Isso é Amor - Tharilo

capítulo 6 - desmaiada?

Alex

A droga estava começando a fazer efeito, isso era visível em seus olhos. Não iria perder mais tempo, é agora. Para começar, pedi a ela que executasse ações mais fáceis, como teste.

— Thaís, retire a bolsa de seu ombro e a coloque sobre a mesa. – Falei e ela fez. Está tudo dando certo, ainda bem.

Não vou mais enrolar, o quanto mais rápido eu pegar esse dinheiro, melhor é para mim.

— Agora eu quero que você pegue a sua carteira, abra e me entregue o cartão que dá acesso à sua conta no banco, logo me passe a senha dele. – Pedi e ela fez. Me deu o cartão, que já tinha a senha atrás.

— Vamos embora? – Ela assentiu. – Mas antes eu quero que você passe no banco e pegue todo o dinheiro da sua conta e me entregue. – Ela assentiu novamente.

Ben

Estou agora a noite trabalhando no bar, infelizmente não peguei folga hoje. Estava servindo os pratos quando eu avistei Alex de longe. Meu Deus, o que ele está fazendo aqui? E ainda com uma mulher? Será que ela o conhece bem? Preciso a alertar sobre quem é Alex de verdade.
O observei de longe colocar escopolamina em um dos copos, e logo comecei a filmar tudo o que ele fazia. Meu Deus, agora que eu percebi que a mulher que está com ele é a Thaís Melchior, filha do dono de todo o Mezar's Hotel.
Deixei ele prosseguir com o seu plano para ele achar que está tudo dando certo, e vi ele pegando o cartão da moça. Quando estavam quase indo embora, ele saiu e foi em direção ao banheiro. É agora, vou lá falar com a Melchior.

— Ei moça, tudo bem? – Perguntei-a.

— Eu não sei se estou bem. – Disse com a voz um pouco falha e com um olhar longe.

— Quero te ajudar, não se preocupe. Qual é o seu nome? – A questionei mesmo já sabendo da resposta.

— Meu nome? An? – Respondeu.

Percebi que ela não estava com muita noção do que estava acontecendo. Ela começou a piscar com mais frequência e logo desmaiou. Sem nem pensar duas vezes, peguei o seu celular dentro de sua bolsa que já estava aberta, desbloqueei o mesmo com a sua digital e vi que seu papel de parede era uma foto com um homem, deve ser o seu namorado. Fui olhar os contatos frequentes e em primeiro estava um tal de "Murilo vulgo amor da minha vida ❤️", logo liguei pra ele, deve ser ele quem está na foto.

— Oi Thata. Está tudo bem? – Murilo perguntou quando atendeu.

— Alô, é o Murilo? – Falei assim que ele atendeu.

— Sou eu sim. Mas espera aí, o quê você está fazendo com o celular da Thaís?

— É uma longa história, mas não se preocupe, eu sou uma pessoa do bem. Vem para o Rasselas Jazz agora mesmo, a Thaís está em perigo. – Disse e ele logo desligou o telefone, deve ter ficado desesperado. Mandei mensagem para Chloe, outra garçonete do bar a pedindo para chamar a polícia e o resgate rapidamente. Ela leu minha mensagem e a vi ligando para a polícia por detrás do balcão. De longe eu vi Alex voltando do banheiro com uma cara de quem não estava entendendo nada. Fiquei sentado ao lado de Thaís até que ele se aproximou.

— Ben? O quê está fazendo aqui? – Alex me perguntou bravo.

— Eu é quem te pergunto. O quê você já ia fazer com essa mulher? Você não aprende mesmo né Alex. Canalha! – Falei pra ele sem me preocupar, pois a polícia havia acabado de chegar e ele não tinha visto.

— Você não tinha nada que se intrometer nisso. Já que insiste tanto, cuida dela aí, enquanto eu pego todo o seu dinheiro. – Falou rindo e pegando o cartão que estava sobre a mesa. Quando ia sair, trombou com os policiais.

— Alex Gruli, quanto tempo! O que foi que você fez dessa vez? – Um dos policiais o perguntou já o segurando.

— Eu.. eu.. eu não fiz nada. – Alex mentiu descaradamente.

— Fez sim, policial. Você acredita que ele colocou escopolamina na bebida da moça e já ia pegar todo o seu dinheiro? – Falei com o policial.

— É mentira. Ele só está fazendo isso para me incriminar. Eu não fiz nada. – Alex mentiu novamente.

— Você quer que eu mostre as provas? Eu filmei tudo seu desgraçado. – Falei.

— Não acredito nisso, Alex. Nem cumprindo 5 anos de pena você aprende. Pelo visto vai ir pra cadeia de novo, né. – O policial falou balançando a cabeça negativamente.

— Não, por favor, não. Eu não devia ter feito isso. – Alex disse desesperado.

— Mas infelizmente você fez, Alex. Não tem jeito, você vai até a delegacia e lá o delegado verá o que fazer com você. – O policial disse o algemando.

— Polícia, espera só o resgate e o namorado dela chegar. – Falei quando ele já ia saindo com Alex.

Murilo

Estava deitado em minha cama assistindo séries quando recebo uma ligação de Thaís. Atendi e era um homem na ligação. Que porra, a Thaís está namorando? Não que eu esteja com ciúmes, é só porque ela não me falou nada.
Perguntei quem era e disse ser um cara do bem, espero mesmo que seja. Ele pediu pra eu ir imediatamente pro Rasselas e assim eu fiz. Peguei a chave do meu carro e nem troquei de roupa, estava com uma calça jeans e uma camisa amarela. Cheguei em menos de dez minutos e vi uma viatura e um resgate na porta, adentrei o local e vi a Thaís desmaiada. DESMAIADA????? O quê fizeram com a minha Thaís????? Dei uma olhada no local e estava três policiais, dois médicos voluntários do resgate, um cara sentado na cadeira ao seu lado e o Alex. Peraí, o Alex????? O quê esse cara está fazendo aqui?

— Alguém me explica o que está acontecendo? – Perguntei me aproximando de Thaís com os meus olhos cheio de lágrimas. Não aguento vê-la assim.

— É uma longa história, moço. Você quer ir acompanhá-la até o hospital? – O motorista do resgate me perguntou.

— Sim, eu quero, por favor. – Os respondi e eles assentiram.

Enquanto colocavam Thaís na maca, Alex ia saindo algemado com os policiais. Será que ele fez alguma coisa com a minha Thaís? Ele me paga. Colocaram a maca dentro do resgate e logo em seguida eu entrei. Me sentei em um banco ao lado de Thaís e entrelacei minha mão direita à dela, e com a esquerda fiz carinho em seus cabelos. Não havia hematoma algum nela, mas seu rosto estava pálido, porém disfarçado por causa da leve maquiagem. Ainda assim ela conseguia ser linda. O medo tomou conta de mim naquele momento, afinal eu não sabia se o que tinha acontecido com ela era grave. Deduzi que não, porque os médicos estavam tranquilos demais. Chegamos rapidamente no hospital e Thaís foi encaminhada para um dos consultórios para o médico a examinar. Eu estava aflito, sem saber o que fazer. Uma médica chegou até a sala de espera onde eu estava.

— Quem é o acompanhante de Thaís Melchior? – A moça perguntou olhando para todos que estavam no local.

— Eu moça, eu sou o acompanhante dela. – Respondi me levantando.

— Gostaria de vê-la? Ela já está acordada. – A médica falou.

— Claro que sim. – Falei e ela foi saindo, e eu fui atrás dela.