele dá para a bunda dela. Eca.

– Esse cara é muito estranho! – ela cochicha para mim.

– Muito mesmo.

– Olha, ele falou que a gente tem que pegar um ônibus para... – ela é interrompida por um ônibus que parou na nossa frente – Ah, é esse mesmo. Vem!

Nós entramos no ônibus e sentamos. Demorou um pouco mais do que o esperado, já que eu estou acostumada a sempre sair de carro.

Chegamos. Descemos do ônibus. Santa Teresa é uma cidade muito bonita, parece até que tudo aqui é de brinquedo. As casas são de uma arquitetura antiga, e tem até um bondinho passando na rua, coisa que eu nunca tinha visto antes.

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