Capítulo 24 - Seguindo em frente

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“Afinal, como sair desse grande labirinto da vida?” (Quem é você, Alasca? - John Green)

Desperto com o som irritante do toque do celular. Na verdade não era necessariamente irritante, mas se me acordou contra a minha vontade, eu já odeio. Penso em não atender, mas vejo quem é e decido fazer um esforço.

Alô? Fernanda? Cara, espero que você tenha um ótimo motivo pra estar me ligando às 9 da manhã de um domingo.

É importante.

Tá, diz aí.

Vem aqui em casa?

Não mesmo.

Por favoooor!

Mas eu...

Ela desliga o telefone. A filha da mãe é esperta.

Arrasto-me de uma maneira super desengonçada, na tentativa de levantar da cama sem ainda ter acordado completamente. Fico de pé na frente da porta e bato três vezes. Fernanda abre. Ela também estava de pijama assim como eu. Não falo nada e apenas ando, de maneira muito semelhante aos zumbis daquele seriado... Qual é o nome mesmo? Ah! The Walking Dead em direção ao quarto dela. Jogo-me na cama sem pedir licença.

– Sabia que é falta de educação desligar o telefone na cara dos outros? – pergunto, minha voz abafada pelo travesseiro

– Educação? O que é isso? É de comer? – ela zomba

Eu rio.

– Não acha que a gente poderia ter uma DA outra hora? Precisava me acordar?

– DA?

– É. Discussão de amizade. Tipo DR, sacou? Acabei de inventar. Eu sei, sou incrível.

– Ah, não sabia que você era tão criativa de manhã. – diz ironicamente

Sento na cama. – Você não me chamou aqui para discutir a minha criatividade extraordinária. Diz logo.

Ela senta do meu lado. – Por que você não começa dizendo quem era aquele gatinho dançando com você ontem na festa?

– Hm... Longa história.

– Resuma em pequenas palavras.

– Ok. – digo – Ex-namorado. São Paulo. Traição.

– Nossa! E por que ele voltou?

– Não sei, mas parece que veio pra ficar.

– Mas se ele te traiu, por que aceitou dançar com ele?

– Bom... Rafael. Ciúmes. Fofo.

– Ah, saquei. – ela dá um sorrisinho – Por isso aquela briga, né?

– Aham. Ele tentou me beijar a força.

– Mas depois eu te vi correndo... E o Rafael foi atrás. Conta TU-DO! – ela pega uma almofada e coloca entre as pernas

– Arg, quantas perguntas! – reclamo

– Pequenas palavras.

– Abraço. Consolo. Beijo na bochecha. Casa.

– Ele foi pra a sua casa?!

– Não, mas me levou até lá.

– Ata.

– E você? O que ficou fazendo na festa?

– Hm... Longa história. – ela me imita

– Pequenas palavras. – rebato

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