"– Viajar - ela suspirou - Tão previsível.
– O que há de errado em viajar?
– É mais uma forma de fugir da realidade.
– Eu acho que a realidade é algo muito superestimado." (Um dia - David Nicholls)
– Eu acho que você deveria ir, novata. Vai ser legal. – Rafael diz, me olhando com uma cara de cachorro pidão.
– Primeiro: Eu tenho nome. KA-REN. Não precisa ficar me chamando de novata. Segundo: Hm... Vou pensar no seu caso. Agora será que eu posso ir embora ou ainda quer falar mais? – Ás vezes parece que esse garoto tem o dom de me irritar, só pode. Arg.
– Claro. – Ele diz, fazendo reverência como se eu fosse uma princesa ou algo do tipo.
Rafael tinha me abordado na hora da saída para me convidar pra uma tal festa de boas-vindas. Ele disse que acontecem 3 grandes festas no ano letivo: a de boas vindas, a festa junina e a do final de ano. E que eu, como novata, deveria ir. A festa seria na casa dele, o que me deixou com um pé atrás.
– Demorou, heim? O que o Sr. Popularidade queria com você? – Fernanda pergunta, encostada em um poste ao lado de Guilherme, que também esperava por mim.
– Ele me convidou para uma festa...
– Ah, claro. A festa de boas vindas... – Silly diz, enquanto caminhamos.
– Me fale mais sobre essa festa...
– Bom, a gente sempre faz a festa de boas vindas na primeira semana de aula, mas não é nada da escola. A gente faz por conta própria, por isso geralmente acontece na casa de algum aluno. E esse ano vai ser na casa do Rafael.
– Ah... E vocês vão?
– Eu vou! – eles respondem em uníssono.
– Então tá, acho que eu também vou. Tenho escolha?
– Receio que não. – diz o Gui
– Pois é, você tem mesmo que se enturmar. – Fernanda coloca o braço sobre os meus ombros.
Chegamos ao apartamento do Gui, e ele se despede de nós com aqueles toques de amigos.
– Hmm, não sei por que, mas sinto cheiro de clima sempre que vejo você e o Rafael juntos. – Fernanda me provoca.
– Vejo que preciso te levar ao médico, tá sentindo cheiro de coisa que não existe. – brinco.
Ela sorri, e muda de assunto.
– Olha, seis horas eu passo na tua casa. Nada de atrasos, ok?
– Ok, comandante. – finjo bater continência
Ela ri.
– Até mais tarde, Paulista. – e entra em casa.
Quando eu entro em casa, esbarro com o meu pai que já estava saindo bastante apressado.
– Oi, meu amor. – Ele me dá um beijo na testa. – Tenho uma emergência lá no Hospital, preciso ir. A Irene vai cuidar de você.
– Ah, espera, pai. Sabe... é que hoje eu tenho uma festa pra ir.
Ele vira lentamente com aquela expressão de:"será que eu ouvi direito?"
– Como assim "eu tenho uma festa pra ir"? Você é uma criança. Crianças não vão à festas.
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Páginas da Minha Vida [Completo]
Teen FictionKaren é uma adolescente autêntica que levava uma vida normal em São Paulo até que, com a separação dos pais, precisou mudar de cidade. Com isso a sua vida vira do avesso, o que surpreendentemente acaba não sendo tão ruim assim. Quando ela conhece n...