capítulo 10 - terra chamando

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Thaís

O gentil motorista do táxi me deixou no salão e eu não conseguia parar de pensar no que quase aconteceu naquele provador. Eu havia sentido uma mistura de emoções em mim, e eu queria muito beijar Murilo. Infelizmente ou felizmente a funcionária da loja apareceu bem na hora que eu ia finalmente provar o gosto da sua boca, não sei se ela me livrou de um momento bom ou se ela me livrou do fim da nossa amizade, afinal o clima entre nós dois não seria o mesmo se tivéssemos nos beijado.

Passei a tarde inteira no salão e me produzi toda. Fiz uma maquiagem leve porém bonita, ondulei os meus cabelos e resolvi deixá-los soltos, pintei minhas unhas, vesti o vestido, calcei um salto e quando vi já se passavam das 19h. Mandei mensagem para Murilo que havia alugado um carro e fiquei o esperando me buscar.

Eu estava do lado de dentro do salão quando avistei através da porta de vidro Murilo se aproximando. Caraca, que homem. Ele trajava um terno preto e estava com o cabelo todo arrumadinho. Deus.

— Eai, como foi passar a tarde toda sem a minha incrível presença? – Ele perguntou assim que chegou perto de mim.

— Foi ótimo, não poderia ter sido melhor. – Brinquei.

— Eu sei que você sentiu muito a minha falta, chatinha. Com todo respeito, você tá muito gata, Deus abençoe. – Ele disse me olhando da cabeça aos pés. Tava quase babando.

— Fecha a boca pra não babar. – Ri da cara de tacho que ele fez. – Você também tá um gato, e ainda por cima tá cheiroso. – Falei cheirando o seu pescoço, o que o fez se arrepiar todo.

— É... Vamos? Se não a gente se atrasa. – Ele disse meio nervoso e tímido, desviou do assunto e seguimos juntos até o carro.

Entramos no carro e no banco de trás eu vi a malinha que eu havia o pedido pra fazer pra mim, já que iríamos dormir no novo hotel hoje. Fomos o caminho inteiro conversando sobre a inauguração e ainda em dúvida em relação ao que iríamos falar lá. Era a nossa primeira vez comandando um evento desse porte, sempre era nossos pais que faziam isso.

Chegamos no hotel que seria inaugurado e de cara já vimos uma grande quantidade de repórteres dos Estados Unidos e de todo o mundo. Entramos de mãos dadas e todos os olhares se voltaram a nós dois, e logo flashs de câmeras foram disparados em nossa direção. Tinha me esquecido que éramos famosos na área de negócios do país.

O evento aconteceria no salão de festas que ficava no hall do hotel. Caminhamos de mãos dadas até lá.

— Boa noite senhores. O evento começa em alguns minutos, podem ir se preparando pois será vocês quem vão comandá-lo. – Disse um dos organizadores do evento.

Da matriz só havia nós dois, o resto das pessoas que estavam lá eram gestores das demais filiais do Mezar's. Discutimos um pouco sobre o que iríamos falar até anunciarem o início do evento. Eu estava um tanto quanto nervosa, e Murilo percebeu, é claro.

— Ei amor, calma, vai dar tudo certo. – Disse me puxando para um abraço.

— Murilo, eu tô com medo de não me dar bem na fala e arruinar a imagem da nossa empresa. – Falei correspondendo o seu abraço e o apertando mais para mim.

— Thata, confie mais em você, não duvide da sua capacidade. Você é uma mulher incrível, uma diretora incrível pra nossa empresa, faz tudo da mais perfeita forma. – Beijou o topo da minha cabeça e me passou um conforto maravilhoso, esse homem me conforta de uma forma tão incrível que eu até me impressiono.

Conversamos mais um pouco e decidimos o que iríamos falar. Logo um dos cerimonialistas nos chamaram e disseram que o evento iria começar naquele instante. Caminhei até o palco central com as minhas mãos entrelaçadas às de Murilo e comecei a falar. Cumprimentei a todos desejando um "Boa Noite" e falei resumidamente sobre a história do hotel. Estava ainda mais nervosa e Murilo percebeu, e logo tomou a fala, explicando tudo o que os Mezar's tinham e as novidades deste hotel do Texas. O evento demorou uma eternidade para acabar, credo, odeio essas coisas, não sei nem porquê o meu pai me coloca pra dirigir essas coisas, sabe que eu não tenho paciência, ainda bem que Murilo tem um pouco.

