Cap 17

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157;

E cá estamos nós, entrando na casa da doutora.

Lugar chique pô, mas eu tava esperando coisa melhor. Uma mansão mermo.

É mais do nível dela.

Letícia: É pouca coisa, só algumas roupas minhas e outras da Helo. Não vou levar muita coisa, já que não sei que horas ele chega.

157: Tá com medo dele chegar, ou de mim se ele chegar? - Cruzei os braços e ela deu de ombros.

Letícia: Dos dois. Acho que não seria nada bom, vocês no mesmo ambiente. - Andou por um corredor grandão, até cansei.

Não sei pra que uma porra desse tamanho. Tá maluco mermão, minha perna chega tá doendo.

157: Pra que um bagulho desse? Essa porra termina onde? - Ela deu mó gargalhada da minha cara.

Letícia: É só a garagem, relaxa. Na época que a gente planejou a casa, só eu tinha três carros e ele cinco. - Eu posso até ter grana, mas esse monte de carro nem faz sentindo.

157: Entendi, cadê os carros agora pô? Evaporou? - Parei na frente de uma porta e ela foi abrir.

Letícia: Eu vendi dois dos meus, guardei o dinheiro só para investir no futuro e olha só, o futuro chegou.

Entro na casa com ela e puta que pariu. Mó bagunça, várias garrafas por ali, tudo virado.

157: Tu casou foi com um porco, puta que pariu em. Nem eu deixo chegar nesse nível, papo dez.

Letícia: Isso já não é mais problema meu. Espera aqui em baixo? - Neguei. - Beleza.

Se o maluco tiver lá e tenta fazer alguma parada?

Um dia pô, quero encontrar esse sujeito aí. Olhar no olho do indivíduo e encher a cabeça dele de bala, nego vai ficar irreconhecível.

Ala, tô aprendendo essas palavras difíceis com a doutora. Brabão.

157: Mas ae doutora, conta pro pai aqui. Tu é casada em igreja e tudo? - Fui só analisando tudo.

Decoração legalzinha, vou imitar mermo. Vai ficar bonito.

Letícia: Com direito, à festão com quase quinhentos convidados. E olha que eu não conhecia nem cem deles.

157: Casamento era mais dele, do que teu pô. Vacilo. - Ela deu de ombros outras vez e abriu outra porta no andar de cima.

Um quarto foda pra caralho, enorme pô. Banheiro com banheira e uma pá de coisa.

Letícia: Na verdade, por mim a gente nem tinha feito a festa. Quando eu percebi o primeiro sinal do relacionamento abusivo que eu estava vivendo, foi exatamente na semana do casamento. Mas deixei passar.

157: As vezes tu é burrona, nem parece advogada. - Ela virou me olhando com uma careta estranha. - Burra mermo.

Letícia: Não sou eu, quem jogou um futuro que poderia ser brilhante no abismo e depois pulou junto. - Ala.

157: Tu não me atinge, falando da minha profissão não pô. Me joguei e caí que nem gato, em pé. Tenho um império foda, grana pra caralho, uma fama legalzinha no Brasil inteiro e até no Paraguai. Tudo do bom e do melhor, Doutora.

Letícia: Olha só, ele se orgulha de ser totalmente fodido. - Bateu palmas. - Vou arrumar minhas coisas, não faz bagunça.

Pelo menos o quarto, o cara deixou arrumado.

157: Hum, esse aqui é o quarto de vocês? - Acompanhei ela até o closet. - Caralho parceira, quanta roupa.

Dá pra montar uma loja e vender roupa, uns seis meses sem se preocupar.

Letícia: Se eu tiver um tempo, vou separar muitas das coisas que não uso e doar para as meninas da comunidade. A maioria precisa mais do que eu.

Ih ala, ela se importa com pobre. Brabona, agora boto fé na doutora. Até bateu um arrependimento do bagulho das fotos.

157: Faz isso aí pô, tem uma galera que precisa mesmo. Mas ó, chega aqui. - Puxei ela pela cintura. - Quantas mulheres, tu acha que ele já trouxe pra cá?

Letícia: Não faço idéia. Sendo bem sincera contigo, eu não preciso descer ao nível dele para me sentir bem. Então, não vamos transar nessa cama.

Chata pra caralho, se fosse eu tinha feito o mesmo. E deixava logo na cara.

157: Beleza pô, beleza. Mas ae aquele do quadrinho é teu marido? - Ela concordou e eu me aproximei, curioso mermo.

Letícia: Esse aí é só o Maicon mesmo. Pelo menos era o Maicon que eu conheci. - Parou do meu lado.

Tá de sacanagem..

Encarei ela, logo sem reação.

Uma foto bonita, pelo menos ela tá bonita na foto. De vestido florido, com ele e um casal mais velho.

157: Nome dele é Maicon.. Devia ter falado antes. Quem são esses aqui? - Apontei pro casal.

Letícia: Esse casal maravilho, são meus falecidos pais. - Sorriu. - As vezes me bate uma saudade desse dia.. Foi quando ele me pediu em casamento, foi bem fofo e a gente tava tão feliz..

Balançei a cabeça e até parei pra raciocinar um pouco. É pô, grande Maicon..

157: Termina logo, vou esperar lá em baixo. - Larguei ela falando sozinha e fui dar uma olhada na casa.

Estava zero, mais uma vez. Caralho.

...

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora