Capítulo 13 - Declarações

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"A vida não precisa ser perfeita para ter um amor extraordinário." (A culpa é das Estrelas — John Green).

Eu chego em casa distraída com o celular, trocando mensagens com a Fê. Jogo a mochila no sofá da sala e sigo até o quarto sem nem olhar para frente.

— Quantas vezes eu tenho que dizer que não é para jogar a mochila assim, Karen... — Irene adverte. Falando assim ela até parece o meu pai.

— Também te amo, Irene. — jogo um beijo para ela, ainda concentrada no celular.

Eu: Espero que ela tenha entendido o recado!

Fernanda: Pois é. Se não entendeu, fazemos ela entender. Não terei nenhum problema em trollar ela de novo. Adorei! kkkk

Eu: kkkk

Fernanda: Hey, você vai para o acampamento da escola, né?

Na última aula de hoje, a diretora Carmen nos comunicou sobre o passeio que a escola fará este final de semana. O Colégio Elite raramente tem passeios, muito menos acampamentos, por isso todos ficaram eufóricos. Nós iremos passar dois dias na floresta da Tijuca, tendo aulas, fazendo algumas brincadeiras, fogueiras e tal. Coisas de acampamento.

Eu: Yeah! Vou sim. E você vai também, nem ouse dizer que não.

Fernanda: Claro que vou, baby. Não é sempre que temos passeios naquela prisão. Ops, escola*  Agora corre! Vai se arrumar pra não deixar seu boy esperando!

Eu: Fuui!

E aí se segue toda aquela coisa de tomar banho, vestir todas as peças de roupa possíveis pra no fim escolher só uma, arrumar-desarrumar-arrumar-de-novo o cabelo, etc.

Algum tempo depois, meu celular vibra. Mensagem do Rafa.

Rafa ♥: Hey, Pequena! Tô aqui na frente te esperando. :*

Como ele consegue ser tão pontual?

Quando já estou saindo, meu pai me chama com um assobio.

— Vai para onde assim? — ele me analisa por cima dos óculos

— Sair com o meu namorado.

— Namorado? Que namorado? — debocha — Ah, sim. O skatista juvenil. Tinha esquecido.

— Pai... — reviro os olhos

— Mas é sério filha, nós precisamos conversar.

É impressionante como a frase "Precisamos conversar" tem a capacidade de nos deixar nervosos rapidamente. E é bem isso que acontece.

— Conversar? Mas agora? Sobre o quê? Eu não fiz nada, pai.

— Senta aqui. — ele dá duas batidinhas no assento do sofá ao seu lado.

— Olha, se for sobre a pizza daquele dia, eu não como mais e...

— Não é isso, calma.

— Ah, então se for pelo seu travesseiro rasgado, foi o Mint.

— Não é nada sobre você, Karen. Nem sobre o gato. É sobre mim.

— Sobre você? Espera, o senhor está doente? Aimeusdeus, pai. Pode me dizer, eu aguento. — disparo

— Calma! — ele me tranquiliza. — Não é nada de ruim. Acontece que eu... hm... bom, como vou dizer isso?

— Tá, agora eu já tô ficando curiosa. Diz logo!

— Bom, o negócio é que o paizão aqui está namorando.

— Oi?

Será que eu ouvi bem? Como assim namorando? Confesso que fiquei com um pouco de ciúme do meu pai. Afinal, minha mãe tem lá vários seus namorados, mas o meu pai sempre foi mais certinho, e éramos só eu e ele. Sempre foi assim. Será que ele vai convidar ela para morar aqui? E se ela quiser tomar o lugar da minha mãe? Isso nunca!

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