— Thata. – Murilo disse assim que me viu sair do salão de festas, eu precisava tomar um pouco de ar, não aguentava mais aquele lugar fechado.

— Oi, mô. – Argh, eu e minha mania de chamar todo mundo de "mô" automaticamente.

— Não aguentava mais ficar lá dentro né? Eu sei, te conheço. – Disse convencido, o pior é que me conhece mesmo.

— Nem é metido. – Falei e ele revirou os olhos. – Vem, vamos andar um pouco e conhecer o hotel. – Falei e entrelacei nossas mãos.

Andamos por boa parte do hotel, ele era bem grande. A maior parte dele era coberto por uma grama recém colocada e outra parte havia coisas para lazer, como piscina, sauna, tirolesa, arvorismo e demais coisas, além de três grandes prédios para hospedagem e alguns chalés espalhados. Todos já haviam ido embora, ficando apenas os funcionários do hotel que já contratamos, nós e alguns gestores que com toda certeza já estavam dormindo, pois já se passavam das meia noite.

— Tá sentindo calor? – Murilo disse atraindo a minha atenção, logo depois de nos sentarmos na grama com dificuldade devido aos nossos trajes.

— Tô, por quê? – Falei olhando para ele, puta merda, como ele estava gostoso com aquele terno.

— O quê acha de estrearmos alguma piscina? – Perguntou.

— Tá doido? Olha as horas, já está tarde. E outra, eu não trouxe roupa de banho.

— Eu coloquei um biquíni na bolsa que fiz pra te trazer, e se você ficar doente eu juro que vou cuidar de você com todo o carinho do mundo. Vamos, por favor. – Ele falou fazendo um biquinho quase implorando, fode com o meu psicológico mesmo.

— Ai Murilo, tá bom. Vamos lá no carro pegar a mala e depois vamos ir trocar de roupa.

— Já pedi pra levarem as malas pro quarto. Vamos lá. – Ele disse levantando e logo me ajudando a fazer o mesmo.

Subimos e entramos no quarto, Murilo rapidamente tirou o seu terno ficando sem camisa, me segurei para não olhar mas não deu.

— Perdeu alguma coisa por aqui? – Perguntou brincando ao ver que eu não tirava os olhos do seu tanquinho super definido. Porra, Thaís, nem pra disfarçar!

— Eu.. eu não perdi nada não, só tava esperando você terminar de tirar o terno pra me ajudar a tirar esse vestido porque eu não estou conseguindo. – Expliquei meio confusa.

Murilo se aproximou de mim e desabotoou o meu vestido, puxando ele um pouco pra baixo.

— Epa, epa. Pode deixar que agora eu mesma consigo tirar o resto. – O repreendi quando ele já ia tirar o meu vestido por completo e mandei beijo pra ele.

— Até parece. – Eu ri pra ele que retribuiu, e logo foi para o banheiro pegar as toalhas e vestir sua bermuda.

Tirei o resto do vestido com um pouco de dificuldade e fui abrir a malinha que ele havia preparado, e ri quando vi que ele lembrou de pegar os meus remédios, coisa que até eu esqueço. Me surpreendi ao ver o biquíni que ele tinha pegado, era um vermelho fio-dental. Vesti a parte de baixo e não estava conseguindo amarrar a de cima, porque meus braços não esticam muito, sedentarismo que chama.

— MURILOOOOO. – Chamei o meu quase mordomo que logo apareceu já com a bermuda de nadar.

— Que foi anj... MEU DEUS! – Disse ao me ver de biquíni, acho que ele nunca tinha me visto usar esse, era novo. Ficou boquiaberto por um bom tempo e eu caí na risada, mas não podia o julgar pois meus olhares também se fixaram nele. Ver esse homão da porra na minha frente, sem camisa e com um rostinho desses me deixou desnorteada. Me despertei do meu transe e segurei meu biquíni com uma mão e estralei os dedos da outra próximo ao seu rosto pra ver se ele acordava.

— Terra chamando Murilo Cézar. – Falei e ele acordou.

— Oi. Quê? – Disse ainda sem parar de me olhar. Ah, pronto. Não aguento isso não.

***

Oi gente, me desculpem pelo sumiço, aconteceram muitas coisas e acabou que eu não consegui postar aqui, mas agora eu voltei e vou recompensar vocês, dessa vez é sério. Assim que der posto mais, espero que gostem.
(Não revisei o capítulo, relevem os erros)
Beijos e não se esqueçam de votar. ❤️

Isso é Amor - ThariloOnde histórias criam vida. Descubra agora