Capítulo 7 - Acidentalmente apaixonada

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“Landon: Eu te amo. 
Jamie: Eu te disse para não se apaixonar por mim”  (Um amor para recordar, Nicholas Sparks.)

Certos momentos são inexplicáveis. Eu só sei que estou aqui com ele, em frente à praia, sentada num banco no calçadão vendo o sol se por. E então ele começa a cantar para mim. Além de lindo canta bem! Será que eu tô sonhando?

Ele escolheu a minha música preferida, Quase sem querer, da banda Legião Urbana. Não sei se poderia encarar a letra como uma indireta, mas tanto faz. agora, só consigo prestar atenção na sua voz.

Quando ele para de cantar, percebo que estava quase babando e tento me recompor.

– Então... Me fale um pouco sobre você, novata. – ele diz, guardando o violão. Com certeza me chamou de novata só pra me irritar, mas dessa vez eu deixo.

Não sei se é assim com vocês, mas sempre que me pedem para “falar um pouco sobre mim” parece que me dá um branco e eu simplesmente esqueço quem eu sou. Falar sobre mim? Falar o quê?

– O que exatamente quer saber sobre mim? – pergunto, olhando nos olhos dele. Calma, pernas. Não tremam tanto.

– Bom, comece dizendo o que você mais gosta de fazer nas horas vagas, por exemplo.

– Ah, eu gosto de ler. Sabe, eu acho que ler é a melhor forma de fugir da realidade. É uma espécie de viagem que a gente faz sem sair do lugar. Usando apenas a imaginação. Parece clichê, mas é verdade. – não sei por que, mas com ele eu me sinto a vontade o suficiente para falar tudo o que eu sento, sem me sentir envergonhada ou constrangida.

– Nossa, que profundo. – é difícil dizer se ele está falando sério ou me zoando pelo meu “discurso filosófico”.

– E você? O que mais gosta de fazer nas horas vagas?

– Eu adoro andar de skate.

– Sério?

– Aham. Na verdade eu mal uso ela. – Ele aponta para a bike. – Geralmente eu só saio de skate. Mas hoje é uma ocasião especial.

Ocasião especial? Opa!

– Um dia ainda quero aprender a andar de skate. Se bem que eu acho que é muito “radical” para mim, prefiro a tranquilidade do meu quarto e um bom livro pra ler. – digo fitando o mar, e quando olho para Rafael percebo que ele me olha de uma maneira diferente.

– Sabe... desde o dia que você chegou lá na escola eu te achei diferente. Diferente das outras garotas. – ele fala, e o meu coração dá cambalhotas.

– Diferente como?

– Ah, sei lá. Metade das garotas da nossa sala fica dando em cima de mim, mas você foi diferente. Me deu até patadas, coisas que não estou acostumado a receber. – ele sorri. – Na verdade eu fui gostando de você porque percebi que era especial.

 Eu simplesmente não consigo falar, aliás, não há muito o que falar. Ele me acha especial? Gosta de mim?! É sério isso?

Então ele me olha meio que esperando uma resposta.

– Bom, se é pra ser sincera, no começo eu te achei um metido. Mas agora eu vejo aqui um garoto bem diferente do que eu imaginava.

Então novamente ele sorri, e se aproxima mais. E mais. E quando eu percebo que ele vai me beijar, sinto as minhas mãos suarem. Minhas pernas ficam piores do que já estavam, e eu temo que ele perceba a minha instabilidade. E ele continua se aproximando... Agora já consigo sentir o cheiro dele. Meu coração está quase explodindo. Nossas bocas estão a poucos centímetros uma da outra, até que um som quebra todo o silêncio do ambiente. O toque do celular dele.

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