ARTIGO 157

Cap 16

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Letícia;

Peguei o celular, mesmo em mãos eu não tô acreditando no que eu estou vendo.

Coloquei a mão na boca ainda em estado de choque.

Eu tenho tão pouco tempo de carreira,  mas ela é de total sucesso. E nunca, nada desse tipo me aconteceu.

Mari: Olha, toma aqui um pouco de água Leh. - Peguei o copo e tomei toda a água, de uma vez só. - Respira tá? Tenta se acalmar e pensar um pouco.

Letícia: Eu não tô acreditando nessa merda, Mari a minha carreira tá despencando. Com um simples post no Instagram..

Mari: Eu sei amiga, mas nesse momento é melhor você ficar calma. - Me abraçou. - Você acha que foi ele?

Filho de uma puta do caralho. Ele conseguiu descer ao mais baixo nível.

Letícia: Foi, é claro que foi o Maicon porra. Não tem outra pessoa que queira me ferrar à esse nível. - Levantei andando de um lado para o outro.

Eu não sei o que fazer, preciso pensar muito e decidir. Tenho que me preparar para me auto defender.

Letícia: Não dá para levar ela, a Helo não pode ir na creche de jeito nenhum.. - Bufei. - Pode ficar com ela hoje?

Mari: Claro, sempre que precisar. Agora se acalma amiga, a gente vai arranjar uma solução..

Letícia: Deixa, eu vou resolver isso sozinha. - Passei a mão pelo meu rosto e respirei fundo.

" Letícia Marques, atual advogada do tão conhecido e procurado, Rogério 157. É flagrada na Favela da Rocinha, não só uma mais diversas vezes. Sendo na maioria delas, acompanhada por traficantes armados ". Matéria completa em; xxxxxxz

Eu não sei o porquê, de tanto ódio gratuito. Eu nunca fiz nada para o Maicon.

E ele tá me afundando, com tudo que tem direito. Levando a minha carreira e a minha vida inteira, para o fundo do poço.

Chegou ao ponto de conseguir fotos minhas, entrando e saindo da comunidade. Eu não sei o que eu faço,  à qualquer momento vai ter um juiz atrás de mim e querendo me entregar, uma intimação.

Provavelmente, vou ser associada ao tráfico.

Já defendi muitas mulheres nessa mesma situação. E por incrível que pareça, eu não sei como eu vou me defender.

Não tem como eu explicar, o que eu faço aqui. Ou o porque, de eu vir até aqui.

...

À essa altura do campeonato, eu já chorei, gritei e quebrei um monte de coisas.

157: Com licença doutora. Tá mec? - Olhou em volta e eu neguei. - Percebi pô.

Letícia: Veio fazer o que? - Sequei meu rosto e respirei fundo. - Se for algo referente ao seu caso, esquece que eu não tenho cabeça para isso.

157: Não pô, só vim prestar meus sentimentos à sua carreira. - Fez graça e a minha vontade era de encher ele de porrada. - Brincadeira pô, relaxa.

Letícia: Se eu não fosse sua advogada, podia jurar que quem fez isso foi você. - Revirei os olhos.

157: Eu? Quanta confiança em doutora, eu aposto que foi teu marido. - Apontou e eu concordei. - Mó vacilão em.

Letícia: Aham, será que você podia me ajudar com uma coisa? - Cruzei as pernas. - Eu queria ir lá em casa, pegar umas coisas. Mas eu..

157: Mas tu tem medo do maluco lá, tô ligado. Eu mermo vou com tu pô, só se ajeita ae. Mó cara de morta.

Acabei dando risada da sala totalmente sem graça, dele. E aí fui me arrumar.

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