Cap 18

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Letícia;

Eu já peguei o clima estranho e já entendi tudo.

Eles se conhecem.

Isso explica o motivo do Maicon, odiar tanto o 157. Ele sempre ficava puto, quando eu citava algo relacionado ao 157. Não queria que eu tivesse aceitado o caso.

O que me resta, é descobrir exatamente o que aconteceu entre eles.

157: Não é melhor levar tudo de uma vez? Ou tu pretende voltar pra cá? - Disse colocando as duas malas no carro.

Letícia: É óbvio, que eu pretendo voltar. Eu quase dei meu rim nessa casa, ela é minha e se alguém tiver que sair é o Maicon.

157: Olha só madame, tô ligado que a senhora é contra violência. Mas pô, libera aí, se depender de mim mermã. Esse aí nunca mais pisa aqui. - Fechou o porta malas.

Letícia: Manchete do dia, após Letícia Marques ser flagrada em uma comunidade e acompanhada por marginais. Seu marido é encontrado morto. - Revirei os olhos. - Ou seja, a resposta é não.

157: Ala, nem corpo vai ter doutora. E se tiver, vai ser só a cabeça. - Passou do meu lado. - Vamo logo madame.

Dei a volta no carro e entrei no banco do passageiro. Agora, eu só quero passar o dia com a minha filha.

Letícia: 157 você tem família? Filhos ou sei lá. - Até então nunca tinha pensado nisso, me veio do nada. - Não precisa falar, só se quiser mesmo.

157: Doutora eu não confio em tu. Sabe o que eu acho? - Nem estou surpresa.

Letícia: Imaginei. Olha só que lindo, eu também não sinto confiança em você. Nem um pingo. - Encarei minhas unhas.

Preciso fazer elas, só pintar mesmo. Ainda estão bonitinhas, por incrível que pareça não quebraram.

157: Isso aí, eu já sabia. Tu se acha muito inteligente doutora, toma cuidado em. - Deu um tapa bem ardido na minha coxa.

Letícia: O que eu mais tenho é cuidado, 157. Aliás, eu queria saber se tem algum lugar lá na comunidade. Diferente, um parquinho ou alguma coisa do tipo? - Cruzei os braços. - Eu não gosto de deixar ela o dia todo em casa.

157: Aham, é bom mermo tu levar a tua filha pra fora de casa. Aquilo lá parece bicho do mato. - Encarei ele que sorriu de lado. - Sem ofensas.

Letícia: Ela é um bebê, idiota. Vem cá você nunca, nunca mesmo. Cuidou ou chegou perto de uma criança? - Ele só balançou a cabeça positivamente. - Nossa, você é a pessoa mais estranha que eu conheço.

157: Tu que é estranha doutra. E entenda um bagulho, eu não convivo com crianças e nem quero uma me enchendo o saco. Saco? - Me olhou rápido e voltou a prestar atenção na rua.

A minha meta agora, é ajudar ele à voltar a realidade.

Letícia: Vai dizer, que nunca pensou em ter um filho? - Ele me olhou e deu de ombros.

157: Não pô, nem tenho tempo doutora. Tu quis? - Até fiquei sem graça né.

É um pouco chato falar sobre a adoção da Helo, que só aconteceu por motivos trágicos.

Letícia: Na verdade, ainda é um sonho meu. A Helo é adotada, a gente adotou ela com um mês de vida.. - Ri sem ânimo.

É difícil falar sobre tudo isso, ainda mais com ele. É totalmente estranho.

157: Tu me disse que tinha engravidado doutora, mentiu pra mim? - Neguei.

Letícia: É um pouco complicado, mas eu não menti. Tudo o que eu te disse, tem um fundo de verdade.

Encerrei o assunto e fiquei quieta, simplesmente quieta.

A gente não tem liberdade um com o outro, para esse tipo de assunto. Já que é uma coisa mais pessoal e afins.

...

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora