capítulo 37 - bêbada

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— Alô? – Murilo fala ao atender o telefone.

— Eu. Te. Odeio. – Thaís fala pausadamente. Estava chapada. – Mas infelizmente você foi a pessoa que mais me ajudou no mundo, então obrigada e adeus.

— Que isso Thaís? Onde você está? – Murilo fala preocupado. Ele sabia que ela não estava bem e o sentimento de medo invadiu todo o seu ser naquele momento.

— Tô indo embora. Não sei pra onde. Você era a única coisa que me prendia aqui e me fazia ter vontade de viver, mas você me traiu. Seu filho da puta! Você fez eu perder toda a minha vontade de viver.

— Não faça nada princesa, puta merda. – Ele fala passando a mão pelo cabelo, desesperado. – Aonde você está?

— Bebendo. Fumando. Me matando aos poucos. – Ela responde virando mais um gole de vodka.

— Para amor, vamos resolver isso por favor. Eu não te trai, eu não fiz nada para te magoar. Acredita em mim. Me fala onde você está pra gente conversar e pra eu cuidar de você, você não está bem. – Murilo impede e ela revira os olhos do outro lado da linha.

— Tô em um bar mas não vou te dizer qual. Tchau, eu te odeio. – Thaís fala e desliga o telefone, indo comprar um cigarro.

Murilo pega a chave do seu carro e sai desesperado da empresa. Qual bar poderia estar aberto as 10 horas da manhã? Ele não sabia, mas estava completamente disposto a procurar.

Murilo dirige pelas principais avenidas de São Francisco e até então só achara três bares abertos, Thaís não estava em nenhum deles. É aí que ele se lembra do Rasselas Jazz Club, o bar em que Alex drogou a mulher e o que coincidentemente ficava aberto 24 horas. Ele chega na avenida do bar e de longe avista a Ferrari branca de Thaís. Era ali que ela estava!

Murilo desce do carro e encontra Thaís sentada na porta do bar com duas garrafas de uísque e um cigarro na mão.

— Thaís! – Ele grita indo até ela e a levantando.

— Sai daqui seu desgraçado, eu não te chamei. – Ela fala se soltando dele.

— Depois a gente conversa ok? Só me deixe cuidar de você.

— Não! Você está me traindo! – Ela grita e o barman vai até lá assustado. Coincidentemente, era o mesmo que havia salvado Thaís quando Alex tentou a golpear.

— Nossa, como você consegue trair uma mulher dessas? – Ben comenta e Murilo revira os olhos.

— Eu não trai a Thaís, cara. Eu nunca faria isso! – Explica segurando os braços da mulher que socava o seu peito sem parar.

— Entendi. Você quer que eu pegue alguma coisa para ela beber?

— Uma água, por favor. – Murilo fala e Thaís dá uma tragada no seu cigarro, soprando no pescoço dele.

— Vai embora, eu não quero olhar para a sua cara nunca mais. – Thaís fala pausadamente.

— Amor, por favor se controla. Confia em mim, ok? É só isso que eu peço. Deixa eu te levar pra casa e cuidar de você, depois nós resolvemos tudo à base da conversa como sempre fazemos. – Ele pede acariciando o rosto da mulher, estava até manchado por causa das lágrimas.

— Eu. não. quero. conversar. com. você. nunca. mais. Você ainda não entendeu? – Ela profere com raiva e Ben retorna lhe entregando a água. Thaís bebe com desgosto.

— Obrigado Ben. – Murilo fala e se volta à Thaís. – Tudo bem Thaís, você não precisa conversar comigo e nem olhar na minha cara se não quiser, só me deixe te levar pra minha casa e cuidar de você até você ficar sóbria novamente. – Ele fala calmo. Era incrível como ele nunca perdia a paciência com a mulher, ele a amava tanto que isso se tornava impossível.

Isso é Amor - ThariloOnde histórias criam vida. Descubra agora