Capítulo 6 - Encontro

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"Então, eu acho que nós somos o que somos por uma série de razões. E talvez nunca saberemos a maioria delas." (As vantagens de ser invisível - Stephen Chbosky )

– EU NÃO A-CRE-DI-TO! – Elisa está agora toda molhada, desde o cabelo até o vestido branco sem graça.

– Pode acreditar, querida. Isso não vai sair tão cedo. – aponto para as manchas na roupa dela

– Você vai se arrepender, garota. Ah se vai... – ela me olha com ódio, tipo muito ódio mesmo. E corre. Na certa ela foi para casa lavar o cabelo e tentar tirar a mancha da roupa branca. 

– Alô alô Brasil! O que foi aquilo, Paulista?! – Fernanda está um misto de surpresa e alegria, porque acho que assim como eu ela também não gosta da Elisa.

Guilherme se aproxima de nós.

– Acho que eu não preciso nem perguntar, né? – e senta ao meu lado.

Respiro fundo, e olho para os dois.

– Cara, nem eu sei o que foi isso. Só sei que ela mereceu.

Os dois caem na gargalhada. E eu acabo rindo também. A essa altura, as pessoas já tinham voltado ao que estavam fazendo antes. Dançando. Comendo. Jogando. Se divertindo.

– Você quer ir embora? – Fernanda pergunta. – Quero dizer, acho que não tem mais clima pra ficar aqui.

– Também acho. Vamos? – eu levanto do sofá.

– Bom, eu já cansei de ganhar daqueles amadores, mesmo. – Guilherme diz, olhando para os garotos da oitava série que estão gritando enquanto jogam, como se isso fosse ajudar em algo.  – Só não sei se meu pai vai poder vir buscar a gente agora.

– Eu ligo para a minha mãe, pode deixar. 

Fernanda vai para fora da casa, já que aqui dentro o barulho é muito. Uns minutos depois ela volta.

– Vamos, ela disse que já já chega aqui. – então eu e o Gui saímos para esperar a carona na calçada.

Quando estava saindo, sinto alguém me puxar pelo braço.

– É mais marrenta do que eu imaginava, novata. – é o Rafael, sempre com aquele sorrisinho no rosto.

– Eu posso ser pior, não queira pagar pra ver.

– Ui. – ele brinca, colocando a mão no coração. – Desse jeito eu apaixono.

– Idiota. – Sorrio e vou caminhando em direção à porta.

– Ei, peraí. Eu queria saber se a gente pode se encontrar. Quer dizer, sem ser na escola...

– Você já não conseguiu o meu número?

– Consegui, mas não é disso que eu estou falando, sabe. É que...

– Me surpreenda. – O interrompo. Depois vou para o carro da mãe da Fernanda que já estava me esperando.

Me surpreenda? Peraí Karen, você não deveria ter falado isso. Agora ela vai achar que tem alguma chance!

Quando entro no carro, a Fernanda me apresenta a mãe dela. Seu nome é Lúcia. Parece legal. Assim como aconteceu comigo, os pais da Fê também se divorciaram. A diferença é que ela não precisou se mudar, o pai dela é que foi morar em Niterói e ela continuou com a mãe.

Guilherme estava entretido jogando alguma coisa no celular, e a Fernanda cochichou para mim:

– Depois eu quero saber de tudo, heim? – Eu sei que ela está falando do Rafa. – Quando você chegar em casa eu te ligo e você me conta. – E dá uma piscadinha.

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